Tuesday, October 31, 2006
o sal das rosas
"O sal das rosas" - Lumme Editor.
quatro poesias no endereço abaixo
Cronópios Literatura e Arte no Plural
http://www.cronopios.com.br/site/poesia.asp?id=1883
JORNADA DA ALMA
JORNADA DA ALMA
Ian Glen (Dr. Carl Gustav Jung)
Emilia Fox (Sabina Spielrein)
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- Sabina Spielrein
JORNADA DA ALMA - O filme narra a vida de Sabina Spielrein, uma jovem histérica que Carl Jung conheceu e com quem utilizou pela primeira vez os ensinamentos recebidos de Freud. Carl Jung tornou-se amante de Sabina, curou-a, não há como ter certeza se foi pela ciência ou foi pelo amor. Por Jung ser um homem casado, a relação não prospera. Depois, ela própria torna-se psicóloga. Em uma cena Jung entrega à garota uma pedra, ele diz que a pedra significa sua alma, ele a faz guardiã de sua alma. A história real de Sabina aponta para uma mulher, mesmo na fase aguda da doença, com uma sabedoria nata, com uma inteligência e força que seduziu o médico e contribuiu para um amor de ternura rasgada. Tornou-se uma das primeiras mulheres na Sociedade Psicanalítica de Viena e trabalhou como psicanalista e analista de crianças. Seu trabalho científico estava publicado, mas esquecido. Em 1977, uma caixa foi achada no subsolo do Palais Wilson em Genebra, contendo partes de um diário, cartas e outros escritos que Sabina Spielrein deixou para trás, quando ela retornou à Rússia , em 1923. Estes registros lançaram uma luz diferente na história da psicanálise. Na sua correspondência com Freud e com Jung, sua influência sobre as duas figuras principais do movimento psicanalítico de então se torna evidente. De volta à Rússia, Sabina criou a Creche Branca, primeira do país a utilizar psicanálise.
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No início do filme algumas palavras do diário, eu transformei em poesia, pois é pura poesia.
Para minha mãe
deixo as notas de
tumbalalaika
minha canção favorita
não deixo nada para meu pai.
O que pode crescer
sem a chuva?
o que pode arder por anos a fio?
pedras crescem sem chuva
mas somente o amor pode
arder por anos a fio
- diário de Sabina Spielrein-
Para minha mãe
deixo as notas de
tumbalalaika
minha canção favorita
não deixo nada para meu pai.
O que pode crescer
sem a chuva?
o que pode arder por anos a fio?
pedras crescem sem chuva
mas somente o amor pode
arder por anos a fio
- diário de Sabina Spielrein-
Thursday, October 26, 2006
DEUS GUARDE O LOBO ATRÁS DO QUAL NENHUM CÃO CORRE LATINDO .
sylvia plath
Lá você o achou - o mistério do ódio.
Após bilhões de anos na matéria anônima.
Lá você foi achada e logo odiada.
Você tentou tanto alcançar essas pessoas, tocá-las, dar-se a elas -
Tal como suas primeiras palavras na infância,
Quando você corria para cada visita que entrava
E abraçava-lhe as pernas, dizendo: "Meu amor! Meu amor!"
Tal como você dançava para seu pai
Na casa da raiva - dando sua vida
Para adoçar-lhe a morte lenta e misturar-se a ela
Quando ele jazia no sofá, sobre as almofadas,
Açucarando-lhe o amargor da morte fera.
Você buscou a si para seguir se dando
Como se após o ocaso da morte dele
Você continuasse a dançar na casa escura,
Aos oito anos, coberta de ouropéis.
Buscando-se a si própria no escuro, a dançar,
Desajeitada, chorando baixinho,
Como quem procura um afogado
Em água escura,
E tenta ouvir-lhe a voz - com pavor de perder
Alguns segundos de busca no esforço de escutar -
Depois dançando com mais fúria no silêncio.
Os acadêmicos levantaram as cabeças. Pelo visto
Você estava perturbando uma perfeição
Recém-obtida, que eles seguravam com cuidado,
Inteira, até a cola secar. E como quem
Denuncia um crime à polícia,
Informaram-lhe que você não era John Donne;
Isso não lhe importa mais. E os nomes, você ainda lembra deles?
Fizeram questão de lhe deixar claro, a cada dia,
Que desprezavam toda tentativa sua,
E injetavam a bílis deles no seu café matinal,
Como se fosse remédio. Até assinavam
Suas cartas homeopáticas,
Envelopes com vidro cuidadosamente moído
Para pôr atrás de seus olhos e fazê-la ver
Que ninguém queria o seu brilho estranho - sua vida
Desajeitada, a se afogar, e seus esforços para salvar-se.
Nadando em pé, dançando o caos escuro,
Procurando algo para dar -
Tudo o que você achava
Eles bombardeavam com farpas,
Escárnio, lodo - O mistério desse ódio.
TED HUGHES
Cartas de Aniversário
Cartas de Aniversário
Ed Record
Tradução - Paulo Henriques Brito
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27/10/1.932 - nasceu Sylvia Plath
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p/Sylvia, no seu aniversário.
Monday, October 23, 2006
Sunday, October 22, 2006
poema
Thursday, October 19, 2006
dialética
Dialética
É claro que a noite é boa
E a alegria, a única indizível emoção
É claro que te acho linda
E em ti bendigo o amor das coisas simples
É claro que te amo
E tenho tudo para ser feliz
Mas acontece que eu sou triste...
Vinícius de Moraes
Montevidéu, 1.960
- Hoje o poeta estaria completando 93 anos... Vida plena de amores, vida de boêmio, vida humana, o poeta despiu o terno e a diplomacia prá entender e identidade do seu povo, tornando Orpheu negro, indo às raízes da religião africana na Bahia, condenando a rosa de hiroxima estúpida e inválida, premiando a mpb com parcerias belas, gosto de Vinícius como gosto de Maiakóvski, gosto de poeta que canta seu tempo, e nosso tempo inenarrável se cala, ou se espalha em estilhaços que a gente ainda colhe garimpando entre asteríscos e edifícios ocos... Quem é poeta sabe que só quem vive e não teme viver (a maioria se esconde da vida) traduz, reluz, e continua, brilho eterno, como ele. Axé, Vinícius...
É claro que a noite é boa
E a alegria, a única indizível emoção
É claro que te acho linda
E em ti bendigo o amor das coisas simples
É claro que te amo
E tenho tudo para ser feliz
Mas acontece que eu sou triste...
Vinícius de Moraes
Montevidéu, 1.960
- Hoje o poeta estaria completando 93 anos... Vida plena de amores, vida de boêmio, vida humana, o poeta despiu o terno e a diplomacia prá entender e identidade do seu povo, tornando Orpheu negro, indo às raízes da religião africana na Bahia, condenando a rosa de hiroxima estúpida e inválida, premiando a mpb com parcerias belas, gosto de Vinícius como gosto de Maiakóvski, gosto de poeta que canta seu tempo, e nosso tempo inenarrável se cala, ou se espalha em estilhaços que a gente ainda colhe garimpando entre asteríscos e edifícios ocos... Quem é poeta sabe que só quem vive e não teme viver (a maioria se esconde da vida) traduz, reluz, e continua, brilho eterno, como ele. Axé, Vinícius...
Tuesday, October 17, 2006
MUSEU DA LÍNGUA PORTUGUESA
MUSEU DA LÍNGUA PORTUGUESA
ESTAÇÃO DA LUZ
- SÃO PAULO:
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Viajar pelo Grande Sertão - com Guimarães Rosa, no Museu da Língua Portuguesa, em uma exposição concebida por Bia Lessa, concentra a genialidade de Guimarães Rosa - Vereda encantada.
Reuni fragmentos de um lugar com canto de pássaros, e direito ao nó na garganta quando a música sertaneja - a verdadeira - soou ao meu lado, ao subir em uma escada para olhar em uma lente projetada para permitir que a frase entre os entulhos fosse vizualizada, a música era "Cantinho do céu", e trouxe a saudade do meu pai, do sertão que ele narrava, entre a terra do sertão, a água, e a rústica montagem - um mundo.
A exposição - Grande Sertão: Veredas é temporária.
O Museu todo é lindo, mas, o encanto ficou por conta do Sertão de Rosa...
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Grande Sertão: Veredas
Saturday, October 14, 2006
barco de lia no rio de cora
BARCO DE LIA NO RIO DE CORA
No escuro escrevo como quem
adora
teu olhar que o passado inteiro
descora.
Zero duplicado em infinito
ancora
- istmo - o oceano dos medos
deflora,
rasga em amor, imprime a tatuagem
canora.
Seres do Olimpo a ressuscitar
Pandora.
Amor - linha e linho - como Gil e
Flora.
Teu, meu corpo banhado em tesão na
aurora.
Teus, meus versos banhados no rio de
Cora.
Bárbara Lia
Saturday, October 07, 2006
um tango com deus
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Ned Sabi - tango argentino
um tango com Deus
tranquei os covardes na sacristia
e explodi o templo
desci a rua de pedra rasgando em fúria
os ídolos e seus pedestais
as estátuas e seus ancestrais.
tranquei os covardes na sacristia
e tombei as torres áridas
que nunca chegarão ao céu
e impedem o tráfego
da poesia & pássaros.
tranquei os covardes na sacristia
guardei nas dobras da alma
os que amo e são meus,
na clareira incendiada de papoulas
dancei um tango com Deus.
Bárbara Lia
Wednesday, October 04, 2006
sol no cio
SOL NO CIO
(p/minha mãe)
A mulher coloca a laranja-da-terra no orvalho.
Corta o mamão verde em talhos,
esquenta o tacho em ternura e açúcar.
Mexe até que torne
sol transparente no cio
ou verde-éden passeando no céu da boca.
Também ela, translúcida e doce.
Minha transparência retira véus e inaugura farpas...
Não sei tornar frutas verdes em delícias vítreas.
Não deito no fogo o espírito indócil.
Não aprendi com ela
a deixar as dores de molho no orvalho,
a calar as palavras que derrubo no mais amado,
como um branco leite de fogo sem juízo.
E isto é tudo o que sonho:
Ser bela morena ao redor do tacho,
mudando o duro amargo das frutas e das horas
em verde-éden passeando no céu da memória,
e sol no cio desnudando labaredas de açúcar.
BÁRBARA LIA
Monday, October 02, 2006
noir
NOIR
Pombas bebem fagulhas
do sempiterno encanto,
nas pedras do Largo da Ordem.
O vidro do Memorial
reflete uma imagem
- Homem de negro
com violão nas costas –
Cristal líquido do meu gozo
impregnado em pedras.
Pássaras tontas
bicando o céu no chão.
O vento executa Bach,
e eterniza a imagem
(noir)
no vidro
transparente e alto
da armação.
BÁRBARA LIA
NOIR
edição do autor.
Ilustrações da artista plástica - Ane Fiúza - baiana radicada em Curitiba, que estuda na Faculdade de Artes do Paraná. Lançamento em data a ser definida na segunda quinzena de outubro, quem não mora aqui na fria cidade, e desejar adquirir NOIR, enviar e-mail para a poeta - barbaralia @gmail.com
o sal das rosas
O SAL DAS ROSAS
Leito de um rio de sal.
Cresce em mim
o desnecessário.
Apodreço em rosas.
Rio sem foz.
Lua duplo espelho
no coração das águas.
Lembranças,
esperanças.
Naufragam abraçadas
no involuntário rio
onde acordo.
BÁRBARA LIA
http://www.lummeeditor.com/
O Sal das Rosas, livro de poesias que condensa a produção poética da Bárbara Lia entre 2.002 - 2.005. Em fase de produção. Lançamento previsto até o final do ano, segundo o editor Francisco dos Santos. Algumas poesias já foram publicadas em revistas literárias, outras são inéditas. Tenho três filhos lindos - literalmente falando - tenho três "filhos-livros" lindos, da mesma forma. Dia de apresentar a família. A poesia - Mãos de abrir nuvens, postei abaixo para a Rebecca que não tem como adquirir "O Sorriso de Leonardo", também para o Azuma, que ficou sem a edição do meu primeiro livro de bolso que esgotou. Agora é torcer que logo possa acontecer os lançamentos dos irmãos caçulas - quase - gêmeos - um filosófico, pleno de interrogações (O sal das rosas), o outro passional, pleno de amor (Noir).
mãos de abrir nuvens
Ter mãos de abrir nuvens
Romper o velcro de baunilha
E espiar
Dentro a catedral
Dos sonhos
Um rito de encanto
Crianças e lagos
E mapas emaranhados
A Sexta Avenida
Deságua no Eufrates
E as barcas cruzam
De Bagdad ao Mojave
As mãos se enlaçam
Negras brancas
Amarelas azuis.
Ter mãos de abrir nuvens
Descobrir a alma de neve
E perfume
Que se fazem
Pássaros
Camelos
Bailarinas.
Quem possui mãos de abrir nuvens?
Quem rega pedras
E pesca pássaros
Em tempestades
E ancora no alto
Da montanha mais alta
Suas caravelas.
Quiçá Penélope,
Sem manto, grilhões e espera.
A abrir nuvens
Além da torre de concreto
Em pleno azul
Entre a brancura espumada.
Mãos de mulher livre
A abrir o velcro
Da humanidade encantada.
BÁRBARA LIA
Sunday, October 01, 2006
Olga
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Olga - Candido Portinari
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No site Germina tem mais informações sobre a Ópera Olga
(vou ver!). Vou estar em São Paulo. Valeu a dica do site
Germina.
Tem poesia minha lá no site, Germina é uma das páginas
que eu acho linda:
....
a ópera:
http://www.germinaliteratura.com.br/musica_olgaopera_set2006.htm
.
Theatro Municipal de São Paulo
apresenta
OLGA
Ópera em três atos de Jorge Antunes
de 14 a 16 de outubro 2.006 - detalhes no site germina.
de 14 a 16 de outubro 2.006 - detalhes no site germina.
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