Tuesday, June 05, 2007

FREI BETTO
















Hoje pela manhã fui surpreendida pela chegada do novo livro de Frei Betto - Calendário do poder. Um resumo da passagem de Frei Betto pelo Palácio do Planalto, quando foi responsável pela Mobilização Social do Programa Fome Zero e Assessor Especial do Presidente Lula, a quem ele chama Luiz Inácio e a quem Lula chama, Carlos Alberto.
Frei Betto não deixou de escrever diários e cartas. Seu livro As Cartas da Prisão, foi publicado primeiro fora do Brasil, reunia cartas do Frei durante os quatro anos que esteve preso.
E o diário e as cartas que geraram Calendário do Poder - é a catarse de Frei Betto, que na mesma linha de Cesar Aira, escreve para libertar-se. Escrever foi uma das razões que o levou a pedir demissão, e no livro ele publicou a carta que enviou ao Presidente solicitando sua demissão.
Continua tudo como sempre foi, fazer parte da vida de um escritor é um risco. Pode-se virar personagem, mesmo que envolvidos em disfarces de ficção, mas, neste livro, Frei Betto narra de forma corajosa os acontecimentos, com nomes e com detalhes, e no final, é apenas uma catarse, uma mágoa, pelos rumos que tomaram o Programa Fome Zero, em alguns trechos o susto ao perceber os meandros da política, em outros a reafirmação da amizade verdadeira pelo Presidente. No final é mesmo um documento histórico, mas, apenas comecei a ler, e ainda não desvendei o dia-a-dia do Planalto e as considerações do Frei que continua em sua luta embebida de utopia, uma utopia santa, regada de poesia e uma certa coragem, ou eu diria, muita coragem.

Calendário do poder
Frei Betto
Rocco, 2007




DIA MUNDIAL DO MEIO AMBIENTE










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Terra
Caetano Veloso

Quando eu me encontrava preso na cela de uma cadeia

Foi que vi pela primeira vez as tais fotografias
Em que apareces inteira, porém lá não estava nua
E sim coberta de nuvens
Terra, Terra,
Por mais distante o errante navegante
Quem jamais te esqueceria?
Ninguém supõe a morena dentro da estrela azulada
Na vertigem do cinema mando um abraço pra ti
Pequenina como se eu fosse o saudoso poeta
E fosses a Paraíba
Terra, Terra,
Por mais distante o errante navegante
Quem jamais te esqueceria?
Eu estou apaixonado por uma menina terra
Signo de elemento terra do mar se diz terra à vista
Terra para o pé firmeza terra para a mão carícia
Outros astros lhe são guia
Terra, Terra,
Por mais distante o errante navegante
Quem jamais te esqueceria?
Eu sou um leão de fogo, sem ti me consumiria
A mim mesmo eternamente, e de nada valeria
Acontecer de eu ser gente, e gente é outra alegria
Diferente das estrelas
Terra, terra,
Por mais distante o errante navegante
Quem jamais te esqueceria?
De onde nem tempo e nem espaço, que a força mãe dê coragem
Pra gente te dar carinho, durante toda a viagem
Que realizas do nada, através do qual carregas
O nome da tua carne
Terra, terra,
Por mais distante o errante navegante
Quem jamais te esqueceria?
Na sacadas dos sobrados, das cenas do salvador
Há lembranças de donzelas do tempo do Imperador
Tudo, tudo na Bahia faz a gente querer bem
A Bahia tem um jeito
Terra, terra,
Por mais distante o errante navegante
Quem jamais te esqueceria?

La nave va...

Um dedo de prosa

  Um Dedo de Prosa é um híbrido entre encontro de ideias, palestra e debate com o escritor, quer seja realizado em salas de aula, biblioteca...