Monday, March 08, 2010

O POETA MORRERÁ!

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O poeta morrerá

Às dezoito horas

De um dia fora do tempo

-sem aviso-

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O poeta morrerá

Em cada manhã de caos

De pão saturado de suor

De ruas saturadas de rancor

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O poeta morrerá

Meio ao comercial

Da loja de colchões

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O poeta morrerá -

Uma Pietá a amparar

Suas asas quebradas

Na paz dos umbrais -

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O poeta morreu

...Poe...Orpheu

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(e corvos tão iguais nos beirais)

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Bárbara Lia

Cigarras no Apocalipse

ed.21gramas/2010

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