Não nos peças a palavra que acerte cada lado
de nosso ânimo informe, e com letras de fogo
o aclare e resplandeça como açaflor
perdido em meio de poeirento prado.
Ah o homem que lá se vai seguro,
dos outros e de si próprio amigo,
e sua sombra descura que a canícula
estampa num escalavrado muro!
Não nos peças a fórmula que te possa abrir mundos,
e sim alguma sílaba torcida e seca como um ramo.
Hoje apenas podemos dizer-te
o que não somos, o que não queremos.
Tradução: Renato Xavier
Tuesday, July 03, 2007
Eugenio Montale - Non chiederci la parola
CIAO, AMORE CIAO

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Luigi Tenco.
*
La solita strada
bianca come il sale,
il grano da crescere
i campi da arare.
Guardare ogni giorno
se piove o c'e' il sole,
per saper se domani
si vive o si muore.
E un bel giorno dire
basta ... e andare via.
Ciao amore, ciao amore,
ciao amore ciao.
Ciao amore, ciao amore,
ciao amore ciao.
Andare via, lontano
cercare un altro mondo,
dire addio al cortile
andarsene sognando.
E poi mille strade
grigie come il fumo,
in un mondo di luci
sentirsi nessuno.
Saltare cent'anni
in un giorno solo,
dai carri nei campi
agli aerei nel cielo.
E non capirci niente
e aver voglia di tornare da te.
Ciao amore, ciao amore,
ciao amore ciao.
Ciao amore, ciao amore,
ciao amore ciao.
Non saper fare niente
in un mondo che sa tutto,
e non avere un soldo
nemmeno per tornare.
Ciao amore, ciao amore,
ciao amore ciao.
Ciao amore, ciao amore,
ciao amore ciao.
Luigi Tenco
A sólita estrada
branca como o sal,
o grão para crescer
os campos para arar.
Olhar cada dia
se chove ou faz sol,
para saber se amanhã
se vive ou se morre.
E um belo dia dizer
basta ... e ir embora.
Tchau amor, tchau amor,
tchau amor tchau.
Tchau amor, tchau amor,
tchau amor tchau.
Ir embora, longe
buscar um outro mundo,
dizer adeus ao pátios
e ir sonhando.
E após mil estradas
cinzentas como a fumaça,
num mundo de luzes
sentir-se ninguém.
Saltar cem anos
num só dia,
dos carros nos campos
aos aviões no céu.
E não entender nada
e ter vontade de voltar para ti.
Tchau amor, tchau amor,
tchau amor tchau.
Tchau amor, tchau amor,
tchau amor tchau.
Não saber fazer nada
num mundo que sabe tudo,
e não ter um dinheiro
nem mesmo para voltar.
Tchau amor, tchau amor,
tchau amor tchau.
Tchau amor, tchau amor,
tchau amor tchau.
***
"Esta bela musica, apresentada por Luigi Tenco ao Festival de Sanremo de 1967, foi a causa do seu trágico fim. De fato a musica classificou-se ao décimo segundo lugar e também na sucessiva repescagem lhe foi preferida a musica "Rivoluzione" de Gianni Pettenati. Tenco, arrasado, fechou-se no seu quarto do Hotel Savoy, onde foi encontrado morto com um furo de projétil na cabeça. Foi também encontrado um bilhete escrito de próprio punho que continha a seguinte mensagem: "Eu amei o publico italiano a quem dediquei inutilmente cinco anos da minha vida. Faço isto não por estar cansado de viver (pelo contrário) mas como gesto de protesto contra um publico que manda "Io tu e le rose" para a final e uma comissão julgadora que seleciona "La rivoluzione". Espero que sirva a esclarecer as idéias de alguém. Tchau. Luigi"."
- texto e música do site http://italiasempre.com/verpor/ciaoamore2.htm
* Quando Luigi Tenco morreu meus irmãos disseram que quem gravava a música Ciao amore, ciao também morria como ele morreu. Recentemente vasculhei sua biografia e descobri que, na verdade, a sua amante na época a cantora Dalida é que tinha um histórico um tanto tétrico - todos os homens que ele amou se mataram. Assim também, Luigi. O que eu não sabia quando era menina e ouvia suas canções é que ele era tão belo. A voz forte e potente era tudo o que sabia, a era do rádio me fazia associar Luigi a um homem velho, e no entanto, ele morreu com 28 anos, um rosto belo italiano e uma história muito estranha...
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ah! e a letra da canção é pura poesia.
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