O poeta morrerá
Às dezoito horas
De um dia fora do tempo
-sem aviso-
O poeta morrerá
Em cada manhã de caos
De pão saturado de suor
De ruas saturadas de rancor
O poeta morrerá
Meio ao comercial
Da loja de colchões
O poeta morrerá -
Uma Pietá a amparar
Suas asas quebradas
Na paz dos umbrais -
O poeta morreu
...Poe...Orpheu
(e corvos tão iguais nos beirais)
.
Bárbara Lia
Cigarras no Apocalipse
ed.21gramas/2010