Sunday, April 16, 2017

As Filhas de Manuela - 18/04 - Peabiru


          18/04 - 19:30 - 22:00
          Prefeitura de Peabiru   
          Avenida Doutor Didio Boscardin Bello
          
          Lançamento - As Filhas de Manuela
                                 Bárbara Lia
                                 Romance


   Texto do convite:

A Escritora Bárbara Lia fará o Lançamento do livro "As Filhas de Manuela", obra esta premiada pela Fundação Eça de Queiroz em Portugal. Morando em Curitiba, Bárbara Lia passou sua infância em Peabiru-PR e hoje é um dos grandes nomes da Literatura Brasileira.

As Filhas de Manuela trafega pelo realismo mágico. É um romance de fôlego, inicia em 1839 em plena Guerra dos Farrapos e segue até os dias atuais. O enredo acompanha a vida de todas as descendentes de Manuela, uma garota simples de Paranaguá que, ao encontrar um oficial da Armada Nacional, muda totalmente de direção a sua vida pacata em uma busca e esta busca pelo homem amado a levará ao encontro de alguém cruel. Este homem, rejeitado por Manuela, amaldiçoará Manuela e as futuras gerações. Esta maldição acrescentará dor e perda e o adendo de levarem, todas as mulheres da estirpe de Manuela, uma sombra da cor do sangue. 

Como cada mulher viveu esta peculiaridade e os desdobramentos deste encontro de Manuela com o amor e o ódio vai definir os passos futuros em um círculo de perdas e superações.


Vou lançar "As filhas de Manuela" na cidade onde sonhei - pela primeira vez - ser escritora. A cidade dos poemas da infância, onde eu servia chá às borboletas. Foi à sombra de um cinamomo onde um balanço rústico era espaço de sonho e voos. Foi ao embalo das folhas em uma qualquer tarde de primavera, eu teria doze anos talvez, talvez nem isto. Pensei com encanto nos livros que lia, na melodiosa poesia que ouvia pela casa, nos enredos que me enfeitiçavam, naquele mistério que era alguém tomar o leitor pela mão e levar para lugares distantes e "mares nunca dantes navegados". É o momento em que se deseja com tanta verdade que o sonho fica flanando. Ainda que os anos passem e não exista nada além de uma memória a força do pensamento consolidou o hoje, e neste hoje a menina volta ao chão onde servia chá às borboletas para lançar um romance, de mulheres fortes, de essência fêmea, de coragem e sem rasgos de Poliana, ou lacinhos cor de rosa. A vida é dura, mais que pedra... Mas como é incrível e rara, e como guarda as coisas belas para o final, como um filme, como um filme...

A fotografia da sereia - escultura de José Moser é de Luiz Cesar Hladü. A sereia da varanda da casa do escultor era o encanto da nossa meninice. Eu amava perder o olhar naquele objeto de arte, quiçá o primeiro que vi na vida. Muitos anos depois um moço fotógrafo fez o registro da imagem quando foi fotografar o escultor Conrado Moser em Peabiru, José  Moser não mais vivia. O fotógrafo deixou as fotografias quando se separou da mulher com quem se casou, que pelo ata e desata do destino era eu. Guardo esta imagem como a memória do tempo feliz. Guardo memórias, uma cidade, um encontro que durou dez anos e me fez mãe de três filhos, uma década de história do meu único casamento. A vida é este mistério este ata desata, este acende apaga, este junta e separa, e as estrelas guardam no silêncio o mapa das nossas vidas, e quiçá não saber o enredo seja o que torna a vida esta aventura maravilhosa.


Luiz Cesar Hladü (1961-2010)

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