Agosto
“Como aqueles primitivos que carregam consigo o maxilar inferior dos seus mortos, eu te carrego comigo, tarde de maio”
Carlos Drummond de Andrade
A mim restou este Agosto
Loucos gritos roucos
Ruínas sem rima
Versos apócrifos em esperanto
A mim este calcanhar de vidro
Telhado de Aquiles
Chão incerto de tombadilho
Pedra. Pedra. Pedra.
No começo do caminho
No meio do caminho
No fim do caminho
Ar puro agosto
Rosário de escombros
A tudo transformei
Em maios deslumbrantes
Bárbara Lia/2013
Imagem _ Monica Cook