Thursday, December 23, 2021
Friday, December 17, 2021
Soledad - Bárbara Lia
Friday, November 19, 2021
O Romance "Arrependimento" na Revista Trajanos
Texto de Bárbara Martins para a Revista Trajanos, clique no link abaixo para ler.
"Arrependimento" é um livro que tem como cenário Paranaguá, esta cidade sempre presente em minhas narrativas. É mistério até para mim, atualmente é Guaraqueçaba que se apresenta como um dos cenários de um romance que escrevo.
Gracias, Bárbara Martins. Amei suas palavras.
https://revistatrajanos.wixsite.com/trajanos/post/arrependimento-livro-de-b%C3%A1rbara-lia
Saturday, November 06, 2021
Adeus Karuguá - Bárbara Lia
Ampulheta colocada no hall de
entrada do Expotrade Convention Center
pelos integrantes do Programa do GreenPeace (Kids for Forest). Dentro, os
animais se transformando em dinheiro e o pedido para que virassem a ampulheta
ao contrário.
A
MOP3 começou com uma recepção no Memorial de Curitiba – Largo da Ordem. Três
semanas depois, as delegações, ONG’s, jornalistas, Ministros de Estado e até
mesmo o Presidente da República deram sua contribuição para colorir Curitiba
das cores da Terra e da Esperança. Na manhã deste sábado (1º de
abril) aconteceu a última reunião. O futuro da Terra, em sua essência
mais complexa, foi discutido e dissecado. Ao final, ao que parece, tudo segue sem merecer
o devido cuidado e a primordial atenção. Por mais que os integrantes da
Convenção, na figura do seu secretário Ahmed Djoglaf faça uma avaliação
positiva, ressaltando que houve um grande entendimento e muita sintonia entre
os Ministros de Estado presentes, não há muito a comemorar. Ahmed enfatizou a
presença de quatrocentos jornalistas, ainda assim, ao menos para esta
observadora, o momento merecia muito mais atenção da grande mídia, da
população, que se escora em divagações quando questionada sobre o tema. Ouvi de
uma pessoa: até lá já morri. Ouvi isto quando comentei sobre a conclusão dos
mil e trezentos cientistas que responderam ao pedido da ONU e fizeram um
relatório sobre a saúde do planeta. Eles colocaram a possibilidade de dentro de
trinta anos o planeta entrar em convulsão, caso nada seja feito a respeito da
questão do meio ambiente. Então, quando alguém te responde com esta lacônica
previsão "Até lá eu já morri", percebe-se a dificuldade que irão encontrar
governos, ONGs, ambientalistas e qualquer um que pense o futuro das espécies e
a saúde da Terra: a inércia.
Durante alguns dias este ônibus
decorado com borboletas nos levava ao MOP/COP – A biodiversidade está na gente
– escrito em dois idiomas.
Na primeira semana o tema girava em torno de duas sentenças: “contém”,
e “pode conter” os chamados transgênicos, ou organismos vivos modificados. O debate sobre os alimentos transgênicos foi longo. A
máquina que usei para fotografar estava com a data errada, quiçá em 2.023
borboletas reais circundem os ônibus e comemorem outra mentalidade. A questão
da MOP3 levou o Governador Roberto Requião a dizer em um dos seus
pronunciamentos “O eufemismo falso do – pode conter- se transportado para um
programa de governo, por exemplo, comportaria a dedução de que o programa de
governo pudesse ser rotulado como - pode conter interesses contra a Ecologia”.
Do
lado de fora da Expotrade, em tendas
brancas, acontecia paralelamente o Fórum Global da Sociedade Civil, que teve a
participação da Ministra Marina Silva e do Governador Requião na abertura do Fórum. O evento reuniu ONGs, Nações Indígenas e
integrantes da Via Campesina.
A
MOP3 teve avanços na negociação da rotulação definitiva do termo “contém”,
muito embora esta prática só entre em vigor em 2.012. Segundo Marina Silva “O
protocolo de Cartagena é cumulativo e o que fizemos aqui foi colocar o “contém”
na ordem do dia, nos países que são parte do Protocolo”.
Ao
final da MOP o Governador do Paraná – Roberto Requião – tomou à frente e
assinou um decreto onde, a partir de agora, os produtos paranaenses vão receber
o selo “contém OVM’s - Organismos vivos modificados”, atitude elogiada pela Ministra e por vários integrantes
do evento.
Finda
a MOP3, a Convenção da Biodiversidade teve início com a chegada à Curitiba de
várias etnias, fazendo do Centro de Convenção um lugar onde desfilavam os trajes
típicos de várias nações e os povos indígenas de sessenta países presentes. No
pátio realizavam cerimônias, diante das ocas montadas, atraindo os visitantes.
Cavalhadas
Em
três noites, durante a COP8, aconteceu uma encenação com mais de mil
integrantes, do grupo – Ordem dos Cavalheiros – da cidade de Guarapuava (PR),
interpretando o espetáculo conhecido como “Cavalhadas”, reproduzindo lutas da
Idade Média.
Durante
a COP8 a taxa de ocupação hoteleira em Curitiba alcançou a taxa de 70%, contra
30% no mês período no ano de 2.005.
Dentro,
as negociações giravam em torno de temas importantes como a questão da
repartição de benefícios e acesso a recursos tradicionais, e a utilização ou
não das Terminators.
O Fórum Internacional Indígena sobre Biodiversidade (FIIB) fez críticas aos resultados no último dia do evento - a 8ª Conferência das Partes da Convenção sobre Diversidade Biológica (COP8). Segundo os participantes do Fórum “não avançou na construção de um regulamento internacional para o acesso a recursos genéticos e conhecimentos tradicionais”. Os indígenas esperavam a criação de um sistema de regras mundiais para as pesquisas com plantas e animais, que, segundo eles, se apropriam do saber dos indígenas, quilombolas e extrativistas. Fóruns indígenas anteriores e também a Declaração Internacional de Cancún dos Povos Indígenas, já demonstrava a preocupação dos povos indígenas com esta questão da distribuição de benefícios. Na Quinta Conferência Ministerial da OMC em Cancún em setembro de 2.003. A proposta do Fórum é que haja mecanismos de repartição dos lucros e tecnologia com as comunidades locais. Os povos indígenas dão o nome de Biocolonialismo a esta decisão dos governos agir sobre as suas milenares práticas que começaram a atrair a atenção do homem branco. Segundo o Conselho dos povos indígenas a ênfase na “distribuição de benefícios” tem o efeito de promover ao invés de prevenir, a comercialização dos recursos genéticos. Ainda que a distribuição de benefícios ajude mais os povos indígenas que a biopirataria, apresenta iguais e sérios riscos. Segundo este conselho as vozes dos povos indígenas em todo o mundo estão a questionar a engenharia genética, denunciando os atos de biopirataria e reivindicando os direitos a proteger as comunidades e o meio ambiente contra os depredadores da genes. As iniciativas e forma de vida dos povos indígenas continuará demonstrando ser uma alternativa em uma era de globalização que trata de monopolizar e comercializar todos os recursos da vida.
Para
os participantes do Fórum Indígena, o único avanço da COP8 foi manter a
proibição absoluta (estabelecida em 2000) para pesquisas com tecnologias
genéticas de restrição de uso da Tecnologia Terminator
– que diz respeito a plantas que foram geneticamente modificadas para produzir
sementes estéreis na colheita, através de mecanismo molecular induzido.
Desenvolvida pela indústria multinacional de sementes/agroquímicos e o governo
dos Estados Unidos para evitar que agricultores guardem e replantem sementes
colhidas que foram desenvolvidas pelas corporações de biotecnologia e de sementes.
O
Greenpeace avaliou a COP8 como um fracasso. E a falta de avanço, segundo a
organização, compromete seriamente as metas definidas pela própria Convenção de
reduzir a perda de Biodiversidade até 2010. O adiamento da lei sobre Repartição
de Benefícios segundo Paulo Adário, coordenador da campanha Amazônia do
Greenpeace, ganhou-se tempo para que a indústria farmacêutica, especialmente
dos Estados Unidos, etiquetasse e colocasse a biodiversidade em código de
barras.
A
discussão sobre o papel da conferência em identificação de reservas marinhas em
alto-mar não avançou.
Em
resumo, a COP8 como avanço pode comemorar apenas a permanência da proibição do
uso das Tecnologias de Restrição de Uso Genético – GURT’s, ou Terminator.
Este
tema relativo aos Terminator entrou
no tema da convenção este ano. Este e outros temas terem entrado na agenda é
visto como um avanço na luta contra a perda da biodiversidade. Pelo Brasil foi
trazida a iniciativa de mapear as espécies de animais e plantas exóticas
invasoras. Segundo a ONU, tais espécies dão um prejuízo de US$ 1,4 trilhão,
sendo a primeira causa de redução de biodiversidade em ilhas e a segunda nas
demais regiões do mundo. Entre os invasores estão arbustos, aves, peixes,
répteis, e vírus exóticos.
Em
2008, na Alemanha, a COP9 terá como pauta uma gama enorme de pendências, a dois
anos da meta estabelecida para que se reduza a perda da Biodiversidade no
Planeta.
Certa
vez eu escrevi que as ONGs e os Médicos sem Fronteira e os membros do
Greenpeace eram os poetas do Terceiro Milênio. Nada poderá ser narrado se a Terra
estiver ressequida e nua.
Os
povos da floresta parecem ser os únicos que tem noção da importância do precioso vínculo com a Mãe Terra, e eles, até mesmo eles são parte desta
extinção vagarosa e estranha, e o homem branco, globalizado, com um código de
barras na alma talvez não compreenda o que Marcos Terena disse:
–
Posso ser quem você é sem deixar de ser quem sou.
Considerando
a luta em todo o mundo, incansável e sem trégua, o feito de muitos integrantes
que acabam presos em manifestações que buscam alertar os homens. A minha
pequena passagem pela MOP/COP fez com que eu me lembrasse de um poema que fiz
em 1.999 para esta organização, que se denominava, no início – Guerreiros do
Arco-Íris.
GUERREIROS DO ARCO-ÍRIS
Quando
secarem as fontes
E
a terra estiver ressequida e nua
O
mundo se lembrará dos guerreiros do arco-íris
Quando
o verde desaparecer
E
o último pássaro migrar
Em
busca
Da
última folha
Da
última árvore
Da
última floresta
A
humanidade saberá
E
– tarde demais - acordará
Karuguá – em guarani significa
Arco-Íris.
As informações sobre o
Fórum Indígena em Cancun, em 2.003, foram retiradas do livro – Guerra de
Paradigmas – Resistência de Los Pueblos Indígenas a
Tuesday, October 12, 2021
poema
a filha de Leonard Cohen
se chama Lorca
Bob Dylan emprestou
um dos nomes de Dylan Thomas
há um emaranhado
de galhos e flores na criação
os deuses a chamam: árvore da eternidade
ela é nutrida
por palavras de homens e mulheres
que ousaram se emaranhar
de um modo atemporal
para ser poeta em tempos vários
e o - ser poeta - é sempre igual
Bárbara Lia
Sunday, October 10, 2021
eu poderia escrever um poema agora - Bárbara Lia
Friday, October 01, 2021
Em Marte Sem Passaporte: três gerações em poesia
Thursday, September 09, 2021
L' amour me ravage - Bárbara Lia (Dica de Leitura)
Gracias, Francine.
Monday, July 26, 2021
Entrevista - Paraná Imprensa
Ontem foi dia do escritor e saiu na edição do Paraná Imprensa esta entrevista que concedi para a poeta Isabel Furini. Notícias em tempos pandêmicos. A Poesia segue...
https://www.paranaimprensa.com.br/2021/07/isabel-furini-entrevista-premiada-poeta.html
Saturday, July 17, 2021
04 poemas na Revista Incomunidade - Portugal
Link para meus poemas no site da - Revista Incomunidade.
Grata ao poeta Jorge Vicente pelo espaço.
Monday, July 05, 2021
Um poema para Alejandra Pizarnik
"Ser poeta é ser visitante de um litoral distante até
morrer."
Holldór Laxness
Sonhei
com Alejandra Pizarnik
Ela vestia um pulôver
- Cor crepúsculo fosco
–
Pantalonas da mesma cor
Uma malha branca
Alvíssima
(Contraste perfeito)
Ela veio a mim
Saída de uma névoa
clara
Linda e lenta
Em quase dança
Olhou-me com seus olhos
Grandes, eternos
- Duas amêndoas
orvalhadas -
Meio a um sorriso
delicado
Sussurrou:
“Creo que mi soledad
Debería tener alas”
Com leveza de pássaro
Deu meia volta e saiu
A bruma a engoliu
E ninguém
Nunca mais a viu
Bárbara Lia
Saturday, June 26, 2021
Diálogo poético com Leonard Cohen *e outros poetas amados*
https://www.youtube.com/watch?v=wyVicmarzUA
Três poemas de Bárbara Lia
Não pretendo sugerir que fui quem mais te amou
Não posso controlar o destino de cada pássaro
caído
Lembro-me bem de você no Hotel Chelsea
Então é isso, nem penso em você com tanta
frequência
Leonardo Cohen (fragmento da canção Chelsea Hotel)
o mar é
meu
disse Ariadne
e adormeceu
nunca sofreu
pelo abandono
de Teseu
ou de todo
e qualquer menino
a todos:
adeus, adeus...
o mar é meu
pensou Ariadne
sua dança atiça
estrelas cálidas
entre as coxas
o mar é meu
e lambo as conchas
como Janis Joplin
lambia o sexo
de Leonard Cohen
no Chelsea Hotel
o mar é meu labirinto
absinto
vidro moído no coração
som & fúria
insubmisso
com mil caprichos
- o mar é meu
---
e ela
rezou baixinho a Leonard Cohen
ela não acreditava mais
no amor e na flor
mas o amor acreditava
nela
na beleza do imponderável
ela não acreditava
em mais nada
temia a pétala aguda
lança que caiu no coração
com o nome dele cravado ali
o olhar belíssimo - pétala lança
a voz pétala uma lança
a flor em lança
e a beleza
e tudo ela atirou longe
arrancou do peito
aquela primavera mais atrevida
querendo morar em sua vida
ela não acreditava mais
no amor
na flor
na primavera
e quando detonou tudo
com chuvas de dez anos
em uma única tarde
arrependeu-se
chorou
mãos em conchas
no rosto antigo
e pensou em prece
e por crer apenas na poesia
e no amor dos poetas
rezou baixinho a Leonard Cohen
que ele me ame como você amou Marianne
que ele me ame como você amou Marianne
que ele me ame como você amou Marianne
e assim repetiu
até adormecer
---
And if you want another kind of love
I'll wear a mask for you
Leonard Cohen
não cessa este canto de areia
ampulheta lerda a lembrar
esta lonjura até os teus poentes
nossa revolução desesperançada
nos leva a erguer o esqueleto a cada
dia
para caminhar silente em uma estrela
fria
a mastigar versos raros de amigos caros
mariposas de Neruda e Ave Nave de
Hilda
lua de Lorca e rebanhos de Caeiro
as estradas de Kerouac nos levam
ao Cabaret Verde de Rimbaud
só em Pasárgada faremos amor
ao som de - I’m your man –
é vital que a voz seja de Cohen
tecerei uma blusa amarela qual de
Maiakovski
pra te enlear em um eterno
entardecer
e a luva de pelica de Ana C.?
esta eu calçarei para tocar você
Bárbara Lia
Poeta e Escritora Brasileira
Leonard Cohen
Poeta, Escritor, Cantor e Compositor Canadense
La nave va...
Presenteie Livros
Presenteie Livros no Natal. Tenho – ainda - alguns exemplares de dois romances premiados: “As filhas de Manuela” – Romance – Menção Honros...
-
Amedeo Modigliani Paris e um amor Ode de absinto E dança A voz de Piaf acorda As pedras de um beco: “C'est lui pour moi Moi pour lui...
-
Serviço: Lançamento da 2a. Temporada da websérie Pássaros Ruins Data: 11/09/2016 - Domingo Local: Cinemateca de Curiti...
-
Javier Beltrán (Federico García Lorca) e Robert Pattinson (Salvador Dalí) em uma cena do filme - Poucas Cinzas - que revi e voltei a sentir...
-
(Leitura poética de “Trato de Levante”) Livre. O poeta é livre. Canta Neruda com amor revolucionário. Depois que tanto...
-
Louis Garrel _ Cena de "La Belle Personne" de Christophe Honoré "o poeta escreve sobre oceanos que não conhece...
-
F rida inventou um novo verbo para dizer “eu te amo”: Yo te cielo. Rimbaud queria reinventar o amor: L'amour est à réinventer. quiç...
-
É incrível que elas tenham nascido na mesma data, Clarice em 10 de dezembro de 1920 em Chechelnyk, Ucrânia e Emily Dickin...
-
INSÔNIA Este é o século da nossa insônia Mentes plugadas em telas isonômicas Longe dos mitos e da cosmogonia Dopados de “soma” e ...














