Friday, November 03, 2006

as sereias






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Herbert James Draper

AS SEREIAS


Conforme o seu desejo, Ulysses fora atado
Ao mastro da galera enfeitado de rosas.
A marinhagem surda às águas marulhosas,
Procurava sondar o abismo ilimitado.

Nisto, Ulysses ouviu um canto amargurado
De sublime emoção, nas ondas luminosas,
Como jamais ouvira... E essas vozes maviosas
Fizeram-nos cismar, triste e maravilhado.

A galera vogava... As sereias surgiam,
Dos abismos do mar, soltando as louras tranças
Que nos ombros de neve as águas espargiam...

O canto dominava o oceano amplo e risonho,
E Ulysses e Eucharias as lembranças
Perderam, ao se perder no pélago do Sonho.

Guarapuava, 20.01.1.913
OTÁVIO CAMARGO

CRISTAIS SONOROS - 1.972 - Eleonora de Ângelis.



Eleonora, tia-avó da Bárbara Lia, inseriu em seu livro Cristais Sonoros, algumas poesias de seu irmão Otávio, que jamais lançou um livro. Ambos são irmãos da minha avó Antonieta, que "atormentou" minha infância recitando O Corvo, de Alan Poe, com requintes teatrais. Vasculhando na Biblioteca Pública, os ancestrais, entre eles Maria Cândida de Jesus Camargo (1.868-1.949). Alguma poesia de Maria Cândida no site:
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Vovó recita "O corvo".
Sala na penumbra. Tic.
Tac. Arrepios.
Bárbara Lia

La nave va...

Um dedo de prosa

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