O livro anterior da poeta Juliana Meira trazia o título - poema pássaro.
Agora ela lança - na língua da manhã silêncio e sal - e a palavra segue sendo - pássaro - pela leveza que ela imprime em seus poemas, pela evocação da natureza e um sopro metafísico entre os versos a nos lembrar o humano.
Juliana Meira publicou poema dilema (Porto Poesia, 2009), poemas para o projeto Instante Estante de incentivo à leitura (Castelinho Edições, 2012), poema pássaro (Patuá, 2015), e integra a Antologia Blasfêmeas: mulheres de palavra (Casa Verde, 2016). Os poemas acima são do livro na língua da manhã silêncio e sal (Modelo de Nuvem/Belas Letras, 2017)
sonora garoa fina
tão fria a tarde
a folha tímida o lápis
um pensamento após outro
congela
congela
de repente aquele baque
o poema se joga
da janela
da janela
Juliana Meira
ando com aqueles
cujos pés tilintam
riscando trilhas
também estou junto
aos que não fazem
ruído nem faíscas
mas rente ao final
do caminho quando
o abismo principia
piso o silêncio cíclico
de quem salta sozinha
Juliana Meira
que silêncio é este
que me atravessa o crânio
como se ele fosse um cânion?
Juliana Meira
que me atravessa o crânio
como se ele fosse um cânion?
Juliana Meira
na língua da manhã silêncio e sal
Ed. Modelo de Nuvem / 2017