Wednesday, August 31, 2005

Stalingrado coração


Stalingrado coração - sangue e amputações, cercas de arame com soldados estirados e fuzis cravados ao lado como cruz-metade. Stalingrado coração, esqueletos de casas, nenhuma flor na paisagem, botas rangendo a neve vermelha, silvos, bombardeios, doces lágrimas de adeus. Stalingrado coração, nenhuma alegoria, nada na mesa, nenhum vinho para coroar a noite de amantes, não há amantes. Stalingrado coração repleto de lenços brancos de despedida, repleto de fardas enlameadas, repleto de ausências que ardem em olhos azuis de meninos russos, repletos de saudades lambendo a noite, que não cessa, nem quando o dia arde na neve, que vai ser vermelha, sempre vermelha. Mais uma batalha, mais uma batalha, mais uma batalha, mais um amor que chega para abalar os alicerces, demolir a casa, atirar fogo aos navios, amputar as pernas, tocar uma melodia de canhões, de fuzis engalanados com uma cor vermelha, suástica canina. Esta imortal sanha de nazi, solidão nazista que me segue. Stalingrado coração resiste, para que a solidão não destrua a barreira última e se instale. Solidão vencida, que alguém me conquiste, que este alguém me conquiste, decepe a sede, arranque os alarmes, remova todos os cadáveres, remova a neve devolva vida aos ossos congelados. Stalingrado coração metralhado, rubro, sangra e resiste, e resiste e se prepara, para mais uma batalha, mais uma batalha. Stalingrado coração, por mais que sangre, nunca desiste, como se amar fosse minha pedra de Sisifo.
Bárbara Lia - 31.08.2005

leituras - jovita / tao te king / tras la loba espectral


nunca te quebrarás em mim
em farpas de vidro
não rasgarás minha alma
como outras almas
estilhaçadas
és cristal
taça-graal sonhado
e nunca
te quebrarás em mim.
.bárbara lia.




- lendo o romance histórico - Jovita . a Joana D'arc brasileira . de Assis Brasil.
enfoca a guerra do Paraguai - o genocídio americano.
- relendo Tao Te King, e Tras la loba espectral de Luis Eduardo Rendón, poeta
da Colômbia, um dos organizadores do Festival de Poesia Medellin.

La electricidad de la i

Luis Eduardo Rendón

La electricidad de la i
está en el Ying
en el I Ching
en el iris de Isis
en el ibis de Pisiquis
y también
en el mitin del fin
en un ring
en un filme de striptease
en el número Pi
en el ají
en un CD de Liszt
en un chip
en un kikiriki
en un kiss me
en un whisky de zinc (incluido el sniff)
en un link de Tribilín
en un mini bikini
y quizá en un Inri en sleeping
pero la electricidad de la i
no está en un misil
ni en un click
ni en el tic de un civil
ni en el chic del vivir
ni en hit de un cirirí
ni en el spleen de un gamín
ni en un tití con rinitis
ni en la bilis de un hippie
ni en la crisis de un visir en el Mississippi.

La nave va...

Um dedo de prosa

  Um Dedo de Prosa é um híbrido entre encontro de ideias, palestra e debate com o escritor, quer seja realizado em salas de aula, biblioteca...