Friday, July 07, 2006

kafka e milena II


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franz kafka
Cartas de Franz Kafka à Milena:
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"Não sei como, já não posso escrever-te de nada, salvo aquilo que está em relação conosco, apenas conosco, em meio do torvelinho do mundo. Tudo o restante é remoto. Injusto. Injusto! Mas os lábios balbuciam, e o rosto se funde em seu seio."
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"No fundo sempre escrevemos o mesmo. Pergunto-te se estás enferma, depois tu mo perguntas, digo que quero morrer, e tu também o dizes, quero chorar como uma criancinha diante de ti, e então tu queres chorar diante de mim como uma menininha. E uma e dez mil vêzes e sempre quero estar a teu lado, e tu me dizes o mesmo. Suficiente, suficiente. E continuo sem saber o que disse o médico, oh lenta, oh péssima correspondente, oh má, oh amada, oh tu... bem, que mais? Nada, silenciar em teu regaço."
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"Já vês, Milena, tão incontrolável se é, tão caprichosamente somos arrastados por um mar que apenas por malícia não nos afoga. Há pouco te pedi que não me escrevesses todos os dias, era sincero, tinha medo das cartas; quando por casualidade não chegava nenhuma me sentia mais calmo; quando via uma sobre a mesa tinha que pedir ajuda a todas minhas forças e de nenhum modo me alcançavam; e hoje teria sido infeliz, se não tivera recebido estes postais (apropriei-me deles, dos dois). Obrigado."
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"Acabo de passar duas horas deitado no sofá, pensando quase exclusivamente em ti."

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