Sunday, May 02, 2010

O QUE ME PERTENCE





O que é maior que eu
faz parte de mim.
A chuva cabe no mar,
a areia no deserto. Sempre foi assim.




O que é maior que eu
abraço feito fosse Deus.
As coisas pequenas vazam.
Choro por elas, uma noite talvez.




No outro dia
sol clareia a alma.
Descubro o que é meu




para sempre. Os sonhos, as lembranças.
Nossos passos calmos na areia.
O riso dos meus filhos, isto me pertence.
Bárbara Lia -  O sal das rosas (Lumme 2007)


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Edições 21 Gramas - Os livros artesanais trazem muita alegria, partilha. Ontem recebi o email abaixo do Rogério Teruz, um artista plástico que vive no Rio e gosta das minhas poesias. A capa do livro - Cigarras no Apocalipse - é uma tela do Rogério:

Querida Bárbara Lia.
Acabei de receber seu livro.
Só tive tempo, por enquanto, de dar uma lida rápida,
mas o que você escreve é para ser lido com calma
e profundamente.
Esteticamente ficou ótimo, o que mostra que se pode
fazer algo alternativo, criativo e de bom gosto.
Sinto-me honrado e feliz por participar dele.
Beijos,
Rogerio



*
Os meus parceiros-ilustradores partilham esta forma de levar a poesia a quem gosta de poesia - Fico feliz e sigo em frente - Ana Luisa Kaminski e Felipe Stefani cederam seus desenhos e pinturas - Isaias de Faria - uma fotografia - e disse que "é uma honra estar fazendo parte de uma construção como essa"
Muita poesia em passar algumas horas montando os livros e criando parcerias e organizando a minha poesia. Na minha mente virginiana, propensa à organização e colocar cada coisa em seu lugar - é apenas uma forma de reunir e nominar estas poesias reunidas. Não em um livro apenas, como aqueles livros bíblicos com trezentas páginas, mas, em fragmentos-momentos, como um pequeno apanhado de cada ciclo. Ontem o Regis Caserta do Rio escreveu após ler meus livros - a coleção inteira:
"Bárbara querida:
Na noite passada conclui a leitura de sua obra, até aqui. Espero que ela siga por um caminho eterno, terno e feliz, como cada pensamento, cada emoção, cada inspiração depositados nas páginas de seus livros.
Não há o que enfatizar senão o todo. Não há o que destacar. Li e observei que o todo é a própria vida, que os detalhes são partículas de uma alma que veio ao mundo com o dom de revelar o mais belo possível dos corações humanos.
Obrigado por proporcionar a leitura de sua existência.
Agora vou reler e reler porque a cada dia um poema novo vai sorrir pra mim"
 
...
 
 

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Um dedo de prosa

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