Wednesday, October 24, 2007
SOLIDÃO CALCINADA
Sunday, October 21, 2007
SYLVIA E O FALCÃO - DIA 30 NO PORÃO

Thursday, October 18, 2007
ROSA CHÁ AZUL ANIL
Alma rosa chá.
Vestida de rosa chá.
Na casa rosa areia.
Leva - enquanto passeia -
um oceano de espantos
nas mãos:
Cinzas de rosas
no ar do quarto do avô
morto.
Mistério ácido na boca
- sabor do fruto vítreo -
de figueira desconhecida.
Açúcar cristal brilha
- mínimas estrelas -
nas mãos.
Céu rosáceo de Dali
desce ao chão
e incendeia
o futuro lilás:
rosa chá + azul anil
Linhas do destino
emaranhadas
- já no ventre
de nossas mães.
E apenas agora
o homem sagrado
envolto em acordes
de estrelas no cio.
- meu azul demorado!
BÁRBARA LIA
Wednesday, October 17, 2007
LA JAULA

y después cantan.
y el sermón caliente
del último viento.
Sé gritar hasta el alba
cuando la muerte se posa desnuda
en mi sombra.
Yo lloro debajo de mi nombre.
Yo agito pañuelos en la noche y barcos sedientos de realidad
bailan conmigo.
Yo oculto clavos
para escarnecer a mis sueños enfermos.
ALEJANDRA PIZARNIK -
(1939-1972)
- Las aventuras perdidas, 1958
Sunday, October 14, 2007
AROMA DE ANIS

http://www.cronopios.com.br/site/prosa.asp?id=2794
(Meu conto - AROMA DE ANIS - publicado no site
Literatura e Arte - Cronópios)
SYLVIA PLATH - 75 ANOS

Vejo você ao luar
Andando pelo cais vazio de Alicante
Como uma alma aguardando a barca
Uma alma nova ainda sem compreender
Pensando que ainda é lua de mel
No mundo feliz a vida toda à sua espera
Feliz, os poemas ainda por achar...
TED HUGHES
tradução Paulo Henriques Brito
Em 27 de outubro Sylvia Plath completaria 75 anos. O fragmento acima é do livro - Cartas de aniversário - publicado pela Ed. Record.
Wednesday, October 10, 2007
ADAMARE

Dante bebendo água do Lethes
Jean Delville
Yo sin ti:
Catedral de arcilla. Campo segado.
Esperanza de brisa. Ángel despistado.
Desnuda de luz y vida.
¡Adamare! ¡Adamare!
Mantra de medievales baladas.
¡Adamare! ¡Adamare!
Balcón de flores, manos con alas.
Velo en el balcón.
Cristales de lágrimas.
Estrellas que sigo callada.
Pájaro invisible - Pegaso.
¡Adamare!
Río que desagua en el adiós.
BÁRBARA LIA
Tuesday, October 09, 2007
LA NAVE VA...
Monday, October 08, 2007
O NASCEDOR

Por que será que o Che
tem esse perigoso costume
de seguir sempre renascendo?
Quanto mais o insultam,
o manipulam o traicionam,
mais renasce.
Ele é o mais renascedor de todos!
Não será porque o Che
dizia o que pensava,
e fazia o que dizia?
Não será por isso,
que segue sendo
tão extraordinário,
num mundo
em que as palavras
e os fatos
raramente se encontram?
E quando se encontram,
raramente se saúdam,
porque não se reconhecem?
Eduardo Galeno (Uruguai)
- 1967, La Higuera, assassinaram Che, que ainda nasce,
a cada dia nasce.
Friday, October 05, 2007
O Ano em que Meus Pais Sairam de Ferias
1.970
O ano era 1.970.
1.970 era o telefone dele.
Minha pasta do colégio era decorada com fotos em preto e branco.
Puro charme dos meus jogadores mais amados - Clodoaldo e Tostão.
Eu parava na banca de revistas do pai dele e ficava olhando a revista Placar para olhar entre uma página e outra o seu olhar.
Um artista, escultor.
Um menino de pele clara que eu nunca beijei.
O papel carbono e a primeira poesia escrita na máquina de escrever Olivetti.
Tudo preto no branco.
Até o ar era preto e branco.
As fotos do jornal.
As cenas que eu via na TV.
Eu era a índia Potira.
Tinha um amor e uma mina de diamantes...
Vez por outra no túnel do tempo um diamante brilha no interior da gruta.
Tudo colore súbito: a chuva caindo no meu uniforme bordô, ele sorrindo no meio de umas revistas coloridas, arco-íris me esperando no final da rua quando eu voltava do colégio... a gargalhada colorida de papai... os olhos mel de mamãe...
Depois, tudo volta a ser preto e branco, em 1.970.
1.970 era o telefone dele.
Os telefones eram antigos e negros como em um filme noir.
Bárbara Lia
- O ano em que meus pais sairam de férias foi escolhido para representar o Brasil no Oscar 2.008 - Particularmente voltei ao tema e ao ano colorido de um tempo que tudo era preto e branco. No filme o garoto é filho de um guerrilheiro. Eu sou filha de um partidário da direita, que chamava os revolucionários de terroristas, e que vibrou quando Petras - o jogador tcheco que fez o primeiro gol contra o Brasil se ajoelhou e fêz o sinal da cruz - Meu pai dizia que um jogador de um país socialista havia rezado diante do mundo... Nada mais seria como 1.970, que por coincidência, era o nº do telefone do menino que despertou meu primeiro olhar de encanto. Eu tinha 14, era goleira no time de futebol da rua, prá completar o time do meu irmão. Lia revista placar, e vivi minuto a minuto o nosso ano de ouro da nossa melhor copa, e nem sabia que era o mais rígido ano nos põrões da repressão...
Wednesday, October 03, 2007
TRANS/BORDAR!

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Cena do filme - O Livro de Cabeceira, de Peter Greenaway
Sinto desejo de desaparecer na aragem
Um rosto rima em viagem
Anagramas ao invés de alma ferida
A poesia era hipótese escondida
Vida - mais que vida -
que engendrou versos da mulher alada
Fluía em mim um rio uma enxurrada
Não me cortava guilhotina afiada
que ora me degola
Ando escondendo versos na gola
Querendo engolí-los com coca-cola
Para não dizer de mim e sem pudor
delatar meu mais sublime amor.
BÁRBARA LIA
Tuesday, October 02, 2007
A AMIGA CHORA
La nave va...
50 poemas escolhidos pela autora- Antologia de Poesia - Bárbara Lia - Editora Clóe
50 poemas escolhidos pela autora" Antologia de poesia Bárbara Lia Editora Clóe 2025 ISBN 978-65-84984-47-9 76 páginas "50...

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Serviço: Lançamento da 2a. Temporada da websérie Pássaros Ruins Data: 11/09/2016 - Domingo Local: Cinemateca de Curiti...
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Javier Beltrán (Federico García Lorca) e Robert Pattinson (Salvador Dalí) em uma cena do filme - Poucas Cinzas - que revi e voltei a sentir...
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Louis Garrel _ Cena de "La Belle Personne" de Christophe Honoré "o poeta escreve sobre oceanos que não conhece...
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É incrível que elas tenham nascido na mesma data, Clarice em 10 de dezembro de 1920 em Chechelnyk, Ucrânia e Emily Dickinso...
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F rida inventou um novo verbo para dizer “eu te amo”: Yo te cielo. Rimbaud queria reinventar o amor: L'amour est à réinventer. quiç...
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(Leitura poética de “Trato de Levante”) Livre. O poeta é livre. Canta Neruda com amor revolucionário. Depois que tanto...
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INSÔNIA Este é o século da nossa insônia Mentes plugadas em telas isonômicas Longe dos mitos e da cosmogonia Dopados de “soma” e ...