estou lá no painel da minha cidade natal, também uma poesia - adeus às asas
Os poetas de Assaí, ladeados pelas Professoras Maria Zélia Bezerra Lopes e Rosana Galassi
Os alunos sempre atentos
Recebi mais um Boletim Poético da Maria Zélia Bezerra Lopes. Os poetas de Assaí: Regina Goes, Paulo Kuya, Ione Kuya, Wanderley Sueiro e Mattheus Hermanny estiveram na escola para serem entrevistados pelos alunos. Chamo de Boletins Poéticos as notícias que recebo das professoras. Os alunos estão escrevendo poesia, entrevistando os poetas de sua Terra, isto me deixa feliz, assim à distância, com esta iniciativa. Que a Poesia siga a encantar e capturar os pequeninos da cidade onde nasci, que eu fico vibrando por aqui... Na frequencia da Poesia, nas ondas sonoras do verbo.
fotos do site REVELIA
ADEUS ÀS ASAS
Mudou o gosto da goiaba madura
Não vejo aranhas tecendo fios de prata
Nenhum besouro verde de bom agouro
As estrelas se afastam
expulsas pelos néons da cidade
O mundo virou alguma coisa
Alguma coisa que não tem mais cheiro
ou cor ou brilho
Alguma coisa que plastifica a alma
Alguma coisa inodora e impura
Não mais o orvalho na pétala
Cristal líquido em surdina prece
a bailar diante dos olhos serenos
enquanto balançam verdes os galhos
da amendoeira
Cerro os olhos para relembrar:
O orvalho. O gosto da goiaba madura
A astuta aracnídea construindo redes
em desalinho, diante do nosso espanto
Aquela estrela que me seguia
na rua escura da infância
Tudo perdido em um túnel sem acesso
As belas coisas roubadas quando
perdemos a inocência
Ou quando nos arrancam das asas
Bárbara Lia
do livro Chá para as borboletas - 21 gramas/2010
fotos do site REVELIA
ADEUS ÀS ASAS
Mudou o gosto da goiaba madura
Não vejo aranhas tecendo fios de prata
Nenhum besouro verde de bom agouro
As estrelas se afastam
expulsas pelos néons da cidade
O mundo virou alguma coisa
Alguma coisa que não tem mais cheiro
ou cor ou brilho
Alguma coisa que plastifica a alma
Alguma coisa inodora e impura
Não mais o orvalho na pétala
Cristal líquido em surdina prece
a bailar diante dos olhos serenos
enquanto balançam verdes os galhos
da amendoeira
Cerro os olhos para relembrar:
O orvalho. O gosto da goiaba madura
A astuta aracnídea construindo redes
em desalinho, diante do nosso espanto
Aquela estrela que me seguia
na rua escura da infância
Tudo perdido em um túnel sem acesso
As belas coisas roubadas quando
perdemos a inocência
Ou quando nos arrancam das asas
Bárbara Lia
do livro Chá para as borboletas - 21 gramas/2010