O Céu azul, não
era
Dessa cor, antigamente;
Era branco como um lírio,
Ou como estrela cadente.
Dessa cor, antigamente;
Era branco como um lírio,
Ou como estrela cadente.
Florbela Espanca
Céu de rosas desfolhadas por Apeles
E sol mãos de assassino a pousar
Nas felizes casas
brancas do mar
Amar esquecer amar
esquecer
Amar de novo,
esquecer outra vez
Restos da ave de
aço em seu túmulo
A luz bruxuleia e
Espanca
A chuva ainda é
velha amiga
O céu se abre em
lírios e estrelas
E a Flor bela
ainda nos sussurra:
“Uma alegria é feita dum tormento,
Um riso é sempre o eco dum lamento”
Bárbara Lia
Respirar (2014)
Página 45
* para encomendar o livro - barbaralia@gmail.com