
L'infinito
Sempre caro mi fu quest'ermo colle,
e questa siepe, che da tanta parte
dell'ultimo orizzonte il guardo esclude.
Ma sedendo e mirando, interminati
spazi di là da quella e sovrumani
silenzi, e profondissima quiete
io nel pensier mi fingo; ove per poco
il cor non mi spaura. E come il vento
odo stormir fra queste piante, io quello
infinito silenzio a questa voce
vo comparando: e mi sovvien l'eterno,
e le morte stagioni, e la presente
e viva, e il suon di lei. Così tra questa
immensità s'annega il pensier mio;e il naufragar m'è dolce in questo mare.
Giácomo Leopardi
O Infinito
Sempre caras me foram essas ermas colinas,
e essa cerca, que por toda parte,
do último horizonte, o olhar exclui.
Mas sentando e admirando, intermináveis
espaços para lá delas e sobre-humanos
silêncios, e profundíssima quietude
eu, no pensamento, me finjo; onde por pouco
o coração não me amedronta. E, como vento
ouço sussurrar entre estas plantas, eu, aquele
infinito silêncio à essa voz,
vou comparando: e me sobrevêm o eterno,
e as estações mortas, e a presente
e viva, e o som dela. Assim, dentro dessa
imensidão se afoga o pensamento meu;e o naufragar-me é doce nesse mar.
Giácomo Leopardi
Tradutora - Patrícia Camila Greter
Formada em Letras Português Italiano - UFPR
- com ênfase em tradução -