
Os pianos derretendo com a Lua
Pediam perdão à música e à forja
Enquanto perdiam suas notas
Por fendas de raras volúpias
No alto de uma sinfonia amena
*
Havia uma casa ofegante
Construida a alguns palmos acima da água,
Por suas janelas que abriam e fechavam
Entrava o denso ar dos solitários,
Dos seus telhados de cana já furados pelo tempo
Saíam cisnes de neve clássica;
Lá morava uma velha com cabelos de lã,
Ela falava que para curar o mal
Daquele povo de cinco almas
Era preciso usar Camono com cravo.
Giuliano Fratin / Mosiah Schaule
CURITIBA - PR(Lúdico Psicodélico Surreal - edição dos autores - 2.003)