seis da manhã de domingo. nunca acordaria naquele horário não fosse a enorme lua cheia lá fora. majestade, dando ordens por trás da vidraça. com tanto sono entre os cílios, difícil acreditar que fosse mesmo a lua. quase um grito. abriu os olhos e virou o corpo, atendendo ao chamado. sem domínio nenhum sobre os lábios, sentiu o sorriso dado em oferenda. travaram uma espécie de conversa mágica. a hora morta. e foi aí que o dia nasceu. ficou decretado que os dias só nasceriam após o sorriso de um artista.
LINDSEY ROCHA
Escritora e artista plástica. Publicou Nervuras do silêncio (7 Letras, 2005)
Performance realizada pelos amigos da Lindsey - Karol, Letícia, Juliana, Diogo, (faltou o nome do rapaz claro e alto)