- filme de Helvécio Ratton estréia – 20 de abril.
Este filme fala sobretudo da vida de Frei Tito, a irmã que o visitou na França, na volta diz – Tito já está morto. A primavera evoca o torturador, cada vez que ouve a palavra fleur, Fleury vem à lembrança. O cão torturador que exigia que Tito beijasse sua mão como se ele fosse Deus, e que pedia para que Tito abrisse a boca para a hóstia, e eletrocutava sua língua. Tito estava na lista dos prisioneiros políticos que foram soltos em troca do Embaixador da Suíça. Banido do país, não sobreviveu ao que lhe haviam feito. O que lhe foi dito na sucursal do inferno – já que não podemos quebrar teu corpo, vamos quebrar tua alma. Tito morreu na França, aos vinte e oito anos, pendurando uma corda em um álamo que existia no lugar que ele vivia L’Arbresle, e saltando para sua libertação. Quando seu amigo Frei Betto visitou seu túmulo em 1.980, a inscrição que existia escancarava a realidade da morte de Tito, na sua cruz a inscrição:
“Frei da Província do Brasil. Encarcerado, torturado, banido, atormentado... até a morte por ter proclamado o Evangelho, lutando pela libertação de seus irmãos. Tito descansa nesta terra estrangeira. “Digo-vos que, se os discípulos se calarem, as próprias pedras clamarão” (Lucas 19, 40).
Quando li “Batismo de Sangue” há muito tempo atrás, percebi na narrativa de Frei Betto o desejo de contar a vida de Tito, seu calvário, a sua morte precoce. Mais que a história de Marighela, da participação dos dominicanos nos episódios que encadearam a morte de Marighela e a prisão de todos eles. Batismo de Sangue vai falar de uma vida, uma bela vida, de um menino cearense, de uma alma triturada, realidade que supera a ficção.
Frei Betto fala sobre o filme:
http://www.unisinos.br/ihu/index.php?option=com_noticias&Itemid=18&task=detalhe&id=6499
site do filme:
http://www.batismodesangue.com.br/