Sempre achei linda esta página - Poesia dos Brasis - e hoje estou lá:
Friday, December 30, 2016
Thursday, December 22, 2016
3 poemas de "forasteira" no site mallarmargens
Para encerrar o ano, três poemas do meu livro "Forasteira" no site Mallarmargens.
link para as poesias;
http://www.mallarmargens.com/2016/12/3-poemas-de-forasteira-de-barbara-lia.html
Ilustração – Eleusis by Marcin Owczarek
link para as poesias;
http://www.mallarmargens.com/2016/12/3-poemas-de-forasteira-de-barbara-lia.html
Monday, December 12, 2016
pedra
coloquei-o em um altar
segue branca a pele amada
agora pedra
segue luz a vazar
do plátano olhar
belleza de un ángel
beijo os pés de pedra
com ânsia de tocar os pés no chão
areia e sonata e todo azul
uma cena invade a imaginação
risos e água e dentro a interrogação
me quer? não me quer?
me quer? não me quer?
tudo vira cena de filme de Deborah Kerr
ao rolar na onda espumada
ele diz que me quer sem falar
lábios de sal e céu a me beijar
e “aquilo maravilhoso” – pedra -
algo de pedra a substituir a fala
me quer me quer me quer
canta um pássaro rouco voyeur
e eu beijo sorrindo - você
segue branca a pele amada
agora pedra
segue luz a vazar
do plátano olhar
belleza de un ángel
beijo os pés de pedra
com ânsia de tocar os pés no chão
areia e sonata e todo azul
uma cena invade a imaginação
risos e água e dentro a interrogação
me quer? não me quer?
me quer? não me quer?
tudo vira cena de filme de Deborah Kerr
ao rolar na onda espumada
ele diz que me quer sem falar
lábios de sal e céu a me beijar
e “aquilo maravilhoso” – pedra -
algo de pedra a substituir a fala
me quer me quer me quer
canta um pássaro rouco voyeur
e eu beijo sorrindo - você
Bárbara Lia / 2016
Imagem - ''From Here To Eternity'' ; Burt Lancaster, Deborah Kerr
Friday, December 09, 2016
Para Emily & Clarice
É incrível que elas tenham nascido na mesma data, Clarice em 10 de dezembro de 1920 em Chechelnyk, Ucrânia e Emily Dickinson em 10 de dezembro de 1830 em Amherst, Massachusetts.
Nossa grande Clarice e a inesgotável e inacreditável poeta Emily Dickinson, que eu amo e amo...
Meu amor por elas e minha homenagem neste dia. Diálogos que nunca terminam...
Só resta dizer: vocês tem noção do que fizeram com a gente?
Eu vou passar a vida a perfurar estes solos inesgotáveis: Emily & Clarice.
“A real cicatriz você tem?” *
Signo de Salomão
Na palma
Napalm na pele
Da alma
Tatuagem recebida
No berço
Caligrafia de Deus
- Risco estrela -
Que oblitera a pele canela
O mel de flor evaporada
Os traços arcaicos
Incinerados no espelho
Reflete
Em branca fogueira
Intacta
Minha alma
Ignorata
Na palma
Napalm na pele
Da alma
Tatuagem recebida
No berço
Caligrafia de Deus
- Risco estrela -
Que oblitera a pele canela
O mel de flor evaporada
Os traços arcaicos
Incinerados no espelho
Reflete
Em branca fogueira
Intacta
Minha alma
Ignorata
Bárbara Lia
A flor dentro da árvore/2011
A flor dentro da árvore/2011
* o título do poema é um verso de Emily Dickinson,
assim como de todos os poemas deste livro
.
“Enquanto eu inventar Deus. Ele não existe.”
(Clarice Lispector)
.
Sempre a colidir com Deus
Nas horas incríveis
Nas horas túrgidas
Nas horas cruas
Mas, no dia a dia – Deus esfuma
Eu sempre quis ser íntima
Brincar com ele
Qual na infância
Como se ele fosse um vizinho
Que se chama pelo vão da cerca:
— Vê as amoras maduras?
Vamos devorá-las depois do pique esconde?
— Pena. Amanhã eu vou. Hoje fiquei de castigo
(A mãe dele o tira da janela e fecha a cortina.
Antes acenamos um ao outro, um pouco tristes)
Nas horas incríveis
Nas horas túrgidas
Nas horas cruas
Mas, no dia a dia – Deus esfuma
Eu sempre quis ser íntima
Brincar com ele
Qual na infância
Como se ele fosse um vizinho
Que se chama pelo vão da cerca:
— Vê as amoras maduras?
Vamos devorá-las depois do pique esconde?
— Pena. Amanhã eu vou. Hoje fiquei de castigo
(A mãe dele o tira da janela e fecha a cortina.
Antes acenamos um ao outro, um pouco tristes)
Bárbara Lia
(Memento - 2016)
Friday, December 02, 2016
Pássaros ruins
INSÔNIA
Este é o século da nossa insônia
Mentes plugadas em telas isonômicas
Longe dos mitos e da cosmogonia
Dopados de “soma” e monotonia
Mentes plugadas em telas isonômicas
Longe dos mitos e da cosmogonia
Dopados de “soma” e monotonia
Este é o século lavado à amônia
Escravos cardíacos da luz de néon
Escravos maníacos dos mantras
Escravos agônicos do abutre Mamon
Escravos cardíacos da luz de néon
Escravos maníacos dos mantras
Escravos agônicos do abutre Mamon
E havia esperança no pássaro
Havia luz nas colmeias tardias
Havia ar nas barricadas de Paris
Havia armar-te. Havia amar-te... Havia.
Havia luz nas colmeias tardias
Havia ar nas barricadas de Paris
Havia armar-te. Havia amar-te... Havia.
BÁRBARA LIA
Ficha Técnica
Direção e Trilha: Adriano Esturilho I Curadoria: Ricardo Pozzo I Produção: Samara Bark I Ass. de produção: Gustavo Borralho I Montagem e Fotografia: Giuliano Andreso I Assistência de fotografia: Lucas Kosinski I Captação de Áudio: Lucas Maffini I Figuração: Bella Souza I Desenho de Som: João Caserta I Gravação Trilha: Estúdio AudioStamp I Realização: Processo Multiartes e Casazul
diálogo com Clarice Lispector
"mil luzes de orvalho"
"crucificada pela lassidão"
"arranho uma chaga"
Clarice Lispector
**
quem volta
para abraçar
um pássaro
não o encontra
mais
**
liquefaz o sangue do sol
em mil luzes de orvalho
ameniza!
estica o tempo
feito orgasmo
de rainha
em mil luzes de orvalho
ameniza!
estica o tempo
feito orgasmo
de rainha
**
diálogo poético com Clarice Lispector, a ideia era escrever poemas a partir da leitura dos contos dela, como garimpo, eu procurava palavras e frases poéticas dentro de cada conto e escrevia u poema, um exercício poético que rendeu doze poemas até aqui... mas veio a finalização de "Forasteira" e o lançamento, agora fico aqui sem saber se sigo na poesia dialogando com Clarice, se termino um romance estancado em sessenta páginas e que pretendo terminar até maio... a vida de quem escreve é - no mínimo - insana...
imagem - erika kuhn
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