arlequins
p. antonio madeira
Paulo Henrique Ganso, Neymar, Robinho e André,
em recordação que não tenho e não se esquece,
trazem a mim – dando astúcia de mão aos pés –
Dorval e Mengálvio, Coutinho, Pelé e Pepe.
Santos endemoninhados, peixes da peste,
tudo o que desfaz no outro e faz em nós a fé,
tudo o que tu, meu pai, em detalhe disseste,
tanto que, no estádio de dentro, em sonho até
chegou a fato consumado eu lá estivesse...
Arqueiro santista alegre se compadece
do que noutros é patético ou garnisé
à arteciranda, o irresistível da maré...
Eu lembro aquilo que não vi mas não se esquece,
Dorval e Mengálvio, Coutinho, Pelé e Pepe.
RODRIGO MADEIRA
* Poema do ano passado, por ocasião do título na Copa do Brasil. O técnico é outro, o elenco mudou um bocado, mas permanecem os mesmos a alma e o intelecto do time (Neymar e Ganso). Além disso, a campanha para o tricampeonato começou exatamente com a conquista daquele torneio.
** Parodiando Armando Nogueira, a tabelinha entre Arouca, Ganso e Neymar confirma a existência de Deus.
(capturei do blog do Rodrigo Madeira link aqui - Não resisti. Meus amigos são tão jovens que quase sempre eu tenho a idade de seus pais. Embora o meu Santos da "descoberta" foi mesmo o de 1969, um pouco antes da Copa de 70. No bi campeonato mundial interclubes eu tinha seis anos. Vivi um tempo encantada ouvindo as partidas no velho rádio Semp. Fiori Gigliotti e os narradores que derramavam o gramado em nossa sala. Clodoaldo era meu ídolo. Carlos Alberto, Coutinho, Edu, Pelé... O Santos é um time que vem em ondas como o mar, depositando gênios em sua praia. Muito bom torcer para um gigante. Ser gigante é ser quem se renova sempre e o Santos se renova sempre)