Sunday, September 04, 2005

CANTATA FUGACE






A cantata aviva a lembrança.
O mar bravio, a barcaça.
Velame aflito, clepsidra inaugurando o fim.
Adeus aos beijos em tua pele de nácar.


Nostalgia, solitude de gelo.
A cantata prossegue – cansin lancinante.
Vejo a ira impregnada no olhar
luzente, fronte pálida.


Passos fugindo, tilápia
aflita de volta às águas.
O meu mundo areal


encoberto de brasa.
O perfume do sândalo me eleva
e a cantata aviva as lágrimas – Anoitece.
- Bárbara Lia.



photo by christopher campbel

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