Thursday, September 16, 2010

O ZAL DAS ROSAS

Título de livro é como nome de filho. Uma busca, uma dúvida e lá está - sem chance de retorno. Batizado. O que pensei nesta semana foi em algo inusitado. Uma segunda publicação de - O sal das rosas - ia ter um mudança pequena, uma mínima troca que eu já teria feito, caso tivesse lido há alguns anos o livro que leio agora - O funeral de Chopin, de Benita Eisler, ed. Planeta.
Na página 53 encontro a palavra. Lendo concentrada no ônibus para Paranaguá - terça - onde fui ver os monumentos e museus e bibliotecas para compor enredos e personagens do romance novo. Estava lá a palavra nova - ZAL. Eu mudaria o título de - O sal das rosas - pois cobriria de mistério e música com este adendo.

zal (essa palavra polonesa rica e intraduzível, carregada de todas as nuanças da tristeza, do arrependimento ao luto)

Andava com saudades de Chopin e foi muito especial ler um livro e conhecer sua vida de uma forma mais profunda. George Sand, Delacroix, Litz... E um lugar -Nohant- os amantes sempre tem um lugar, este espaço que se eterniza.

Lançamento de Verso para outro sentido - Felipe Stefani



    FELIPE STEFANI




Eu vi o escasso tempo de malabarismos juvenis
A estalar a seiva acidentada da tarde,
A aurora pura entrelaçada ao meu próprio sono
Nos instantes precários de um segredo vago.


Na oblíqua solidez dos corpos
Abre-se a rosa inicial sem nome, turva e casta,
Impura como a brisa imaculada dos sonhos, da voz,
Em uma espécie de chamado.



Eu vi o estrondo de uma gloriosa infância,
A alegria que em mim eram crianças cintilantes,
Na tarde volúvel, onde o mar, em silêncio maior,
Faz dos corpos uma presença errante.


Devo amar calado o triunfo crepuscular da juventude,
Seus beijos ao mar e sua oferenda de mistérios,
Na rosa oblíqua de um chamado puro,
Na vastidão precária dos instantes.

 
Eu vi tudo isso e amei, sendo eu mesmo uma oferenda eclusa
Aos mistérios juvenis, que desafiam os segredos do mar.


tratado sobre o silêncio - Karen Debértolis

O silêncio dói muito mais na pele do inimigo que o grito.
Pousa, assim, cálido, como uma resposta sem pontuação.
Deita suave nas concavidades do ouvido.
Desconserta.
Hospeda pulgas atrás da orelha.
Arma afiada
Toque lancinante
Estratégia zen
Linguagem dos deuses da arte da guerra
KAREN DEBÉRTOLIS

- poesia extraída da coluna - "A Genética da Coisa" do site Germina:

://www.germinaliteratura.com.br/2010/ageneticadacoisa_karendebertolis_set10.htm

La nave va...

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