Wednesday, March 12, 2008

O SAL DAS ROSAS

Meu livro de poesias - O sal das rosas - Lumme Editor - 2007, está em dois pontos, além do site da Lumme, pode ser adquirido na Livraria Cultura e Susan Bach Books From Brazil.
Susan Bach Books From Brazil
Rua Visconde de Caravelas nº 17
22271.030 - Rio de Janeiro - RJ
fone (21) 2539.3590
fax (21) 2527.6940
http://www.sbachbooks.com.br/


Livraria Cultura
www.livrariacultura.com.br

EU TAMBÉM CAMINHAVA ASSIM TÃO DISTRAÍDA


Ressonâncias – anos rebeldes – era eu a menina na chuva, qual esta que vi na tarde de hoje, na pequenina Peabiru. Uma clone minha nas ruas beijadas pelo amor... Quantas manhãs, descalça! Eu ia ao Açougue Vila Rica comprar carne para minha mãe. Amava sair em dia de enxurrada marrom e liberdade lilás, comprar torresmo, bife de fígado, carne moída. Frango não. Frango minha mãe criava no quintal. Infância no interior. Eu vivi isto. Chaleira de ferro. Fogão à lenha. Água de poço. Estrelas na noite. Lampião. Rádio de pilha...

UMA VALSA COM CONRADO MOSER








No interior da Igreja Matriz de Peabiru as esculturas de Conrado Moser. Conrado vive hoje em Treze Tílias – SC. O pai dele também era escultor e a casa onde ele vivia tinha uma escultura de uma sereia na varanda e a divisória da varanda era um pequeno exército de peixes enfileirados. Na formatura do ginasial ele me ensinou a dançar a valsa. Meu irmão foi o meu padrinho, mas, o cara querido que ensinava as meninas a dançarem a valsa era o Conrado. Afastávamos as carteiras, e ele nos ajudava a enfrentar o baile, a emoção da primeira valsa. Eu tinha 14 anos e minha primeira dança foi na sala de aula, com um artista de alma lírica, que eu nunca mais vi. A poeta, o escultor, uma valsa, quase-infância.
Bárbara Lia


UMA MENINA ME LEVA PELA MÃO

























Na infância carregamos o sol nas veias. O espanto diante das descobertas. Uma esperança, pois vivi em um tempo onde ainda não haviam enforcado a esperança na estátua da Liberdade. Caminhar pelas ruas da cidade onde passei a infância e recolher cada pequeno fragmento do que era. Como quem vai refazendo o mosaico. Conseguir recuperar a cidade de antes. Fotografo o último banco que restou daqueles bancos da praça. Cimento bruto moldado. Fechar os olhos é ouvir o canto das cigarras, é suspender a respiração atrás de uma árvore, é ver sua mãe e uma comadre conversando sob a luz fraca, enquanto as crianças brincam de pique-esconde. Cresci nesta cidade... Na Casa da Cultura entre as fotos antigas, fotografo uma que conta da inauguração do Cine Vera. Uma relíquia. O Cine Vera não mais existe. Passando pela avenida Raposo Tavares com minha amiga Sueli, entramos no Restaurante Karova, mesas espalhadas, balcões... O cine agora alimenta o corpo. Naquele tempo, alimentava minhas fantasias e ilusões e sonhos... É proibido entrar além por que estão construindo algo, e é muito bom. Fica aquela liberdade dos poetas de alterar a realidade, mas, mesmo sem alterar a realidade eu saio à rua com a impressão: se eu ultrapassasse aquela porta ouviria o som das crianças antes que abrisse a cortina e as cenas caíssem na tela.


BÁRBARA LIA EM PEABIRU

La nave va...

Um dedo de prosa

  Um Dedo de Prosa é um híbrido entre encontro de ideias, palestra e debate com o escritor, quer seja realizado em salas de aula, biblioteca...