Na noite de 04 de setembro de 2.006, em solidariedade ao Libano, organizei um recital em Curitiba. Desta noite, creio que a mais gelada daquele ano, guardei a memória do som do alaúde, da presença de alguns amigos e de uma pequena platéia que parou um momento para ouvir os poetas árabes. Foi como uma silenciosa prece em um templo escondido. Convidei os meninos - Adriano Smaniotto e Alexandre França, e ao lado de Michel apresentamos Darwich, Raduan Nassar, Wally Salomão e Adonis... O mundo não quer ouvir o lamento árabe, isto está claro a cada dia. Sei que a nossa noite de solidariedade foi possível graças ao apoio do poeta Michel Sleiman.
Ontem eu pensava em quando vou ler os livros de amigos que tem uma poesia plena e que ainda não lançaram livros - Stella de Resende, Luciana Cañete, Michel Sleiman...
A menos que a abelha bique o sol do girassol
Ontem eu pensava em quando vou ler os livros de amigos que tem uma poesia plena e que ainda não lançaram livros - Stella de Resende, Luciana Cañete, Michel Sleiman...
A menos que a abelha bique o sol do girassol
A menos que a abelha bique o sol do girassol
Não saio das colinas de Golan
Ali espio a crista do Monte Líbano
A libar rios de mel da Gehena de Alá
Pela boca dos fuzis do Hisbolá
Arrancados ao colo de Ramala e às tendas de Sidon
Onde Samira cansada de esperar por Samir
Reabre a fenda ao soldado imberbe de Israel
E lhe serve a sicuta em beijos conta-gotas
Enquanto a ONU gorjeia na goela de Kufi Anan
Escoltada pelas bandeiras de um pós-sionismo
Politicamente edulcorado e educado e
Pretensamente viável
E no Brasil Pelé Ronaldos e Kaká
Driblam a auto-imagem do samba no pé
Bola murcha vazando ar de peixe podre da Baía de Guanabara
E meu tio Bechara rala no Kuweit instalando cortinas nas mansões sobre areia
E serve de babá mucamo de bunda de xeiques cagalhões
Em seus Mercedes e Rolls-Royce com maçanetas de ouro e fiações de prata.
Deixem-me deixai-me contar as romãs no colar de Jade e Sulaima
Eu, Salomão desterrado fodido descobiçado.
Michel Sleiman
fonte: Icarabe
Não saio das colinas de Golan
Ali espio a crista do Monte Líbano
A libar rios de mel da Gehena de Alá
Pela boca dos fuzis do Hisbolá
Arrancados ao colo de Ramala e às tendas de Sidon
Onde Samira cansada de esperar por Samir
Reabre a fenda ao soldado imberbe de Israel
E lhe serve a sicuta em beijos conta-gotas
Enquanto a ONU gorjeia na goela de Kufi Anan
Escoltada pelas bandeiras de um pós-sionismo
Politicamente edulcorado e educado e
Pretensamente viável
E no Brasil Pelé Ronaldos e Kaká
Driblam a auto-imagem do samba no pé
Bola murcha vazando ar de peixe podre da Baía de Guanabara
E meu tio Bechara rala no Kuweit instalando cortinas nas mansões sobre areia
E serve de babá mucamo de bunda de xeiques cagalhões
Em seus Mercedes e Rolls-Royce com maçanetas de ouro e fiações de prata.
Deixem-me deixai-me contar as romãs no colar de Jade e Sulaima
Eu, Salomão desterrado fodido descobiçado.
Michel Sleiman
fonte: Icarabe