Á TUA ESPERA
Nem percebi
e era o fim da trilha.
Não me adiantei com fogo
e coberta
e já se fazia noite.
Não enchi o cantil na fonte
e era só deserto.
Segui a estrela e estrela não era,
era o farol da última ilha
antes do inferno.
O jasmim plantado
floresceu em cacto.
Acreditei
na letra da canção
e era falsa a tradução.
Agarrada à pedra esgarçada,
medito homéricas saídas.
Bastava olhar abaixo
no fim do abismo
a rede-manto-verde.
Mil vezes tecida em noites em claro,
despistando amores vadios.
- Sussurro de Penélope a me dizer,
todo engano – até mesmo a pedra –
era pura tessitura à tua espera.
Nem percebi
e era o fim da trilha.
Não me adiantei com fogo
e coberta
e já se fazia noite.
Não enchi o cantil na fonte
e era só deserto.
Segui a estrela e estrela não era,
era o farol da última ilha
antes do inferno.
O jasmim plantado
floresceu em cacto.
Acreditei
na letra da canção
e era falsa a tradução.
Agarrada à pedra esgarçada,
medito homéricas saídas.
Bastava olhar abaixo
no fim do abismo
a rede-manto-verde.
Mil vezes tecida em noites em claro,
despistando amores vadios.
- Sussurro de Penélope a me dizer,
todo engano – até mesmo a pedra –
era pura tessitura à tua espera.
_ Bárbara Lia_
fotografia by jeff sheldon
fotografia by jeff sheldon