Friday, December 19, 2008

À sombra de um rio I




120

"Estavas, linda Inês, posta em sossego,
De teus anos colhendo doce fruto,
Naquele engano da alma, ledo e cego,
Que a fortuna não deixa durar muito,
Nos saudosos campos do Mondego,
De teus fermosos olhos nunca enxuto,
Aos montes ensinando e às ervinhas
O nome que no peito escrito tinhas.
CANTO III - Os Lusíadas - CAMÕES
.
.
Fiquei pensando nos amores que floresceram à sombra de um rio e selecionei os reais amores eternizados em estátuas e livros - Inicia com o Rio Mondego, onde Pedro I de Portugal levou sua amada Inês de Castro a navegar para talvez amainar entre as águas o fogo da paixão infinita, enquanto as ribeirinhas cochichavam enquanto lavavam roupas nas pedras do rio, sobre o rei adúltero e a aia bela, a loira flamejante que depois de morta foi rainha.

À sombra de um rio II




(...)

Augusto espectro
de fogo
onde queima
a aurora.
.
Sei!
Tudo isto
é mármore!
Mas, antes
foi carne
vermelho abandono
amor petrificado
.
Antes do fim
às margens
do Rio Loire
nossa carne carmim
foi mármore

Bárbara Lia

(Fragmento de "Sakountala")
.
Auguste Rodin e Camille Claudel em seu pouco tempo de vida de amantes felizes, antes do desenlace trágico, alugaram uma casa às margens do Rio Loire e lá viveram À sombra de um rio.

À sombra de um rio III


Jane March, Tony Leung Ka Fai
O amante - filme de Jean-Jacques Annaud
- Rio Mekong-


Fala-me, diz que soube logo, desde a travessia do rio, que eu seria assim com o primeiro amante, que amaria o amor, diz que sabe já que o hei-de enganar e também que hei-de enganar todos os homens com quem virei a estar.
Marguerite Duras (O amante)

La nave va...

Um dedo de prosa

  Um Dedo de Prosa é um híbrido entre encontro de ideias, palestra e debate com o escritor, quer seja realizado em salas de aula, biblioteca...