Saturday, May 31, 2008

IL POSTINO

...
Número 01. As ondas em Cala di Sotto. Ondas Pequenas.
Número 02. Ondas grandes.
Número 03. O vento nos rochedos.
Número 04. O vento nos arbustos.
Número 05. As redes tristes do meu pai.
Número 06. O sino da Igreja... com o padre.
Número 07. céu estrelado da ilha.
Número 08. Coração de Pablito.

...
Mario Ruopollo é um destes personagens que ganham vida real - de carne e alma. Mássimo Troisi encanta e nos encanta quando descobrimos que foi dele a idéia que gestou o filme, a partir do seu encantamento com o livro de Antonio Skármeta. Eu sempre pensava que o filme em Isla Negra ficaria mais fiel ao livro. O carteiro sentado na areia engulindo os telegramas que chegaram de muitos países oferecendo asilo ao poeta (que decidiu permanecer e morrer no Chile). Mas, é um filme que fala de metáforas. E a metáfora de uma ilha pequena, de pessoas tão simples como aquelas que Neruda cantava. De luta, como ele vivia. De poesia de amor que era uma das marcas do poeta.
Massimo Troisi trouxe até sua terra o poeta, enovelou tudo em poesia e construiu uma das mais belas cenas, quando captou a beleza da ilha - de ventos, estrelas e cuore de pablito... e a metáfora tão bem construida pelo carteiro - rede triste de mio padre.

Friday, May 30, 2008

RIMBAUD



Jean-Nicolas Arthur Rimbaud
"Eu amava as pinturas idiotas em cima das portas, cenários, lonas de saltimbancos, insígnias, iluminuras populares, literatura fora de moda, latim de igreja, livros eróticos com ortografia errada, romances de nossas avós, contos de fadas, livrinhos infantis, óperas velhas, refrões imbecis, ritmos ingênuos"

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Ela foi encontrada!
Quem? A eternidade.
É o mar misturado
Ao sol.

*
Eu não falarei,
Eu não pensarei mais
mas um amor imenso
entrará na minha alma.

***

Para Rimbaud a poesia era uma alquimia - verbo e sentidos.

Descobriu bem cedo o segredo corpo/alma do poema. Que vale para a arte e para as relações - o infinito pode definir esta imagem




– A Lemniscata de Bernoulli –


Pode ser absolutamente matemático incluir este signo em um pensamento metafísico ou poético, mas, é a junção perfeita. Onde não há fissura – corpo/alma – verbo/sentidos. Na poesia o verbo é a materialidade daquilo que se avoluma como avalanche, ou big bang ou terremoto pensamento-relâmpago dentro da alma do poeta. E ele verte para a matéria, acionando o verbo, materializando o poema. Estive pensando nestas pequeninas faíscas que escapam da obra de Rimbaud e que ficam iluminando os poetas pelo mundo inteiro. Tudo isto flui após ter visto – finalmente – o filme Eclipse de uma paixão, que conta a tumultuada história de amor de Rimbaud e Verlaine. Sou muito arisca aos filmes, eles conseguem demolir as obras de arte, caricaturar belos livros. Mas, alguma coisa deste filme dirigido por Agnieszka Holland suscitou em mim a grande chama, compus alguns poemas, escrevi ao embalo da aura de fogo de Rimbaud, e fiquei tocada com suas frases ásperas ao amante. O amor precisa ser reinventado!! Isto é genial. Nem sei mesmo se o menino Rimbaud pronunciou estas palavras, mas, certamente as teria dito. E a insistência em querer saber de Verlaine se ele amava a alma de sua esposa, ou apenas o corpo. Verlaine insistia em dizer que era só o corpo, talvez por isto o menino não sente culpa por roubá-lo da mulher. Só na alma pode residir o amor, só na alma. Os corpos suscitam paixões. O amor é esta união indivisível da lemniscata – um é continuação do outro e um retorna ao outro sem saber onde termina um e começa o outro. Foi bom ter visto o filme. Muito embora o esforço de Leonardo de Caprio tenha dado vida a um Rimbaud quase verdadeiro, o verdadeiro Rimbaud eu o imagino menos criança que no filme, eu o vejo sério, muito sério, de uma genialidade que assombra. Eu o vejo inquieto, mas, de uma inquietude que quer descascar as membranas da vida para acolher os pobres, as crianças, os abandonados. Eu o vejo místico, acreditando que os animais rezam e que o amor deve mesmo ser reinventado. Eu o vejo segurando com as mãos a rosa de fogo do amor, que se materializa em ferida no tiro do amante.

Ne me quitte pas - Nina Simone

Nosso primeiro olhar
acendeu luzeiros
e nunca saberemos
quem amou primeiro
BÁRBARA LIA

Thursday, May 29, 2008

Coral da UFPR

Carolina Maia me convida para apresentação do Coral da UFPR. Carol é atriz, integrante do Grupo Processo Artes Mundiais. Vou assistir a Carol no Coral. Me embriagar de música.
Coral da UFPR!
Dias 30, 31 de maio e 01 de junho às 20h30 no Teatro da Reitoria.
A entrada é 1 kg de alimento.
No repertório trechos da Criação de Haydin e do Stabat Mater de Karol Szymanowski.
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O Coral da UFPR foi fundado em 17 de outubro de 1958 pelo Maestro Mário Garau, por ocasião da inauguração do Auditório da Reitoria, com a presença do então ministro da Educação e Cultura, Clóvis Salgado, e do reitor Flávio Suplicy de Lacerda. Nesses 40 anos, passaram pelo grupo cerca de 5000 pessoas, que participaram de mais de 450 apresentações.

Porão Loquax






Porão Loquax com Cósimo de Médici, Dante Alighieri e exposição
21h abertura da exposição "Retratos" de Albert Nane.

Albert Nane é fotógrafo, fundador do Cenáculo Asa e organizador da Mostra Independente de Fotografia.
22:30h leitura dramática da peça "Cósimo de Médici" de Fabricio Vaz Nunes.
Serão apresentados em primeiríssima mão trechos da peça que trata dos últimos dias de um dos homens mais importantes da Europa no século XV, uma trama de ficção histórica do historiador da arte e escritor Fabrício Vaz Nunes, com Pagu Leal, Gloecyr Alves e Andy Gercker.
23h A Comédia Divina de Dante Alighieri
O grupo de estudos organizado por Paulo Bearzoti e Rodolfo Jaruga recitará trechos da obra de Dante Alighieri, de traduções de excertos e de composições por ela influenciadas. Entrada R$1,99
Wonka Bar: Trajano Reis, 326
fones 3026 6272 : 9142 0810

Leão lírico



Recebi o convite para lançamento do livro de Elaine Pauvolid
- Leão Lírico. Elaine mora no Rio e edita a Revista Aliás (link
ao lado)

Dia 2 de junho
Livraria da Travessa
rua Visconde de Pirajá, 572,
Ipanema.
20h.

Tuesday, May 27, 2008

Minas Gerais



Maria Fumaça (João Barcelos)


(A primeira vez que vi meu pai chorar foi em Ouro Preto, diante do túmulo de Bárbara Heliodora. De Minas veio meu nome, o que meu pai escolheu, de alguém que ele admirava. Frei Betto sugeriu, em um batismo literário, tirar meu sobrenome assinar meus textos como Bárbara Lia. Estes textos são de poetas e escritores mineiros que conheci nesta trajetória poética. Ainda falta de Ana Lúcia Vasconcelos, e com certeza de outros mais. É apenas uma pincelada, uma Maria-Fumaça rasgando o azul)



De Minas

Era domingo, a noivinha mineira toda feliz porque agora ia, subiu na charrete e zarpou. Passando no Triângulo o cavalo não fez a curva, a noiva caiu de cabeça. O noivo até hoje espera, capiau no altar, sozinho. O cravo, murchinho, na lapela, cheirando a defunto.
Leonardo Fernandes Paiva



Domingo de circo

Toda tua chegada nessa radiosa manhã de domingo enbandeirada de infância. Solene e festivo circo armado no terreno baldio do meu coração.
As piruetas do palhaço são malabaristas alegrias na vertigem de não saber o que faço.
Rugem feras em meu sangue; cortam-me espadas de fogo.
Motos loucas no globo da morte, rufar de tambores nas entranhas, anúncio espanholado de espetáculo, fazem de tua chegada minha sorte.
Domingo redondo aberto picadeiro, ensolarado por tão forte ardor, me refunde queima alucina: olhos vendados, sem rede sobre o chão, atiro-me do trapézio em teu amor.

Frei Betto
(A arte de semear estrelas – Ed Rocco)
- Escritor e Assessor de Movimentos Sociais. Nascido em Belo Horizonte, estudou jornalismo, antropologia, filosofia e teologia. Autor de 54 livros de diversos gênios literários. Prêmio Jabuti, 1982 pelo livro de memórias – Batismo de Sangue – Prêmio Juca Pato por Fidel e a Religião. Típicos tipos – coletânea de perfis literários (Jabuti de Crônicas e Contos – 2.005).





PRANTO PARA COMOVER JONATHAN

Os diamantes são indestrutíveis?
Mais é meu amor.
O mar é imenso?
Meu amor é maior,
mais belo sem ornamentos
do que um campo de flores.
Mais triste do que a morte,
mais desesperançado
do que a onda batendo no rochedo,
mais tenaz que o rochedo.
Ama e nem sabe mais o que ama.
Adélia Prado
nasceu em Divinópolis, Minas Gerais, no dia 13 de dezembro de 1935
(Ontem escolhi os meus pais-poetas. Sou filha de Rimbaud e Adélia Prado, ou, ao menos se eu pudesse escolher eu optaria pelo delírio de Rimbaud em seu barco bêbado, pela ternura de Adélia em sua casa pintada de amarelo, amanhecendo sempre, sempre, sempre...)

*

existe uma cerca de arame farpado
suspensa e tensa a flutuar
seu corte é fino
sangra, inflama a carne
a alma queima e arde por respirar

girassóis atropelados camuflados no lixo
agora passeiam cúmplices junto aos urubus
Renato Gil
Labirintos – editora Por Ora


Livro vencedor do prêmio de Poesia entregue pela UBE-RJ em 1997. Renato e eu, os únicos premiados sem acompanhante naquele prédio lá em Botafogo, em junho de 1998. Conhecia apenas dois poetas no Rio, naquela ocasião: Mano Melo e Cristina Villaça. Cristina estava dando aulas em Teresópolis e Mano – que viria para o evento – teve que regravar o último capítulo da novela Mandacaru e não apareceu. No outro dia foi meu guia turístico. Atencioso, me apresentou lugares do Rio antigo, e me fez rir e conheci a Cinelândia, comemos macarronada. Visitei Paquetá, foi um passeio e tanto. Meu primeiro prêmio, quis ir lá, mesmo que fosse apenas uma Menção Honrosa com uma crônica que escrevi sobre a Rua que eu amo, a Rua XV. “Se essa rua, se essa rua fosse minha...”
Stella Leonardos me apresentou o Renato, dois perdidos naquele evento, um menino lindo, claro, de uma inteligência que saltava em cada palavra. Nunca mais vi Renato, mas, ele me entregou o seu livro ali mesmo no Teatro, e escreveu – “Para Bárbara do Sul, que o norte lhe seja claro”

Re-encontro
Vício antigo
superado
de repente
se faz presente
acordado!
(O meigo menino
escondido
em teu olhar.)
A melodia da voz
trouxe em flauta
para nova pauta
o velho nós.Tânia Diniz
Natural de Dores do Indaiá, MG vive em BH, onde se graduou em Letras pela UFMG (português, francês, italiano, espanhol). Poeta e contista premiada, tem publicações impressas e virtuais, no país e no exterior. Participa de várias antologias e é citada em diversos Dicionários de Escritoras, como o de Nelly Novaes Coelho (USP). É haicaísta. Idealizadora e editora do mural poético Mulheres Emergentes (1989)
http://mulheresemergentes.blogspot.com/

Sunday, May 25, 2008

Bárbara sonora

Sou musical, a música vive em minhas veias. Mas, nunca aprendi mais que alguns acordes nas aulas de violão com a minha querida Rose Albuquerque, quando eu tinha... 25?
Por isto, penso gravar um cd com minhas poesias. Com cuidado e sem pressa, vou pensar sobre isto. Mas, enquanto isto, algumas pessoas me presentearam colocando alguns poemas na rede, com música e interpretação e todo o carinho que me faz ir em frente...
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Podcasts
Profana foi meu primeiro poema a figurar em um podcast, no site Caiowas do Caio Carmacho, em março de 2.007. Para ouvir - Aos que chegam em vãos:
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Rogério Santos me enviou, certa vez, a gravação de Luzes de Marfim, na voz de sua filha Marília Gabriela. Neste momento não estou sabendo como configurar este blog nem mesmo para os vídeos do youtube. Gostaria de colocar no site a gravação da poesia onde a Marilia declama, com sua voz tão lindinha, um poema de levezas - Luzes de Marfim. Depois, Rogério colocou em seus sites - Neuroscópio e Anônimo - duas poesias minhas - Meu Aleph e Transbordar.
Trans/bordar:
Meu Aleph:

Saturday, May 24, 2008

Mia Couto

...

A mãe de Mia Couto rezava
para ele não se tornar poeta.
Nada altera a gênese desta raça,
nem mesmo a reza.

- Bárbara Lia - escrito enquanto via o Mia na Roda-Viva da Tv Cultura.

...


Pergunta-me


Pergunta-me
se ainda és o meu fogo
se acendes ainda
o minuto de cinza
se despertas
a ave magoada
que se queda
na árvore do meu sangue

Pergunta-me
se o vento não traz nada
se o vento tudo arrasta
se na quietude do lago
repousaram a fúria
e o tropel de mil cavalos

Pergunta-me
se te voltei a encontrar
de todas as vezes que me detive
junto das pontes enevoadas
e se eras tu
quem eu via
na infinita dispersão do meu ser
se eras tu
que reunia pedaços do meu poema
reconstruindo
a folha rasgada
na minha mão descrente

Qualquer coisa
pergunta-me qualquer coisa
uma tolice
um mistério indecifrável
simplesmente
para que eu saiba
que queres ainda saber
para que mesmo sem te responder
saibas o que te quero dizer

Janeiro 1981
- MIA COUTO - Raiz de Orvalho e outros poemas (Ed. Caminho)

Outono florido

Lírios vermelhos que lembram a infância:Buganvílias do meu portal:
Beijos da serra:


Ontem saí fotografando o jardim do prédio onde eu vivo...

Patchouli



Mês passado entrei em uma exposição do Boticário lá no Estação Plaza - História do Perfume no Brasil. Agora recebi um lindo presente da minha querida amiga Marina Teixeira, lá de Belém do Pará. A bonequinha de patchouli, e muitos sachês de patchouli. É um tanto distante Belém, mas, vez por outra Belém me visita. Em 2001 trabalhei com Ana Marcelle que é lá do Pará, e fiquei a pensar na alma dos paraenses. Minha madrinha é de lá. Minha Tia Yolanda, que eu não vejo faz muito tempo, pois também vive em distantes terras - Rondônia - Mato Grosso. Tia Yolanda fala macio, uma lady. Vez por outra eu penso nesta doçura do Pará, nas conversas com Ana, voz suave, idem. Belém tem esta poesia delicada, de voz feminina, porte gracioso e agora, um cheiro ardente de Patchouli.
Na exposição que visitei encontrei raridades e copiei em meu caderno uma infinidade de palavras. É de lá também, do Pará, que vem o sabonete Phebo, que minha avó usava, e que impregnava seu quarto daquele perfume inesquecível e inconfundível. Por pura curiosidade, pela forma em que estava descrito o sabonete em uma página de uma revista antiga, daquelas que minha mãe tinha, eu copiei o texto:
...
Sabonete Pará
"Diáfano"
À base de pau-rosa é a incomparável criação em que se resumem, num milagre de olencia e delicadêsa, os mírificos aromas, as estranhas essencias, os deliciosos oleos balsamicos da lendaria Selva Amazonica. Sua espuma sobre a péle, frêsca e suave é uma sutil carícia, como um leve sôpro da própria alma de sua inedita fragrancia.
Daí o prestígio com que significa bom gosto e finura, na preferência das pessôas cuja epiderme é expressão de saúde e tratamento, porque traduz, na suavidade do perfume e na exelencia de rigorosa manipulação, propiciatoria de salutar euforia, todos os mistérios aromais da "Terra imatura".
...
Terra imatura é pura poesia, fiquei colhendo palavras pelo recinto, que tinha bem mais que o perfume - no Brasil - apenas. Além do famoso Phebo (óleo de pau-rosa, sândalo, cravo e canela), Leite de rosas, Sabonete aristolino... A exposição iniciava lá no antigo Egito, e tinha pequenos frascos de alabastro, um ânfora púnica, um balsamário de vidro de Cartago... Adentrava os segredos de Cleopatra. Passava pela Babilônia. Contava da Perfumaria fundada em 1612 por Catarina de Médici... Poético também é L'heure bleu (guerlain) de 1912...
A hora azul!
Perfume per(através) fumum(fumaça)
Hora azul e perfumada.
..

Curtas na cinemateca



Convite da alumiar filmes e Pé em Quadro Filmes para o lançamento do curta metragem “Lavanderia Shermer”
Local: Cinemateca de Curitiba – Rua Carlos Cavalcanti N° 1174
Data: 26 de maio
Horário: 20:00
Entrada Franca
Direção: Wellington Sari

Produção: Alumiar Filmes e Pé em Quadro Filmes
Gênero/Duração: Ficção — 20 minutos
Informações: Diko - (41)8869-7565



Na mesma noite, exibição de curtas da produtora Processo Filmes:
[colorado esporte cluBE], de Fábio Allon.
Cristo, de Adriano Esturilho

Tuesday, May 20, 2008

O ar do amor que nos afoga

.
Beijos
Divinos
De barro
Nutrem-me
No agora
(seco)

Recordo
O pasto
O rio
O vôo
O grito
Que acordou
Os igarapés
O aroma
Das mexericas
A menina
Alemã
Com cheiro
E cor de feno
O olhar das vacas
O arame farpado

(nunca recitei às vacas
versos de Chaucer
qual Sylvia Plath)

Nenhum palco
Improvisado
Em um abril
Cinza
Gris
Gray
Grigi
Lençóis
Cinzentos
Ao vento
Denunciam
O ar
O ar
O ar
O elemento
Que às vezes
Arde
E às vezes
Falta.
BÁRBARA LIA

Cop9 - Mop 4


Por João Gonçalves, do WWF

Bonn (Alemanha) - Ao tomar posse da presidência da Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB), na cerimônia de abertura da 9ª Conferência das Partes da CDB, na segunda-feira (19), em Bonn (Alemanha), o Ministro para Meio Ambiente, Conservação da Natureza e Segurança Nuclear da Alemanha, Sigmar Gabriel, lamentou a saída de Marina Silva do Ministério do Meio Ambiente do Brasil, e saudou o nome de Carlos Minc. Ele também reforçou o forte vínculo entre a conservação da natureza e uma política efetiva para a proteção do clima.
“Fiquei tocado com a renúncia da ministra Marina Silva na semana passada. Mas sei que maioria dos ministros de meio ambiente do mundo perdem horas de sono pensando como diminuir a distância do que deve ser feito e do que é possível fazer”, afirmou Gabriel, citando que é um desafio mudar o modelo de desenvolvimento vigente por décadas, baseado na transformação de florestas em terras para a agricultura, para um modelo comprometido com o desenvolvimento sustentável.Gabriel desejou sorte para Carlos Minc, indicado para ser o novo ministro do Meio Ambiente do Brasil, e pediu seu comprometimento para atingir as metas globais previstas para 2010 - ano base para o qual a comunidade internacional projetou alcançar resultados significativos na redução da perda de biodiversidade.O ministro alemão recebeu a presidência da CDB das mãos do embaixador brasileiro Raymundo Santos Rocha Magno, representando o Brasil que presidia a Convenção desde a realização da 8ª Conferência das Partes, em Curitiba, em março de 2006.
Em seu discurso, Gabriel afirmou que após 16 anos da realização da Rio 92, a vida na terra tornou-se um ponto crucial. “A taxa de extinção de espécies é de 100 a 1000 vezes maior do que a taxa natural aceitável. As florestas do mundo estão incrivelmente ameaçadas.Anualmente o mundo perde uma área de floresta que equivale a três vezes o tamanho da Suiça”, disse ele, lembrando que a biodiversidade é essencial para a proteção do clima, e paralelamente, uma política climática bem-sucedida pode reverter a perda de biodiversidade: “Conservação da natureza é proteção do clima. E proteção do clima é conservação da natureza”.
Engajamento alemão - Durante entrevista coletiva concedida após a cerimônia de abertura, o secretário executivo da CDB, Ahmed Djoghlaf, salientou na presença do ministro Gabriel, a importância do comprometimento alemão para o bom andamento das negociações durante o seu mandato na presidência da Convenção, em especial no tema de acesso e repartição de benefícios. “A situação atual não é mais uma opção. Precisamos de engajamento e comprometimento para chegar em 2010 com metas cumpridas”, afirmou Djoghlaf, lembrando que a 10ª Conferência das Partes da CDB, será realizada em Nagoya (Japão), em 2010


do site:
http://envolverde.ig.com.br/?edt=57

Tuesday, May 13, 2008

Michel Sleiman

Cores
.
um azul todo água
verde mate à tarde
laranja abóbada
amarelo bandeira
ocre telhado
branco toalha
marrom preta amada
vermelho

cores de almodóvar em voz de adriana
outras de bárbara lia
pastel vibrado nas cordas

fluido de miragens
a ex-surgir paragens

sonha: o homem é aquarela

pinta: arco-íris da concórdia
em vaso
de flor
ou sanitário

e entre as frestas da veneziana
ar menestrel
o dia
Michel Sleiman
.
Poeta. Professor de Língua e Literatura Árabe da Universidade de São Paulo, onde dirige a Revista Tiraz de Estudos Árabes e das Culturas do Oriente Médio. É autor de - A Poesia Árabe-Andaluza: Ibn Quzman de Córdova(2.000) e A Arte do Zajal: Estudo de Poética Árabe.
..
.
Neste mês de maio, presentes inesperados. Neuza Pinheiro veio e se apresentou no Porão Loquax, e pudemos - finalmente - sentar e confabular, almoçar e colocar em dia nossa conversa. Michel Sleiman, em um passeio a Curitiba, me brindou com um chocolate quente com laranja, um papo delicioso pela Rua XV e seu último livro - A Arte do Zajal (Atêlie ed). Não dá para guardar para mim esta poesia que recebi do meu amigo. É que no meio da nossa conversa ele falou sobre as cores que encontra em meus poemas. Cores de Frida Kahlo, pensei ontem, enquanto lembrava nossa conversa, e então recebi esta poesia. Almodóvar ou Frida, que a poesia grite dentro de mim, e eu vou colorindo assim, dedos pincéis sa(n)grados.
...
.
A ARTE DO ZAJAL: ESTUDO DE POETICA ARABE e o outro livro que Michel lançou pela Ateliê - POESIA ARABE-ANDALUZA: IBN QUZMAN DE CORDOVA, estão aqui:

Folha de Uva - Flores do Mais

Aprendi com meu filho de dez anos
Que a poesia é a descoberta
Das coisas que eu nunca vi
(Oswald de Andrade)


Flores Do Mais
.
Devagar escreva
uma primeira letra
escreva
nas imediações construídas
pelos furacões;
devagar meça
a primeira pássara
bisonha que
riscar
o pano de boca
aberto
sobre os vendavais;
devagar imponha
o pulso
que melhor
souber sangrar
sobre a facadas marés;
devagar imprima
o primeiro olhar
sobre o galope molhado
dos animais;
devagar
peça mais
e mais e
mais.
(Ana Cristina Cesar)
.
.
Lição nº 1
.
A folha de uva
me ensina mais que as teorias
O olhar do garotinho mestiço
do terceiro andar
Yáyá do 607, suas palavras-arnica
em minha alma esfolada
Uma marmota na TV
olhar astuto
dorso estirado de manequim
Também me ensina a ser zen
o desenho oriental em tinta nanquim
Sinfonia & chuva
epopéia terna
- um filme na parede -
cenas que resgato dos cílios
do filho adormecido
Um cem número de visões
sabor e sons
degolam as vãs teorias
.
O livro humano
me ensina
a entender a vida.
Bárbara Lia

Monday, May 12, 2008

Magnólia Magenta
Foto - Martin Kenny
http://www.seenobjects.org


Magenta - a cor da idade

textura de fogo e o não-medo de tudo

que a vida tenta fazer descer pela goela.
Não sou o desenho borrado esboçado

pelos que não entenderam a minha alma bárbara.
Ninguém caminhou com minhas sandálias,
bebeu a água amarga das feridas dos inimigos.

Pensar que teus olhos verão por outros olhos quem sou –

é o que me dói mais.

Pensar que é preciso ir mesmo viver na casa do sol.

Jamais mostrar a roupa da bailarina,

o coração pétala rasurado sangrando o néctar da saudade.

Tua imagem nítida, na madrugada, na noite, na neblina.

Amo o teu coração com tanta verdade que arde.

Escrevo tua ausência, em noites claras. Se tu lesses.
Ah! Se lesses!

Quem sabe as portas do escárnio diluiriam como estátuas de sal.

BÁRBARA LIA

Márcio Davie Claudino





IMPERFEIÇÃO



Este céu caiu.


Do alpendre de pedra

recolho cacos de setestrelas

e me recolho em chão de espantos.



À sombra do mistério sagrado quase me revelo,

refletido nas águas da noite.


(Este céu é para montar)


MÁRCIO DAVIE CLAUDINO

(O sátiro se retirou para um canto escuro e chorou
Imprensa Oficial do Pr - 2.007)

Friday, May 09, 2008

Labirintos

Liberdade (Rogério Teruz)



Os homens amam seus labirintos.
Inquestionáveis prisões.
Não alçam vôo em asas de Ícaro.
Não seguem o fio de Ariadne...
É mais seguro estar entre pedras, rochas, paredes.
Esconder-se (brincadeira antiga).
Há um céu acima dos labirintos.
O ar a rasgar nosso peito
em cicatrizes de liberdade.
Além da tumba de concreto
liberdade que não sustentamos,
infinito - Deus.

BÁRBARA LIA
O sal das rosas
Lumme Editor - 2.007

Thursday, May 08, 2008

alfonsina y el mar (Mercedes Sosa)



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Vida


mis nervios están locos, en las venas
la sangre hierve, líquido de fuego
salta a mis labios donde finge luego
la alegría de todas las verbenas.
.
Tengo deseos de reír; las penas
que de donar a voluntad no alego,
hoy conmigo no juegan y yo juego
con la tristeza azul de que están llenas.
.
El mundo late; toda su armonía
la siento tan vibrante que hago mía
cuando escancio en su trova de hechicera.
.
Es que abrí la ventana hace un momento
y en las alas finísimas del viento
me ha traído su sol la primavera.
ALFONSINA STORNI

Duerme Alfonsina



piso águas
veludo nos passos
pé ante pé
cubro sua casa de cristal
com minhas lágrimas
e escuto tua voz cobalto
de paz, enfim, coberta:

- No despiertes los pájaros que duermen!

BÁRBARA LIA
- A última chuva (ME ed. alternativas - 2007)

Wednesday, May 07, 2008

Porão de Maio

Cláudio Bettega, ator e poeta
Paulo Bearzotti

Adriano Smaniotto


uma luz singela


Pedro Carrano e Naiadi Piva


Marcelo Sandmann, Neuza Pinheiro, Rodolfo Brandão

Ulisses Galetto



Marcos Antonio Ferreira - meu bom amigo pernambucano que breve retorna para Pernambuco. Grande poeta, finalista do Prêmio Ladjane Bandeira e do Helena Kolody, 2007. Estaremos juntos na Antologia do Helena Kolody, para guardar a sua passagem por esta cidade fria, e toda a troca de poesia e prosa.

Monday, May 05, 2008

TAO

Hokusai

Pienso en Tao y en orientales palabras
Y trato de cultivar las flores
Que aún mueren en mis manos
Pues yo nunca en verdad supe
Ser tan simple como las palomas
Nunca tan bella como granada madura
Ni tan suave como la rosa blanca
Ni tan callada como el arroyo de la infancia
Ni tan silenciosa como las estrellas
Ni tan buena como los maizales
Ni tan vida-nueva como la crisálida
Ni tan liviana como la mariposa
Ni tan luz como el alma de los héroes.

BÁRBARA LIA

La nave va...

Um dedo de prosa

  Fui selecionada, ao lado de vários escritores e escritoras, para integrar o projeto "Um dedo de prosa". Um dedo de prosa promove...