Saturday, August 27, 2005

O CENTAURO NO JARDIM



Sou uma esfinge
leoa-mulher
e amo
um centauro em um jardim.
Morreria por ele.
De herança:
minha pata-leoa,
minha mão escritora.
A mesma que tocou os cabelos
do mitológico ser

e o amou
um amor enjaulado
um amor siderado.
Dói amar um ser que cavalga em poesia
que grita belezas no silêncio...



A esfinge se cala
e entrega
de mão beijada
o centauro amado
a quem jamais
o amou assim.


- Bárbara Lia -


imagem: Botticelli

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