Bebo o sangue da luna rossa. Bárbara figura vestida de
pele de ovelhas que mal cobre o sexo. Lilith devassa, louca alada e nua escondida em uma roupa de senhora. Não sou esta dama no salão de
chá, cadeiras bordadas de flores da Confeitaria das Famílias. Vomitando asteriscos e
estrelas e dissecando a XV da Federal à Boca Maldita ao lado
de meninos de camiseta Hering branca e óculos de Clark Kent, tomando coca-cola. Na hora do ângelus pisam partituras de ossos e surfam no caos, dominam suas
ondas... Suas pipas são estrelas
inconclusas, com fios esgarçados que eles alcançam da torre da Catedral. Ninguém diria que ferve nas veias um rio vermelho
encharcado de blues, nesta saudade órfã do
triste homem azul. Pode que ele nos espie no canto da confeitaria em um ângulo discreto, com aquele olhar maroto e aquele chapéu escuro.
Pode que ele acompanhe meninos poetas, andando sobre os muros e explodindo em
vida ao nosso lado. A gente pensa que é a brisa de fim de tarde na XV - é sopro de Marcos Prado - Este cara eterno que nos mata de saudade...
Bárbara Lia
Reescrevendo o poema - Saudades de Marcos Prado - que foi publicado aqui
Poesia dedicada ao França e Leprevost, nascida de uma conversa na Confeitaria das Famílias...