“Os grandes poemas ainda permanecem inéditos
e as grandes palavras dormem nas línguas secas”
(Jorge de Lima – Mira-Celi)
Poesia é música. Pensar que a primeira “partitura” foi escrita em Erech, na antiga Mesopotâmia. Pensar que o nascimento da escrita propiciou ao homem colher o belo e torná-lo arte em forma de palavras. Pensar que em cada poesia existe um ritmo de sangue e sol. Pensar que alguns amores são leves colibris em varandas brancas, outros são uma ópera rock sangrada, uma revoada de corvos ao som de Iced Earth, e seu holocausto dos anjos. E quando se busca em outro lugar e nas alturas um sentimento que não é nosso, voam flamingos sobre belos lagos africanos, e vestidos rodados valsam salões de Viena.
A poesia e a música, para mim, são siamesas. Mostram o ritmo da vida, o silencioso rio vermelho das veias, o tamborim alucinado no peito, e então, a vida segue rendada de tangos, sambas, salsas, e também um rap, na varanda do amor, beija-flores e o ar puro da beleza costurando manhãs de delicadeza.
BÁRBARA LIA