Monday, November 14, 2022

Natal de 2022 - Presenteie livros - Prosa e Poesia de Bárbara Lia

 



As Filhas de Manuela
 

 - Romance (realismo mágico)


A narrativa inicia em 1839 em plena Guerra dos Farrapos e segue até os dias atuais. 

O enredo acompanha a vida de todas as descendentes de Manuela,  uma garota simples de Paranaguá que, ao encontrar um oficial da Armada  Nacional muda totalmente de direção a sua vida pacata quando ela deixa a casa dos seus pais e sai em uma busca e esta busca do homem amado. No caminho ela encontra alguém cruel.  Este homem, rejeitado por Manuela, amaldiçoará Manuela e as futuras gerações. Essa maldição acrescentará dor e perdas e o adendo de levarem, todas as mulheres da estirpe de Manuela, uma sombra da cor do sangue. Como cada mulher vive esta peculiaridade e os desdobramentos deste encontro de Manuela com o amor e o ódio vai definir os passos futuros em um círculo de perdas e superações.

 

 

Eden

 (Poesia & Prosa)


“Eden” dialoga com o Cinema em 88 páginas divididas em 04 capítulos:

 

Sara / Robson e o Homem do Deserto

Rimbaud Verlaine

Eden

Fotogramas em Flor de Algodão

 

Imagem da capa: Eden Theatre (France Today)

 

As poesias e as crônicas descortinam um Universo íntimo e pessoal, pensamentos e narrativas que trafegam pelo mundo interior da poeta. Não é um livro de crítica cinematográfica, é um diálogo poético e visceral com enredos e personagens que tocaram a Mulher.

 

 

 


Carta ao Mundo

 (Poesia)


"Carta ao Mundo" reúne poemas de dez livros publicados entre 2004 a 2021, com cortes, recortes, e a adição de novos poemas. 440 páginas que resume a trajetória poética de Bárbara Lia.  Capa e contracapa: Fotografia de Tom Spross (Rural mailboxes in Santa Fe).


"As filhas de Manuela" e "Eden" - R$ 30,00 + valor da remessa via Correios.

"Carta ao Mundo" - R$ 55,00 + valor da remessa via Correios.


Enviar mensagem privada para saber como adquirir. Mensagem via páginas nas redes sociais, ou através do e-mail barbaralia@gmail.com. 

Friday, November 11, 2022

Mulheres

Durante minha caminhada pela poesia eu encontrei poetas e autoras que eu lia no início do meu encanto por algo que não fosse os épicos que eu ouvia na minha casa. Emoção imensa em um encontro com Ana Miranda. Eu disse: Quando crescer quero ser Ana Miranda. Ela disse: Você é Bárbara Lia. Alguns anos antes ao pedir um autógrafo ela escreveu - Para Bárbara de olhos tão pristinos e tão doces. Uma alegria ouvir de Eunice Arruda e Renata Pallottini que elas liam meus poemas. Um susto. Uma sensação de que tudo o que se engoliu com o gosto cáustico se tornou doce. Para isto vivemos, como eu disse ontem a um belo homem: Isso é tudo que poetas desejam ouvir. Que se apaixonam por nossas palavras. Que, de alguma forma, tocamos o outro.

Há poucos dias encontrei-me com as - mulheres do meu círculo - pessoas que tornaram menos gélida a aura da cidade que é sempre congelante. Literalmente, ou não. Nossa noite no evento "Esbórnia Poética", quando o lançamento foi duplo, encontrei mulheres que escrevem e militam. Essa palavra (militar) criou asas da minha vida. A velhice e as doenças silenciosas precisam de reclusão e distanciamento. Mas eu sei que Francine Cruz e Edra Moraes militam diariamente para que os escritos não sejam esquecidos, para falar do que está sendo criado pelas Mulheres. 

Foi linda a noite do lançamento no Wonka Bar, ao lado de Rebecca Loise e convidadas.

Conheci Rebecca no ano de 2006, eu a vi atravessar o pequeno porão do Wonka Bar e subir ao palco. Dezesseis anos ela tinha, e fiquei impressionada com sua escrita pungente. Enquanto ela viveu em Curitiba dividimos passeios e encontros em cafés. Amava quando ela abria seu caderno universitário e lia seus textos para mim. Francine e Edra encontrei - assim - relances e momentos onde coube um oi e um tchau. Mas no lançamento duplo no dia 25/10 elas subiram ao palco ao lado de algumas atrizes belas que Rebecca convidou para ler nossos poemas: Maria Amélia, Daiane Caldeira, Jaque Silva... Noite linda!


A Poesia segue, seguimos escrevendo e espalhando nossa essência de aço & flor.






Para que haja luz lá fora

 

 

À sacralidade da natureza nada estremece:

O canto do pássaro

O assombro da rosa fúcsia

O coração da natureza -

Pura matéria das estrelas

 

Nós somos enxertados

Pelo sopro de dois anjos

O anjo do bem - descido das alturas

O anjo do mal - que veio a galope do desconhecido

 

Qual deles está amalgamado ao teu ser?

 

Amor se reconhece no ato

O ódio é este infiltrado

Via fatos, pessoas, eventos

O ódio é multifacetado - enganoso

O amor é como um menino

Livre e nu

Correndo de peito aberto

 

Gosto das pessoas eletrizadas

São as que amam

As que odeiam são contidas

Escondem sob a pele a farpa

As pessoas que odeiam

Voltam-se para dentro de si

Feito criptas

As que amam saem ao luar

Ao vento, ao destino

 

Invejo pássaros, rosas, rios e vento

Por saber que a sacralidade da natureza

Não é atingida pela onda

Esta que ora chega 

 

Como chega a tantos lugares

De tempos em tempos

Esta que persegue e carimba

Segrega e mata

 

Quando encontrarem nossos ossos

Eles serão leves

Serão como somos hoje:

Sol, liberdade e Poesia

 

Ninguém saberá quem odiou

E quem foi odiado

A mesma ossatura humana

Sem distinção

O negro, a mulher livre,

O mendigo ou cada poeta

Nossa ossatura tal e qual

A dos que –hoje – se conclamam deuses

E dizem que são escolhidos

E acham que podem

Com seus dedos de ódio

Brincar de: “uni duni tê o escolhido foi você

Virarão pó e ossos e igualdade

- Enfim -

 

Resta dobrar de encontro ao coração

O estrondo do mundo

Para caber no peito

O quão grande é

E foi tudo

 

A esplendorosa vida

A delicada vida

A orgástica vida

Esta que dançou em minha pele

Nadou no meu sangue

E espera, em paz, meio à natureza,

Que ignora a podridão

 

Lembrar o último beijo

O verso último que brotou ainda agora

Ter a certeza de que ainda faltam séculos 

Para que haja luz lá fora


Bárbara Lia

Carta ao Mundo

(edição da autora)



ENGORDEI O SOL NOTURNO


Às vezes eu ando meio noite
De tempos em ventos
ando meio dia
até quando o relógio
grita: — É meia-noite!

Dei de comer e beber
ao sol noturno
Assim como Cecília
deu de comer
aos pássaros
e deu de beber
à terra

A palavra tem
mais fome
e mais sede
do que alguém
que vive em carne
identidade e osso

Dei de comer
palavras para não
morrer feito gente
que morre sem alma

A íntima idade do tempo
eu alimento quanto mais
palavras eu como
Nem meia noite nem meio dia
às vezes ando meio sem chão
e caio de boca numa poesia


Rebecca Loise

Engordei o sol noturno

(Editora Urutau)



fragmento do texto ANA

Ana era uma cigana doidivana. Desde criança, peralta, saltava de um lado para o outro declamando aos metros versos longos e sentidos. Depois virou profissional. Escrevia poemas, diários e cartas, muitas cartas. Era amiga dos carteiros que levavam seu coração impresso em cartões postais. A libertinagem da linguagem. Prosa que dá prêmio. Piano no bordel. Gertrude e Catarina, Gil e Mary, Clara e Heloisa.
Era fiel aos acontecimentos biográficos. Mais do que fiel, oh, tão presa! Nos cadernos terapêuticos contava sua grande história passional, guardada a sete chaves pela mulher mais discreta do mundo. Loura donzela, adorava enigmas e que nós, que habitamos a mesma casa, caçássemos palavras como ela. "É inútil manobrar a lupa da adivinhação", dizia, e, apesar do nosso esforço, era sempre ela quem admitia vitória.

Francine Cruz
A obra poética de Ana Cristina Cesar: ressignificação do biografismo.
página 85
(Donizella)





Aguarde na antessala


o amor é a antessala do vazio
o beijo a antessala do escarro

a antessala da traição
será sempre a fiel de devoção

o desejo arde
na antessala do desprezo

nervosa espera a vida
na antessala da morte

na porta, a inscrição diz:
aqui morreu a esperança,
a bem aventurança e
a pobre Ismália enlouqueceu

Edra Moraes
Para ler enquanto escolhe feijão
(Atrito Arte Editorial)



O link para o recital "Esbórnia Poética", no lançamento de Carta ao Mundo (Bárbara Lia) e Engordei o sol noturno (Rebecca Loise).

https://www.instagram.com/tv/CkKNqrTO94p/?utm_source=ig_web_copy_link

Friday, November 04, 2022

Carta ao Mundo - Poesia - Bárbara Lia

 



"Carta ao Mundo"

Poesia
Bárbara Lia
440 páginas
ed. independente
ISBN 978-65-00-52448-2
Capa e contracapa: Fotografia de Tom Spross (Rural mailboxes in
Santa Fe).
Ilustrações do miolo: Desenhos de André Lissonger e Ane Fiuza, telas de Alphonse Mucha e fotografia da autora by Daniel Castellano.
"Carta ao Mundo" reúne poemas de dez livros editados entre 2004 a 2021, com cortes, recortes, e a adição de novos poemas.
Para receber um exemplar autografado enviar mensagem privada nas redes sociais, ou e-mail para barbaralia@gmail.com.
Poesia, sempre!

La nave va...

Um dedo de prosa

  Um Dedo de Prosa é um híbrido entre encontro de ideias, palestra e debate com o escritor, quer seja realizado em salas de aula, biblioteca...