Monday, February 08, 2010

Um dia Inteiro


Tarde Blu

Beethoven passeia

No lado negro

Da lua solteira

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Branca noite

Clave de sol

No anzol

De Bach

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Verde manhã

Rimbaud me espera

Com taças de absinto

No mar da vez primeira

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Madrugada anis

Frida tece meu rosto

Em uma impossível tela

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Rimos - risos

ancestrais -

eu e ela

Bárbara Lia

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Sunday, February 07, 2010

CACTO & JAZMÍN


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Busco equilibrio entre el cacto y el jazmín.

Silencio abisal de desiertos.

Ruidosa calle de piedras.

Soy siempre: Soledad o multitud.

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La voz cristal de Dios me aterra

Mi corazón una gruta

Con espinas de cactos.

Con perfume de jazmín.

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En el tendal del alma

El aviso:

Aquí yace la perfumada ilusión.

Bárbara Lia

- O sal das Rosas, Lumme Editor, 2007

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Saturday, February 06, 2010

Salt Roses

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Bed of salt's river
Grows in me
Unnecessary
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Rot on roses
Rio without source
Moon Double mirror
In the waters heart
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Regards
Hopes
Sink embraced
In the involuntary river
Where agreement
Bárbara Lia
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(O sal das rosas / Lumme Editor - 2007)

Friday, February 05, 2010

O Ponto G do ImaGinário

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A rua ao lado. Caminho para o Supermercado. A casa escondida, abaixo do nível da calçada. O teto desliza diante do olhar. O muro verde pixado com letras garrafais. É ali que Algo me arrebata, me tira do chão e seduz. Atinge o ponto G do meu Imaginário. Assim que ele me liberta de seus braços de nuvens, trago à reboque o título do novo livro que escrevo, as ideias, o toque necessário pra clarear tudo, terminar uma poesia, um conto, a palavra que falta, a frase que conecta. O mistério ainda está ali, naquela rua agitada onde carros ônibus motos e pedestres passam por mim, vorazes, voando. Eu no passo lerdo de Frida Kahlo, a sola do pé ardendo, o coração ardendo, a alma incendiada. E a rua de calçada estreita, o muro que esconde um lugar - presumo seja a mansarda do deus da imaginação - que entra sutilmente em mim e deposita o que me falta. Ontem pensei em deixar um livro na caixa de correio enferrujada. Uma nota de agradecimento que alguma dona de casa de cabelos curtos pintados de acaju vai ler, sem entender nada. Sem saber do invisível e do imaginário. Acho que Ele mora na laranjeira ou no telhado.

Wednesday, February 03, 2010

Kátia Torres Negrisoli








Minha amiga Kátia, vive em Adamantina. Raptei estas fotos de uma sequência de fotos que fala - das sutilezas - meus livros lá, entre as flores. Tem carinho borbulhando de norte a sul. Vez por outra eu tenho vontade de dizer 'olá!' pra os leitores e seguidores deste blog. Hoje eu digo oi e agradeço, na figura da Kátia. Uma educadora, poeta e incentivadora. Somos paranaenses. Mulheres guerreiras. Foi este meu desejo hoje ao ver uma sequência enorme de fotos de plantas, jardins, sutilezas e meus livros lá como se eles fossem também parte da natureza. Bom dia! Sou uma poeta curiosa, vez por outra eu olho aquele mapa e penso: Você que me lê assiduamente ai no Texas, me escreva. Vez por outra eu penso - Tenho um Plano para o Texas. Tenho planos para Portugal que lê assiduamente a minha página, amo a França a Itália, amo a África que vez por outra brilha Maputo. Amo esta certeza de que a internet alinhou continentes. Eu que quero apagar todas as linhas dos mapas. Sei que esta página azul é uma ponte e a preservo - Chá com as borboletas sempre, Chapar as borboletas que foi a escolha que os amigos todos aprovaram, Chá das cinco poético. Um momento pra dividir poesia, histórias, livros e acontecimentos. Abaixo, um texto da Kátia:


Luis Serguilha, o clássico-contemporâneo:
http://www.cronopios.com.br/site/ensaios.asp?id=4268

Tuesday, February 02, 2010

Michel Sleiman



COMO SE EPÍLOGO, OU
SALVA DE PALMAS: O POETA
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por que editar um poeta?
por seu poema por onde
a angústia
....- não dita
....inefável
....abjeta -
o poeta secreta?
....- jogou a merda
....pra ser
....escrita
....fê-la
....- fêz-se -
....concreta.
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flores das flores
(do mal)
por que a seleta
dentre as dores
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.....- Veloso cantou:
....pra que rimar
....amor e dor?
por que fazer
da ermida triste
jardim de rumores?
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voz vozerio
palavra silente
se faz desafio
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páginas
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leia-se a pá
.........a lá
.......a vrá
.....- Norato dixit -
pólvora alvará
de leituras e harmonizações na face pó de arroz das folhas -
- livro folhas das folhas milfolhas de mil e uma utilidades
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vaidades




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CANÇÃO DE MEDICINA

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para uma alma sedenta
um jarro só de água-jasmim
..... .. não basta
toma! essências de limão e romã
curam o amor te deixam sã
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ai de ti alma sedenta
nem fetiches nem feitiços
nem rezas de poeta
teu abismo é dos perfumes
do reino de Afrodite
e não resistes

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Duas poesias do livro do Michel Sleiman. Feliz por ter - finalmente - o meu aguardado exemplar e por compartilhar uma hora com Michel em sua passagem por Curitiba. Ele me diz - tá, escreva seus romances, mas, não abandone a poesia. Bem, a poesia não me abandona, basta abrir um caderno e elas estão lá, escritas neste estado de posse da poesia, que me arrebata. Quem sabe eu apresente os meus últimos poemas neste ano, estes inéditos espalhados, dispersos meio ao terremoto da vida... Um novo livro de poesia é o que me atiça ao ler este belo livro do Michel. Uma bela publicação da Ateliê Editorial, com apresentação de Horácio Costa e este pequeno texto de Efraín Rodríguez Santana na contra-capa:

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Tudo é circular, tudo é jogo, tudo é sensualidade, tudo é válido para se fazerem as declarações. É como uma graça que se organiza na "utopia do sono", que apela também às vaidades e miragens que este ofício demanda. Como uma canção vinda de montanhas de séculos de poesia, aqui o poeta dá os seus pontos e cria os seus nós.
Efraín Rodríguez Santana

Monday, February 01, 2010

André Abujamra

clique na imagem para ler

H2HORAS - Tv Cronópios Filmes

Clique aqui para ver o filme do PIPOL


O especial de final de ano ANTOLOGIA H2HORAS - publicada no Portal Cronópios virou filme, estréia hoje no Portal Cronópios - documentário poético do tempo. Muito lindo, vale conferir esta façanha do Pipol.

Sunday, January 31, 2010

Edgar Degas
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Any clothing

After Love

Is rough sandpaper

Scratching

Skin

Beatified

The sacred hours


Bárbara Lia
(Nyx Nua)

Thursday, January 28, 2010

Novas Diretrizes em Tempo de Paz

A dona da locadora disse - tem um filme que você vai gostar - Tempos de Paz - Não pude ver a Peça - Novas Diretrizes em Tempo de Paz. Pena. O que posso dizer é que o filme é belíssimo. E que nas palavras de um ator polonês interpretado por Dan Stulbach eu demoli toda a dúvida. Sim! Isto é TEATRO. Este é o poder. Um texto do Bosco Brasil. Uma poesia. A poesia é derramada ali - alma de Clausewitz. Não eu não quero ser Sarah Kane. Não quero. Quero o simples elevado ao límite da beleza. Nada de enigmas. Nada de charadas. O complexo que deslize lerdo para debaixo da cama e que a luz clareie os que tem coragem de apostar a vida, o caminho em uma simples poesia, soprada pelo vento da alma, rasgada pelas visões do inferno. Isto é TEATRO. É certo que vi o filme - Tempos de Paz - é certo que chorei a sós deitada em uma cama em um quarto, é certo que não pude sentir a respiração opressa do moço bonito que declama Carlos Drummond de Andrade. O que eu acho? Que deviam explodir todos os cenários das telenovelas banais e inundar o país com Teatros e que salvassem os atores magníficos como Dan Stulbach e dessem a eles apenas o palco... apenas o palco.

no portal cronópios:


Charles Ribeiro entrou em contato comigo há algum tempo. Palmilhar o mundo é possível depois da rede. Os diálogos vários que vou tecendo com os poetas do mundo e descobrindo MUITA coisa. Mulheres do Candeeirocafe que foi publicado no cronópios apresenta as mulheres do coletivo Candeeiro Café um grupo de artistas baianos.

La nave va...

Uma Entrevista na Revista Arte Cítrica n°3

  Na página 94 uma entrevista sobre minha vida de poeta na bela edição da Revista Arte Cítrica nº 3: https://drive.google.com/file/d/1PPTZT6...