Saturday, August 08, 2009
Choque de estrelas grávidas II

I am going to pass around in a minute some lovely, glossy-blue
picture postcards.
Num minuto vou passar para vocês vários cartões postais belos e bri-
lhantes.
Esta é a mala de couro que contém a famosa coleção.
Reparem nas minhas mãos, vazias.
Meus bolsos também estão vazios.
Meu chapéu também está vazio. Vejam. Minhas mangas.
Viro de costas, dou uma volta inteira.
Como todos podem ver, não há nenhum truque, nenhum alçapão
escondido, nem jogos de luz enganadores.
A mala repousa nesta cadeira aqui.
Abro a mala com esta chave mestra em cerimônias
do tipo, se me permitem a brincadeira.
A primeira coisa que encontramos na mala, por cima de tudo,
é — adivinhem — um par de luvas.
Ei-las.
Pelica.
Coisa fina.
Visto as luvas — mão esquerda... mão direita... corte... perfeito.
Isso me lembra...
Um jovem artista perdido na elegante Berlim da Belle
Époque, sozinho, em vão procurando por
prazer. Passa um grupo ruidoso
de patinadores, e uma mulher de branco deixa cair
a sua luva, uma luva com seis botões, branca, longa, perfumada.
O jovem corre, apanha
a luva, mas reluta se deve aceitar ou não o desafio.
Afinal decide ignorá-lo, guarda a luva no bolso e volta caminhando para o seu hotel por ruas
mal iluminadas.
Mas assim me desvio do meu propósito desta noite.
...
Quem está morrendo, amor
precisa de tão pouco
um copo d'água o rosto discreto de uma flor
um leque talvez uma dor amiga
e a certeza que nenhuma cor do arco-íris perceba
quando embora for
Tradução de Ana Cristina César
http://www.germinaliteratura.com.br/ed.htm
...
fonte - wikipédia
choque de estrelas grávidas I
Alfonsina Storni: Tu me queres branca
Tu me queres branca,
Me queres de espumas,
Me queres de nácar.
Que eu seja açucena
Sobre todas casta.
De perfume tênue.
Corola cerrada.
Nem raio de lua
Filtrado me haja,
Nem a margarida
Minha irmã se diga;
Tu me queres branca,
Tu me queres nívea,
Tu me queres casta.
Tu, que em mão tiveste
Já todas as taças,
E de méis e frutos
Os lábios morados;
Tu, que no banquete,
Coberto de pâmpanos,
As carnes deixaste,
Festejando a Baco;
Tu que no negrume
Dos jardins do Engano,
Vestido de rubro
Correste ao Estrago;
Tu, que o esqueleto
Conservas intato
Eu não sei ainda
Por que altos milagres,
Me pretendes branca
(Que Deus te perdoe),
Me pretendes casta
(Que Deus te perdoe),
Me pretendes alva.
Foge para os bosques;
Vai para a montanha;
Limpa bem a boca,
Mora nas cabanas;
Com as mãos apalpa
A terra molhada;
Alimenta o corpo
com raiz amarga;
Bebe a água das rochas,
Dorme sobre a escarcha;
Renova tecidos
Com salitre e água;
Conversa com os pássaros,
Desperta com a alva.
E enfim, quando as carnes
Te forem tornadas,
E quando hajas posto
Nelas a tua alma
Que pelas alcovas
Ficou enredada,
Então, ó bom homem,
Pretende-me branca,
Pretende-me nívea,
Pretende-me casta.
Grandes Vozes Líricas Hispano-Americanas
Seleção e Tradução: Aurélio Buarque de Holanda Ferreira
Editora Nova Fronteira – edição 1990
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