Friday, June 03, 2011

Grandes Mulheres Grandes Amores VII

I




Toma-me. A tua boca de linho sobre a minha boca
Austera. Toma-me AGORA, ANTES
Antes que a carnadura se desfaça em sangue, antes
Da morte, amor, da minha morte, toma-me
Crava a tua mão, respira meu sopro, deglute
Em cadência minha escura agonia.



Tempo do corpo este tempo, da fome
Do de dentro. Corpo se conhecendo, lento,
Um sol de diamante alimentando o ventre,
O leite da tua carne, a minha
Fugidia.
E sobre nós este tempo futuro urdindo
Urdindo a grande teia. Sobre nós a vida
A vida se derramando. Cíclica. Escorrendo.



Te descobres vivo sob um jogo novo.
Te ordenas. E eu deliquescida: amor, amor,
Antes do muro, antes da terra, devo
Devo gritar a minha palavra, uma encantada
Ilharga
Na cálida textura de um rochedo. Devo gritar
Digo para mim mesma. Mas ao teu lado me estendo
Imensa. De púrpura. De prata. De delicadeza.


HILDA HILST

Júbilo, memória, noviciado da paixão


Um beijo em morse:
Hilda se encontra com Carlos Drummond de Andrade e este, superando sua renitente timidez, disse: "Você não dormiu com essa cara, não é? Os poemas estão tão bons que eu sei que você não dormiu com ele." "É verdade", respondeu Hilda.
A respeito de Hilda Hilst e de sua obra muito se disse. O próprio Drummond, em 1952, dedicou-lhe um poema, em que, entre outros versos, diz: "Então Hilda, que é sab(ilda) / Manda sua arma secreta: / Um beijo em morse ao poeta."
fonte deste texto - Globo Livros - http://globolivros.globo.com/


O amor proibido de Hilda

Grandes Mulheres Grandes Paixões VI

“No teu cabelo negro brilham estrelas
cadentes, arredias.
Para onde irão elas
tão cedo, resolutas?
– Vem, deixa eu lavá-lo, aqui nesta bacia
amassada e brilhante como a lua.”
Elizabeth Bishop
 
Lota Macedo

La nave va...

Um dedo de prosa

  Um Dedo de Prosa é um híbrido entre encontro de ideias, palestra e debate com o escritor, quer seja realizado em salas de aula, biblioteca...