Thursday, January 24, 2008

SERENATA






Uma noite de lua pálida e gerânios
ele viria com boca e mão incríveis
tocar flauta no jardim.
Estou no começo do meu desespero
e só vejo dois caminhos:
ou viro doida ou santa.
Eu que rejeito e exprobo
o que não for natural como sangue e veias
descubro que estou chorando todo dia,
os cabelos entristecidos,
a pele assaltada de indecisão.
Quando ele vier, porque é certo que ele vem,
de que modo vou chegar ao balcão sem juventude?
A lua, os gerânios e ele serão os mesmos
- só a mulher entre as coisas envelhece.
De que modo vou abrir a janela, se não for doida?
Como a fecharei, se não for santa?

ADÉLIA PRADO



Foto enviada por minha amiga Ana Mestre - Portugal (Luar azul)


La nave va...

O CORPO - O erotismo na poesia de Bárbara Lia

D ecidi publicar meu livro erótico, via financiamento coletivo, em um projeto de poucos dias. Depois, será possível adquirir sob demanda. ...