Wednesday, May 17, 2006
ODE VERMELHA DE OILIGRIV
“Se Deus não existe, tudo é permitido”.
(Doistoiévski)
ODE VERMELHA DE OILIGRIV
(ou, sobre alguns dias em que São Paulo foi refém de Camacho)
Leu Dante na cela,
e incorporou um anti-poeta:
Virgílio às avessas.
Abriu o porão do ódio,
e não havia rosas se abrindo em elipses de céu...
Mostrou o reverso da trilha em uma Divina Tragédia -
como se desce fácil do céu ao inferno.
Conduziu com maestria seu exército negro,
bastou lembra-los:
Que eram rotos demais para andarem pelo Shopping,
feios demais para sentar na primeira fila do concerto,
quando a Orquestra Filarmônica tocava a Sinfonia da Paz.
Fedidos demais para irem a restaurantes
com suas toalhas de renda, suas cortinas de
tafetá da cor das areias do Saara.
A vida vendida em anúncios que eles nunca puderam comprar.
E sorrindo, em close, arquitetava em capítulos
a sua Ode Vermelha, o anti-poeta.
Oiligriv nome de cavaleiro do Apocalipse.
Um demônio, ou alguém para lembrar que aquilo que o amor
não alcança o ódio abraça.
O que o regime não recupera,
o crime incinera em promessas cinzas,
última escada do desesperado.
BÁRBARA LIA
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