
Friday, June 27, 2008
Thursday, June 26, 2008
Dans l'air
Tínhamos a mesma idade
Quando vimos o mar
Este mistério de impaciência
Tínhamos a mesma impaciência
– Rimbaud e eu –
Por isto
Pisamos telhados
Ao invés do chão
Por isto
Machucamos nossos amores
Com nossas próprias mãos
Por isto
As velas acabam na madrugada
Antes que o poema acabe
- Por isto, tão pouca a vida para tanta voracidade.
- Bárbara Lia
(O rasurado azul de Paris -
poemas para Arthur Rimbaud)
Tuesday, June 24, 2008
O encontro perfeito

Em uma fusão perfeita, o encontro de Forrester com o menino coloca nos trilhos duas vidas e libera o oxigênio e acende a chama.
Quero luz!
- A hipocrisia é a arte de amordaçar a dignidade.
- O homem que pensa com a própria cabeça e a sombra que reflete pensamentos alheios parecem pertencer a mundos distintos. Homens e sombra: diferem como o cristal e a argila.
- As sombras não crêem.
- Quem marcha em direção de uma luz não pode ver o que ocorre na sombra.
- A mediocridade teme o digno e adora o lacaio.
- Poucos sonhadores encontram um clima e uma ocasião que lhes exalte a genialidade. A maioria é vista como exótica e inoportuna...
José Ingenieros (Giuseppe Ingegneri )
Palermo, 24 de abril de 1877 — Buenos Aires, 31 de outubro de 1925
Luz, quero luz
Para quem viaja ao encontro do sol
É sempre madrugada
Helena Kolody
Lendo – O homem medíocre – José Ingenieros (Livraria do Chain Editora) neste inverno rigoroso é mais ou menos como tomar um chá de uma erva rara. Um vento de fogo no frio, estas horas santas em que um livro te sacode e te dá forças para mais um tanto de caminho. Longo caminho este, serpenteado de sustos. Mas, buscando sempre, cavando sempre a rocha escura. Lembrei a canção do Chico, a poesia de Helena Kolody: Quero luz!
Monday, June 23, 2008
Bem-te-vi

Ramagem arranha janela.
Sonho:Aeroporto fantasma.
Espíritos de náufragos do Titanic.
Ku Klux Klan ateando fogo ao enforcado.
Seqüência horripilante:
A mulher sem olhos na cama,
entre lençóis úmidos de chuva.
Acordo com o bem-te-vi
na manhã de sol
na mesma paisagem.
BÁRBARA LIA
(O sorriso de Leonardo - Kafka ed baratas - 2004)
Sunday, June 22, 2008
La Furia Roja
Friday, June 20, 2008
Sakountala

Cinzel de prata esculpindo pés
Cada fagulha vermelha
um fio de cabelo do amado
Cinzel de prata treme
acende astros
de um azul escuro
em meu olhar algodão
Rodin!
Rodin!
Tantos pés teci
em mármore angustiado
-trilha de pés moldados-
esquerdo / direito
esquerdo / direito
esquerdo / direito
Tantos pés
emprestei-te
para ter-te assim
ajoelhado
enlaçado
abismado
abandonado
Augusto espectro
de fogo
onde queima
a aurora
Sei!
Tudo isto
é mármore!
Mas, antes
foi carne
vermelho abandono
amor petrificado
Antes do fim
às margens
do Rio Loire
nossa carne carmim
foi mármore.
I had my way.
I trusted a king
And put myself in his hands.
He had a honey face and a heart stone
(She covers her face with her dress and weeps)
- Calidassa –
Tuesday, June 17, 2008
Dios en el rocio
(para Jorge Luis Borges)
Jardín perfumado de Istambul.
Sol intolerable besa la rosa azul
en el florero blanco. Dos perros de
color de la luna
alrededor.
Tus ojos se pierden en la rosa desnuda.
Ojos del color del Mar Caspio en la aurora.
Gota del rocío baila en el pétalo.
Cristal.
Punto en el espacio – Aleph
descortina el universo.
Sueños enjertados de sol, desiertos,
aromas, fauna, primaveras, tormenta.
Todo el universo en gota clara
que cubre la rosa. Las lágrimas
bajan solar al labio carmesí
y el pecho arde de amor y luz.
BÁRBARA LIA
Monday, June 16, 2008
Sunday, June 15, 2008
Tratado dos anjos afogados
.
Conversa sobre poesia e literatura com minha amiga a escritora Bárbara Lia no msn :
Marcelo diz:
Olá meu anjo...
Bárbara Lia diz:
oi, tudo bem contigo?
Marcelo diz:
Estou no meio de um romance..chamado TRATADO DOS ANJOS AFOGADOS e você..escrevivendo muito?
Bárbara Lia diz:
Eu estou dodói, escrevendo um romance e algumas poesias...
Bárbara Lia diz:
Como é que a gente afoga anjos?
Bárbara Lia diz:
Ou como a gente desafoga anjos?
Marcelo diz:
É sobre cantores de blues e sambistas que nunca gravaram discos e outras figuras meio parecidas comigo e contigo...artistas em estado puro e bruto..flores selvagens do Ártico
Bárbara Lia diz:
Gostei disto, de ser uma flor selvagem, acho até que vou escrever uma poesia, acho que
Bárbara Lia diz:
Sou mesmo uma flor selvagem,
Bárbara Lia diz:
Eu gosto de blues, e de música sempre, de boa música,
Marcelo diz:
Vou te enviar uma cópia...
Marcelo diz:
Também amo o blues.
há uma corrente secreta ligando o blues e o samba da velha guarda...
Bárbara Lia diz:
Gostaria sim, de ler,
Marcelo diz:
Você está escrevendo um romance? sobre o que?
Bárbara Lia diz:É policial, e infanto-juvenil...
Bárbara Lia diz:
...
Marcelo diz:
hum..policial..oba! adoro Simenon..e Chesterton
...
Bárbara Lia diz:
Falta muito prá concluir,
Bárbara Lia diz:
Eu sou muito tímida prá falar sobre o que escrevo e não sou tão
Bárbara Lia diz:
Erudita...
Bárbara Lia diz:
Minha poesia é mais rica que a prosa, é o que penso...
Marcelo diz:
Talvez não exista a prosa..e tudo seja a poesia sob diversas formas..está será apenas uma questão formal num futuro breve.daqui há cinco minutos...
Bárbara Lia diz:
Na verdade eu acabo sempre misturando e minha prosa é muito poética, e minhapoesia acaba sempre contando alguma história, não é abstrata...
Marcelo diz:
O Lobo Antunes chama os romances dele de poemas..e a vocação da poesia sempre foi essa de desmistificar o real
Bárbara Lia diz:
Ou produzir uma nova realidade, é o que eu tento...
Bárbara Lia diz:
Mas, não sou muito teórica,
Bárbara Lia diz:
Eu sou a bruta flor, quer dizer, selvagem ainda, eu só sei sugar da rocha, a seiva, e não tenho nenhuma teoria... tenho uma ligação com ALGO, que me nutre, eu não sou minha poesia, sou só a condutora
Bárbara Lia diz:
Mas, não sou muito teórica,
Marcelo diz:
O Guimarães Rosa dizia a mesma coisa...
Será que há algum mistério no 'Ato em si' da escritura.
de um poema ou romance?
Bárbara Lia diz:
Há mistério em tudo...
Bárbara Lia diz:
Não tem nada a ver com mediunidade, mas, de uma aspecto mais sublime, como se fossemos mesmo antenas da raça, como dizia Pound...
Marcelo diz:
Vou colocar esse nosso papo no meu blog...posso?
Bárbara Lia diz:
Que responsabilidade!
*
A ESFINGE NA NÉVOA
Quando a alma
fala
já não fala a alma.
Se o corpo é sua escada
a língua é por onde
ela escapa?
Jamais sairemos
desse labirinto
de falsos silêncios;
Então, por que não cantamos
enquanto afundamos?
Ou por que não nos calamos,
até o fim da névoa
do labirinto
e do silêncio torpe?...
Se a canção da Ursa Maior
não nos alcança,
afundar no canto ausente
das sereias de antes,
e apesar da vitória
deste abismo em nós
de nossa secreta Ítaca
não estamos tão distantes.
Ítaca dentro de nós:
A torre, a amada a fiar o manto,
o cão cego e fiel,
a mesa, o vinho...
Ítaca – a felicidade-
escondida no mar de abismos
e nos labirintos de sal
- nossa casa-alma:
Esfinge na névoa
que sempre encontramos
no final.
BÁRBARA LIA / MARCELO ARIEL
Thursday, June 12, 2008
Poesia na sala de aula
VIOLETAS BRANCAS
Saturday, June 07, 2008
a Rodin


Durmo nua todas as noites na ilusão de que está a meu lado,mas quando acordo já não é mais a mesma coisa.
Um beijo
Camille
.
Sobretudo, não volte a me enganar.
(Camille Claudel 1891)
.
- Sakountala, que Camille concluiu em 1.888, foi a escultura/poema do tempo de felicidade, ainda. Após romper com Rodin ela seguiu com esculturas/poemas que delatavam a dor da perda e uma angústia em pedra - L'âge mur, La implorante, Hamadryade, Le dieu envolé e outras...
Junho tem muitos corações bregas na tv e em toda parte, esta ilusão fóssil de que todos os amores são leves voejantes e cor-de-rosa. O de Camille por Rodin retrata a impotência de uma mulher brigando com furor pela sua arte, e sendo descartada, assim, atirada ao asilo de loucos por trinta anos. O que aconteceu à Camille foi um dos grandes ultrajes à alma feminina, um abandono, como é o subtítulo da escultura - Sakountala - o abandono. Para qualquer um, ainda neste milênio, o espanto se instaura quando uma mulher toma as rédeas de seu querer, proclama seu desejo, desnuda-se em poesia, esculturas, ou de qualquer forma. Rodins ainda existem. E isto é uma pena. Camille pagou um preço alto demais por esta liberdade furiosa. Em uma carta Rodin a chamava - Minha furiosa amiga.
Friday, June 06, 2008
a Diego Rivera

Menino-amor. Ciência exata.
vontade de resistir vivendo
alegria saudável. gratidão infinita
Olhos nas mãos e
tato no olhar. Limpeza
e maciez de fruta. Enorme
coluna vertebral que é
base para toda a estrutura
humana. Um dia veremos, um dia
aprenderemos. Há sempre coisas
novas. Sempre ligadas à
antiga existência.
Alado - Meu Diego meu
amor de milhares de anos.
Sadga. Yrenáica
Frida.
DIEGO"
- FRIDA KAHLO -
Thursday, June 05, 2008
a Henry Miller
Tuesday, June 03, 2008
a Lúcio Cardoso

Sunday, June 01, 2008
a Rainer Maria Rilke
Versión de Severo Sarduy (de la traducción de Lola Díaz)
La nave va...
'O Corpo' - Poesia - Bárbara Lia
Pré-venda do livro "O Corpo" “O Corpo” traz uma seleção que abrange duas décadas de poesia er*tic@, além de fragmentos de uma n...

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(Leitura poética de “Trato de Levante”) Livre. O poeta é livre. Canta Neruda com amor revolucionário. Depois que tanto...