Sunday, August 17, 2008

La ragazza del Fante

- Leandra Leal -


Nossa "Camilla" está loira por conta da novela atual... Não está loira no filme - Nome Próprio. O filme inspirado na obra de Clarah Averbuck, dirigido por Murilo Salles recebeu o Prêmio de Melhor Filme Brasileiro no Festival de Gramado. O filme ganhou também o prêmio - Melhor Direção de Arte, e Melhor Atriz - Leandra Leal. Não há previsão de quando o filme estará aqui em Curitiba, mas, antevejo um instante digno de Fante, embora filtrado pela lente do cinema moderno. Em poucas cenas que vi, bebi a intensidade de Leandra, e mesmo que o roteiro tenha sido adaptado da obra de Clarah - quem lê seus escritos sabe da sua paixão por Fante - deve ter filtrado a intensidade do amado mais que amado - Fante.

O que acontece com o cinema e as adaptações é que a linguagem é outra e o texto nu e cru que está no livro não pode saltar para a tela (ou pode?). Li nos blogs da Clarah e do Bortolotto (que teve sua peça - Nossa vida não vale um Chevrolet - transformada em filme) um estranhamento, o desejo de dizer que aquele roteiro do filme não é deles, enfim. É um momento crítico, que leva o autor (sua obra, no caso) a ultrapassar a sua própria cena e ingressar em um outro caminho. Mas, é possível entender a angústia dos dois escritores quando tentam dizer que aquele roteiro não é deles, e eu sei que isto é um espanto genuíno, nunca para causar polêmica.

Sobre outras linguagens...

Os curtas que assisti na Biblioteca Pública, no lançamento do livro de Adriano Esturilho - [Cancha 2] cantigas para perverter juvenis - difere - do longa Nome Próprio - foi uma parceria e o autor pareceu feliz, bem feliz com o resultado. Particularmente, eu gostei muito, e depois de ver alguns poetas musicando seus poemas, vi um autor filmando seus contos. Muito interessante e bonito. Adriano é parceiro e diretor em alguns deles, convidou os amigos. Foi uma experiência nova. Um livro que tem um dvd encartado, alguns contos transformados em curta. Adriano Esturilho, Bia Dantas, Bruno de Oliveira, Eduardo Baggio, Fábio Allon, Henrique Faria, Rodrigo Belatto e Sérgio Veloso estão no Projeto. É sempre um adendo, o livro acoplado ao cd, ao dvd. E as leituras dos cineastas de Curitiba, alguns ainda estudantes na Escola de Cinema - Cine TV-Pr, uma escola que o Governo do Estado criou aqui em Curitiba, coordenada pela Ittala Nandi. Os cineastas daqui estão fazendo suas leituras dos textos poéticos e em prosa...

O cineasta Terence Keller está realizando um filme baseado na poesia do meu amigo Rodrigo Madeira - Balada da Cruz Machado - boa notícia!

A poesia do Madeira:

http://baladadacruzmachado.blogspot.com/2008/03/balada-da-cruz-machado.html

Clara Averbuck:

http://adioslounge.blogspot.com/

Mário Bortolotto:

http://atirenodramaturgo.zip.net/

Terence Keller:

http://www.diinamo.blogspot.com/

O longo inverno de Rita

No site Icarabe a poesia que me encantou em espanhol. A poesia de Mahmoud Darwich que reproduzi um mínimo trecho, um poema longo de amor, que Michel Sleiman e Safa Jubran traduziram e está no site Icarabe. Penso que as poesias que Michel trouxe para nosso diwan (recital, em árabe) em 2.006, também era tradução dele e de Safa. Abaixo escrevi que era apenas de Safa. Sei que o belo vídeo que passamos no recital - Um fragmento de Lavoura Arcaica (Raduan Nassar) - foi traduzido para o árabe por Safa Jubran.
Mas, quando li os poemas de Darwich não supunha que seria tão breve sua vida.
Para ler a poesia - O longo inverno de Rita (Mahmoud Darwich)
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No blog do Ademir Assunção (link ao lado) e no site Cronópios, uma proposta para um debate sobre a posição dos poetas e dos escritores no mercado editorial. Também penso como o Ademir que é importante ler autores que traduzem a Literatura, não livros e mais livros que nada acrescentam, de apelo comercial, etc etc
Vez por outra alguém diz que não importa o que a pessoa leia, contanto que leia. Já ouvi isto de pessoas que sofrem para manter a sua própria escrita, e que conhece a fonte viva, os autores que nos dão o pão para o dia, a água para seguir neste deserto... Disseram que isto cria o hábito da leitura. Mas, na minha opinião, serve apenas para manter vivo algum ou outro neurônio. Não ultrapassa a fina membrana e nos toca em humanidade. Só a Arte nos aprisiona no coração de Deus. Só quem produz a Literatura como Arte verdadeira alcança além... Admiro poetas como o Ademir, pois o processo artístico dele é parte dos homens universais, dos que falam em nome de todos...
Só tenho a certeza que os grandes poetas e escritores são maiores que o mercado e as jurisdições, e o seu quinhão mais valioso é a poesia, estas que Mahmoud deixou, e que Caymmi deixou... É o que embeleza os dias, por mais que eles (os dias) continuem os mesmos.
- o texto do Ademir:

Só louco

Só louco
Amou como eu amei
Só louco
Quis o bem que eu quis
Ah, insensato coração
Porque me fizeste sofrer
Porque de amor pra entender
É preciso amar, porque
Só louco, louco...
Dorival Caymmi
(1914-2008)

Partiu Caymmi, em sua jangada, saiu pro mar da eternidade e deixou as canções, e que canções!

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Não sei o que acontece aqui que não consigo postar vídeos, mas, tem Nana Caymmi cantando só louco:
http://br.youtube.com/watch?v=RoVg8P9GIyE&eurl=http://letras.kboing.com.br/dorival-caymmi/so-louco/

Caymmi



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La nave va...

Um dedo de prosa

  Um Dedo de Prosa é um híbrido entre encontro de ideias, palestra e debate com o escritor, quer seja realizado em salas de aula, biblioteca...