(foto by Angie Machado) - Semana Literária SESC - na mesa com Chacal
agora finalmente estou renunciando ao pacto
rasgo o contrato
devolvo a fita
Hilda Machado
É crua a vida. Alça de tripa e metal.
Nela despenco: pedra mórula ferida.
Hilda Hilst
Se eu me chamasse Hilda seria poeta irônica
Evocaria antigos deuses - júbilo amorável
Desfaria contratos usando a Poesia e diria
Nuvem de organdi – metáfora acariciante
Se eu fosse Hilda deixaria a casa nas manhãs
Adentraria a floresta das palavras
Voltaria com o almoço, o jantar e a sobremesa
Viveria do verbo, devoraria nas noites:
Megatério & Ilharga
Trufas & Mimesis
Floema & Mórula
Minha alma jamais teria fome
Escreveria como quem habita outro mundo
O mundo das rainhas com senso de humor
Viveria tal qual agora - sem amor -
Mas, com um vendaval de mistérios
Costurados na saia de poeta
Não sou Hilda Machado ou Hilst
Sou bárbara poeta que teima
Em cantar o feminino com cuidado
Para que todos entendam da palavra – Mulher –
O significado
Bárbara Lia
A Revista Carlos Zemek Arte e Cultura publicou três poemas meus. O poema acima, inédito, e o poema - quando eu quis atravessar as grandes águas - integram meu próximo livro, que trará inéditos em livro.
link para a postagem da Revista:
http://revistacazemek.blogspot.com.br/2016/04/barbara-lia-quando-eu-quis-atravessar.html