Monday, October 02, 2006

noir


NOIR

Pombas bebem fagulhas
do sempiterno encanto,
nas pedras do Largo da Ordem.
O vidro do Memorial
reflete uma imagem
- Homem de negro
com violão nas costas –
Cristal líquido do meu gozo
impregnado em pedras.
Pássaras tontas
bicando o céu no chão.
O vento executa Bach,
e eterniza a imagem

(noir)
no vidro

transparente e alto
da armação.

BÁRBARA LIA


NOIR
edição do autor.
Ilustrações da artista plástica - Ane Fiúza - baiana radicada em Curitiba, que estuda na Faculdade de Artes do Paraná. Lançamento em data a ser definida na segunda quinzena de outubro, quem não mora aqui na fria cidade, e desejar adquirir NOIR, enviar e-mail para a poeta - barbaralia @gmail.com

o sal das rosas










O SAL DAS ROSAS

Leito de um rio de sal.
Cresce em mim
o desnecessário.


Apodreço em rosas.
Rio sem foz.
Lua duplo espelho
no coração das águas.


Lembranças,
esperanças.
Naufragam abraçadas
no involuntário rio
onde acordo.


BÁRBARA LIA

http://www.lummeeditor.com/

O Sal das Rosas, livro de poesias que condensa a produção poética da Bárbara Lia entre 2.002 - 2.005. Em fase de produção. Lançamento previsto até o final do ano, segundo o editor Francisco dos Santos. Algumas poesias já foram publicadas em revistas literárias, outras são inéditas. Tenho três filhos lindos - literalmente falando - tenho três "filhos-livros" lindos, da mesma forma. Dia de apresentar a família. A poesia - Mãos de abrir nuvens, postei abaixo para a Rebecca que não tem como adquirir "O Sorriso de Leonardo", também para o Azuma, que ficou sem a edição do meu primeiro livro de bolso que esgotou. Agora é torcer que logo possa acontecer os lançamentos dos irmãos caçulas - quase - gêmeos - um filosófico, pleno de interrogações (O sal das rosas), o outro passional, pleno de amor (Noir).

mãos de abrir nuvens























Ter mãos de abrir nuvens
Romper o velcro de baunilha
E espiar
Dentro a catedral
Dos sonhos
Um rito de encanto
Crianças e lagos
E mapas emaranhados
A Sexta Avenida
Deságua no Eufrates
E as barcas cruzam
De Bagdad ao Mojave
As mãos se enlaçam
Negras brancas
Amarelas azuis.

Ter mãos de abrir nuvens
Descobrir a alma de neve
E perfume
Que se fazem
Pássaros
Camelos
Bailarinas.


Quem possui mãos de abrir nuvens?
Quem rega pedras
E pesca pássaros
Em tempestades
E ancora no alto
Da montanha mais alta
Suas caravelas.


Quiçá Penélope,
Sem manto, grilhões e espera.
A abrir nuvens
Além da torre de concreto
Em pleno azul
Entre a brancura espumada.
Mãos de mulher livre
A abrir o velcro
Da humanidade encantada.
BÁRBARA LIA






La nave va...

Um dedo de prosa

  Um Dedo de Prosa é um híbrido entre encontro de ideias, palestra e debate com o escritor, quer seja realizado em salas de aula, biblioteca...