Monday, February 27, 2012

Dissidentes





Quando te expulsam de um sistema pode ser o inverso do que está no Gênesis. Se te sobrar  um único lugar, pode ser que este lugar seja o Paraíso. E o Paraíso não é muito habitado, mas, é o Paraíso. Sempre que alguém tenta me dizer que não devo ser esta dissidente, que não é salutar se isolar, eu penso nesta verdade que me assusta: Anularam a individualidade. O mundo só existe em comunidade, em grupos. Ter uma mente livre e se sentir completo a sós é algo tão inexplicável e assusta alguns, é como se dessem de cara com um ET. Os rumos das relações neste Milênio assusta. Pego meus papéis, ligo minha música e fico aqui pensando. E não me incomoda pensar. Ainda que Fernando Pessoa tenha escrito que - pensar incomoda como andar à chuva -
Eu amo a chuva...
E amei este texto que fala sobre a Liberdade de Pensar:


"E agora existem forças que enaltecem o conceito de grupo e que declararam uma guerra de exterminação a essa preciosidade, a mente do homem. Através das mais variadas formas de pressão, repressão, culto, e outros métodos violentos de condicionamento, a mente livre tem sido perseguida, roubada, drogada, exterminada. E este é um rumo de suicídio colectivo que a nossa espécie parece ter tomado.
E é nisto que eu acredito: que a mente livre e criativa do homem individual é a coisa mais valiosa no mundo. E é por isto que eu estou disposto a lutar: pela liberdade da mente tomar qualquer direcção que queira, sem direcção. E é contra isto que eu vou lutar com todas as minhas forças: qualquer religião, qualquer governo que limite ou destrua o indivíduo. É isto que eu sou e é esta a minha causa. Posso até compreender que um sistema baseado num padrão tenha que destruir a mente livre, pois esta é a única coisa que pode inspeccionar e destruir um sistema deste tipo. Concerteza que compreendo, mas lutarei contra isso por forma a preservar a única coisa que nos separa das restantes espécies. Pois se a mente livre for morta, estaremos perdidos."



John Steinbeck, in 'A Leste do Paraíso'

Sobrou o cinema...



Quando eu era adolescente eu nunca assistia ao Oscar, por uma norma da casa a televisão era desligada às dez da noite. Sempre via o replay no sábado à tarde. Não tinha a mesma emoção de acompanhar a cerimônia ao vivo, mas, como sempre amei o Cinema, eu assistia e foi assim que o Oscar sempre fez parte da minha vida. Quando fui viver na minha própria casa, incorporei o ritual, ficar acordada madrugada adentro para conhecer os vencedores e viver ao vivo o desenrolar da festa. Ontem dormi no sofá, mas, tentei. Vi quase toda a cerimônia do Oscar, creio que só perdi a entrega do prêmio de melhor diretor e melhor ator. É certo que nada é perfeito e não dá para entender o prêmio de melhor canção. Mas, nós brasileiros somos mesmo especiais. Seguimos com esta constelação de ótimos músicos, samba, bossa-nova e nossos monstros sagrados. Não é um Oscar mal direcionado que vai apagar o brilho da nossa alma musical.
O cinema e sua magia ainda é uma das poucas nuances poéticas que tocam a nossa vida.
Está cada dia mais difícil tocar o âmago da Beleza, traduzi-la. Por isto todos se extasiam quando alguém atira diante dos olhos todo o nosso desejo personificado.

A flor dentro da árvore


“Dame el ocaso en una copa!”


Velhas estradas bifurcadas
Lentas aparições de fantoches
Nas alamedas do nada

Bárbara Lia
A flor dentro da árvore
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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A poesia em QRCode integrou o projeto da poeta Sandra Santos. Exposições de poesias em QRCode no Castelinho Alto Bronze e no Memorial do Rio Grande do Sul, dentro da 57ª Feira do Livro de Porto Alegre.
O livro - A flor dentro da árvore - publicação mais recente. Apresentação do livro AQUI

La nave va...

Um dedo de prosa

  Um Dedo de Prosa é um híbrido entre encontro de ideias, palestra e debate com o escritor, quer seja realizado em salas de aula, biblioteca...