
Sou uma esfinge
leoa-mulher
e amo
um centauro em um jardim.
Morreria por ele.
De herança:
minha pata-leoa,
minha mão escritora.
A mesma que tocou os cabelos
do mitológico ser
e o amou
um amor enjaulado
um amor siderado.
Dói amar um ser que cavalga em poesia
que grita belezas no silêncio...
A esfinge se cala
e entrega
de mão beijada
o centauro amado
a quem jamais
o amou assim.
- Bárbara Lia -
imagem: Botticelli