Tuesday, March 16, 2010

das perdas

Chorei a semana inteira estas perdas precoces. Meu primo Zé estava de aniversário, o primeiro depois de sua morte. Minha amiga Ângela morreu, lá em Recife. Quase uma década sem sentar com ela e falar das coisas que mães batalhadoras falam. Um nó na garganta. Não dou conta da minha vida, de tudo que acontece assim, tsunamis - uma hora pétalas; em outras punhais e dores. Saudade.
Saudade do Digão, como o Cássio Amaral dizia. Pra mim foi sempre Rodrigo. Um amigo. Um site-homenagem foi criado e fiquei feliz em saber que vamos agora rastrear os passos  do menino que tinha um cachorro azul e um amigo chamado Rimbaud. Passei a semana a sós entre estas paredes brancas lembrando as tardes com minha amiga Ângela, quando ela dividia sua casa e seus filhos comigo, naqueles domingos onde os  meus filhos pequenos iam visitar o pai. Natais onde eles não estavam comigo e ela dizia - venha pra cá comigo e os meninos. Lembro do meu encanto quando vieram de Recife e os filhos a chamavam de mãinha... um mundo diferente, ela foi casada com o poeta Carlos Barros, ela morreu cedo demais. O Rodrigo morreu cedo demais, meu primo Zé Tadeu, tanta gente vive como um cometa, rasga a saudade quando vai, mas, fica assim esta evocação silenciosa, esta vontade de dizer da falta e o desejo de que estejam em paz em outra esfera. 


PRÊMIO UFES DE LITERATURA 2009/2010

 
 
Recebi um email com o resultado do Prêmio UFES de Literatura, mandei algumas poesias com a esperança de ganhar livros (Livros da ed. UFES - Universidade Federal do Espírito Santo) estou entre os selecionados, dez poesias inéditas vão para as páginas da antologia que vai ser lançada em abril.



Por ordem de classificação, abaixo relacionamos, a título de conhecimento:

Lino Machado
Maria Amélia Dalvi
Bárbara Lia Soares
Márcio-André de Souza
Sonia Maria Martins Cezaro
Rubens Cavalcanti da Silva
Isabel Florinda Furini
Cezario Caldeira Saiter
Carlos Alberto Pessoa Rosa
Nelson Martinelli Filho

Ilha do medo


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Começou quando vi Leonardo Di Caprio interpretando Rimbaud. Apagou a imagem adolescente-perfeito do Titanic. Começou com uma sequência de papéis que ele agarrava e interpretava apagando lentamente aquela saga adolescente e navio e enamorados flanando acima do mar verde.
O novo filme de Scorcese vem consolidar - pra mim - esta força da interpretação de Di Caprio. O filme fantástico dá de dez a zero nos oscarizados e imprime do primeiro ao último minuto o pavor dentro da gente, transporta-nos a alas de psicóticos e dentro de uma ilha com o clima de filme horror e medo. A potência de um cineasta que te insere na trama, você mergulha - à revelia - no enredo e por mais que seja denso, no final tudo evapora em  uma cena quando a paz brilha - sentimento vivo. Como se também saíssemos de um labirinto escuro pra um dia qualquer, sentados em uma escada ampla e esperando que os fantasmas do tempo nunca voltem.
O elenco é fenomenal e foi uma espécie de redenção pra quem anda meio desanimada com os filmes em geral.


A última chuva





 
À MEIA-NOITE CHORAREI


À meia-noite chorarei.
Por que sou poeta,
chorarei.
No sonho verei velhos amores,
pensarei no infinito finito,
e seguirei.
Vez por outra lembrarei
a voz do irmão caçula:
Esta estrela de Davi
na palma esquerda
significa - protegida pelos céus.
Eu não sou mesmo
uma folha perdida,
nem fera ferida,
nem livro esquecido na estante.
Sou uma maluca elegante
que bebe a vida
bebe a vida.
E segue - sede gritante -
mochila gasta atrelada às costas,
poesia minha bagagem,
sendo apenas compreendida
pelos que fazem a mesma viagem.


- A última chuva - Mulheres Emergente/2007

La nave va...

Um dedo de prosa

  Um Dedo de Prosa é um híbrido entre encontro de ideias, palestra e debate com o escritor, quer seja realizado em salas de aula, biblioteca...