Velhas estradas bifurcadas
Lentas aparições de fantoches
Nas alamedas do nada
Bárbara Lia
A flor dentro da árvore
Poesia que participou do projeto
CODIGO COLETIVO: projeção de poemas em QR CODE, no Castelinho do Alto da Bronze, Centro Histórico de Porto Alegre. Instalação de Sandra Santos, parceria CIDADE POEMA, Laís Chaffe.
O poema em QR CODE:
Friday, September 16, 2011
Borboletas Negras
Sempre pensei - que leitura meu pai faria da minha poesia? Meu crítico essencial está morto, morreu antes que eu começasse a compor versos. Penso nele como o jardineiro que planta a semente e não está por perto quando floresce o jardim. Lembro nossas conversas longas, ele em sua cadeira de balanço sempre com um livro nas mãos. Nos debates ele aceitava o nascimento de uma louca utópica que acreditava em um mundo igual. Ele acreditava em sua Pátria e seu nacionalismo me assustava. Uma manhã eu disse que - não fosse menina, não vivesse em uma cidade morta do interior, eu iria aderir às fileiras dos rebeldes nos anos sessenta. Ele me olhou com aquela tristeza peculiar, sabendo que eu seria - sim - um daqueles "terroristas" como ele dizia e disse como quem sabe que a filha tem vontade própria desde pequenina e ficou repetindo - eu sei, eu sei, eu sei... Por esta estranha vivência com este poeta, no tempo em que nós dois éramos poetas sem palavras. Ele nunca escreveu poesias, e eu ainda não havia começado a pingar a alma no papel. Por esta memória renitente, quero ver este filme - Borboletas Negras. É isto que são as mulheres poetas, não é mesmo? Liberdade que assusta.
O filme conta a trajetória da poetisa sul-africana Ingrid Jonker que lutou, sem apoio de seu pai que era responsável pela censura do que era publicado na época, contra a desigualdade racial em pleno Apartheid, e que após sua morte teve seu poema "The Dead Child of Nyanga" lido e apontado por Nelson Mandela como um poema de uma das melhores poetisas sul-africanas em seu primeiro discurso ao Parlamento Sul-Africano.
The child is not dead by Ingrid Jonker
The child is not dead
The child lifts his fists against his mother
Who shouts Afrika ! shouts the breath
Of freedom and the veld
In the locations of the cordoned heart
The child lifts his fists against his father
in the march of the generations
who shouts Afrika ! shout the breath
of righteousness and blood
in the streets of his embattled pride
The child is not dead not at Langa nor at Nyanga
not at Orlando nor at Sharpeville
nor at the police station at Philippi
where he lies with a bullet through his brain
The child is the dark shadow of the soldiers
on guard with rifles Saracens and batons
the child is present at all assemblies and law-givings
the child peers through the windows of houses and into the hearts of mothers
this child who just wanted to play in the sun at Nyanga is everywhere
the child grown to a man treks through all Africa
the child grown into a giant journeys through the whole world
Without a pass
Subscribe to:
Posts (Atom)
La nave va...
'O Corpo' - Poesia - Bárbara Lia
Pré-venda do livro "O Corpo" “O Corpo” traz uma seleção que abrange duas décadas de poesia er*tic@, além de fragmentos de uma n...

-
Amedeo Modigliani Paris e um amor Ode de absinto E dança A voz de Piaf acorda As pedras de um beco: “C'est lui pour moi Moi pour lui...
-
Serviço: Lançamento da 2a. Temporada da websérie Pássaros Ruins Data: 11/09/2016 - Domingo Local: Cinemateca de Curiti...
-
Javier Beltrán (Federico García Lorca) e Robert Pattinson (Salvador Dalí) em uma cena do filme - Poucas Cinzas - que revi e voltei a sentir...
-
Louis Garrel _ Cena de "La Belle Personne" de Christophe Honoré "o poeta escreve sobre oceanos que não conhece...
-
É incrível que elas tenham nascido na mesma data, Clarice em 10 de dezembro de 1920 em Chechelnyk, Ucrânia e Emily Dickinso...
-
INSÔNIA Este é o século da nossa insônia Mentes plugadas em telas isonômicas Longe dos mitos e da cosmogonia Dopados de “soma” e ...
-
F rida inventou um novo verbo para dizer “eu te amo”: Yo te cielo. Rimbaud queria reinventar o amor: L'amour est à réinventer. quiç...
-
(Leitura poética de “Trato de Levante”) Livre. O poeta é livre. Canta Neruda com amor revolucionário. Depois que tanto...