- Para lembrar Mercedes Sosa - Recebi ontem esta poesia do Michel Sleiman - infinita Mercedes. Fiquei pensando naquele verso - Tudo muda, graças à vida! Tudo muda. Lembra a poesia do Ferreira Gullar - Dentro da Noite Veloz - Tudo muda, ainda que lentamente. Gracias à la vida. Me ha dado tanto...
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A uma profetisa que tocou as nascentes
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Erga-se o hino,
exaltem os sinos
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a profetisa das massas encontra enfim seu destino entre os maiores.
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Estrado que seus pés tocarão nas margens sólidas dos rios do Paraíso,
receba os pés da profetisa que tocou as nascentes,
o brado longo nas cordas tangentes, ecoando o bordão da gente oprimida.
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Tudo muda, graças à vida que nos ensina, que nos dá e tira, e nos volta a dar em dobro.
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O tempo da espera tem nova dimensão.
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A fé é uma estrada a ser seguida com afinco. O tempo nos renderá benesses mais seguras.
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Tudo muda. O pássaro é o colibri. O pássaro é o falcão. Asas de toda sorte fazem mais alto o céu.
Hoje o céu dos mundos é maior com as asas de Mercedes Sosa.
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Eterna a rainha das alegrias e das dores. Tudo muda, graças à vida!
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Michel Sleiman nasceu em 1963 em Santa Rosa, RS. Participou de livros coletivos de poemas, Tem dois livros de crítica e tradução da poesia árabe-andalusina: A Poesia Árabe-Andaluza (Coleção Signos, da Perspectiva, 2000) e A Arte do Zajal (Coleção Estudos Árabes, da Ateliê, 2007). Dirige a Revista Tiraz de Estudos Árabes e das Culturas do Oriente Médio e preside o Instituto da Cultura Árabe, em São Paulo, onde é professor doutor de Língua e Literatura Árabe da USP. Seu primeiro livro de poesias está no prelo, estourando por aí - pela Atêlie Editorial.