Thursday, September 14, 2006
dragonfly
onde vai você?
demoiselle bleu
asas de seda entre
árvores negras
abaixo a água pura e
folhas do bosque
raiadas de sol.
onde vai você?
demoiselle feu
estrelinhas azuis
em suas orelhas
a comandar o futuro:
- “voa! voa!
dragonfly!
não espere o dia
nem as mariposas
nem as raposas”
- “voa! voa!
dragonfly!
não há mais lendas
tendas
vestidos de rendas
apenas o vôo
- dragonfly -
apenas o vôo,
nada mais”
BÁRBARA LIA
p/minha aluna Jacqueline, apaixonada por libélulas.
UM LIVRO DE POESIAS, POR FAVOR! (III)
O SONO DE GOYA
"Que ninguém possa jamais esquecer esta noite.
Hoje, tocarei a flauta de minha própria coluna vertebral"
(Maiakóvski)
Sonhei com serpentes mortas
dentes cerrados, ventos distantes,
touros,
festins negros
e maré alta -
Quem soprou esses ventos
nas flautas das vértebras
e verteu febre nos dedos
para que compusésemos vendavais
e folheássemos o diário de ouro
que o Deus tocou
que só nos fez chorar?
Quem varreu os cílios
Com o zoom sorrateiro
Da visão do sem nome?
Quem disse:
- Quem beber dessa água lembrará -
essa é a fonte da memória
Quem disse que era Deus?
MÁRCIO DAVIE CLAUDINO DA CRUZ
UM LIVRO DE POESIAS, POR FAVOR! (II) Luciana Cañete
UM LIVRO DE POESIAS, POR FAVOR! (II)
Será que é demasiado verde a fruta da tua alma?
Será que é demasiado doce a romã do meu ventre?
Descompasso cítrico que
soa como mentira
em minhas pupilas.
LUCIANA CAÑETE
Será que é demasiado verde a fruta da tua alma?
Será que é demasiado doce a romã do meu ventre?
Descompasso cítrico que
soa como mentira
em minhas pupilas.
LUCIANA CAÑETE
UM LIVRO DE POESIAS, POR FAVOR (I)

.
Rodrigo Madeira
UM LIVRO DE POESIAS, POR FAVOR (I)
FOTOGRAFIA
onde viridiana, lisandra, babi?
e os filhos que sonhamos antes
da primeira menstruação?
onde elas todas?
o amigo que mudou de cidade?
a vira-lata prenhe no muro de casa acostada?
onde a casa?
onde as antífonas da capelinha?
onde o sol foz-iguaçuense?
que me escarnou a pele
e me tisnou o rosto:
pequeno caçador etíope.
onde as amoreiras?
que eram árvores sem nome
e davam amoras
(dói saber que as árvores têm nomes,
que as amoreiras dão amoras, dói saber).
onde tudo isso?
em mim é que não permanecem.
talvez o passado exista sem ser memória
na dispersão da aura,
na concentração das pedras.
mesmo a lembrança, existe?
talvez apenas borrifou-se-me
um perfume antigo nos olhos
e eles ardem um sol nascente
e eles choram o orvalho do capim.
talvez apenas
o menino se esqueceu de mim
RODRIGO MADEIRA
poesia do site po&teias:
http://br.geocities.com/poeteias/index.htm
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