Monday, April 16, 2007

CACTO & JASMIM



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Busco equilíbrio entre o cacto e o jasmim.
Silêncio abissal de desertos.
Ruidosa rua de pedras.
Sou sempre: solidão ou multidão.


A voz cristal de Deus me apavora.
Meu coração uma gruta:
Com espinhos de cactos.
Com perfume de jasmins.


No varal da alma
o aviso:
Aqui jaz a perfumada ilusão.

BÁRBARA LIA

(O sal das rosas - Lumme editor, 2.007)

LADY SOL



Por invejar a solidão
Da concha,
Da estrela,
Do sino ébrio...
Felicidade singular
De brilho & estrondos.
Mudei meu nome.

Como mão na luva,
Deslizei
Lerda e lenta
Para esta nova identidade:
Tem um calor de chá de anis,
Um pijama macio e quente
– pantufas!
Tem lua lilás e Beethoven.
E tem uma saudade.

Ah! Vedei as portas...
Não tente entrar sorrateiro
Como na noite branca,
Com a beleza de suas mãos
& acordes.

BÁRBARA LIA
(Noir - ed. do autor, 2.006)

CHÁ PARA AS BORBOLETAS




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Janela - espelho meu.

Fragrância de almíscar selvagem
me violenta.


Menino com aura violeta.
Jovem com juba desgrenhada.
Velocidade lenta.


Garganta do poço este túnel cinza,
onde trafego dias.

Penso na infância, sombra
dos eucaliptos, recanto secreto

onde eu servia chá às borboletas.


BÁRBARA LIA

- Chá para as borboletas - edição artesanal do autor.


- ilustração Ane Fiúza.

BEM-TE-VI




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Ramagem arranha janela.
Sonho: Aeroporto fantasma.
Espíritos de náufragos do Titanic.
Ku Klux Kan ateando fogo ao enforcado.

Sequência horripilante:
A mulher sem olhos na cama,

entre lençóis úmidos de chuva.

Acordo com o bem-te-vi
na manhã de sol
na mesma paisagem.


BÁRBARA LIA
- O sorriso de Leonardo - Kafka ed., 2.004

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