Tuesday, December 27, 2005

à tua espera

...
Á TUA ESPERA


Nem percebi
e era o fim da trilha.

Não me adiantei com fogo
e coberta
e já se fazia noite.

Não enchi o cantil na fonte
e era só deserto.

Segui a estrela e estrela não era,
era o farol da última ilha
antes do inferno.

O jasmim plantado
floresceu em cacto.

Acreditei
na letra da canção
e era falsa a tradução.

Agarrada à pedra esgarçada,
medito homéricas saídas.

Bastava olhar abaixo
no fim do abismo
a rede-manto-verde.

Mil vezes tecida em noites em claro,
despistando amores vadios.

- Sussurro de Penélope a me dizer,
todo engano – até mesmo a pedra –
era pura tessitura à tua espera.
_ Bárbara Lia_

fotografia by jeff sheldon

La nave va...

O CORPO - O erotismo na poesia de Bárbara Lia

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