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IV
Porque te amo
Deverias ao menos te deter
Um instante
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Como as pessoas fazem
Quando vêem a petúnia
Ou a chuva de granizo.
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Porque te amo
Deveria a teus olhos parecer
Uma outra Ariana
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Não essa que te louva
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A cada verso
Mas outra
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Reverso de sua própria placidez
Escudo e crueldade a cada gesto.
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Porque te amo, Dionísio,
é que me faço assim tão simultânea
Madura, adolescente
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E porisso talvez
Te aborreças de mim.
(...)
HILDA HILST