Monday, May 05, 2014

vita breve



No site Vita Breve, editado por Ana Lúcia Vasconcelos: Poemas do livro "O sal das rosas" e uma entrevista ao Selmo Vasconcellos, do ano de 2010.

http://vitabreve.com/

Thursday, May 01, 2014

notícias do front



enquanto fico aqui recolhida entre as palavras, revisando um livro e premeditando passos, leonard cohen canta...


Wednesday, April 09, 2014

E. M. de Melo e Castro


E. M. de Melo e Castro, um dos maiores nomes da poesia experimental em língua portuguesa, traz em "Poética do ciborgue" uma seleção de seus ensaios, entre inéditos e clássicos, que refletem mais de 60 anos de atuação como poeta e pensador, em uma história que se confunde com a da própria poesia concreta. "A Poética do ciborgue" traça uma trajetória da evolução das relações entre poética e tecnologia, desde os aparatos analógicos até a revolução digital dos computadores e da internet, buscando os rumos para uma arte digital, ao colocar questões tanto à teoria literária como à teoria da arte, no que diz respeito às utilizações das ferramentas eletrônicas e suas aptidões inventivas. É uma antologia constituída por seus textos mais significativos, formando um conjunto coerente entre sua prática e a necessária reflexão teórica e crítica.
ERNESTO MANUEL DE MELO E CASTRO, nascido a 19 de abril de 1932, na Covilhã, foi um dos iniciadores da poesia concreta em Portugal. A sua prática poética tem sido acompanhada por uma teorização sistemática sobre a linguagem e sobre as tecnologias da comunicação. Sua produção bibliográfica, que se estende por mais de cinquenta livros de poemas, prosa e ensaios, tematizou a tecnopoiesis, a cibercultura e a infopoesia e outras linguagens ainda pouco exploradas até então. Além disso, na sua obra cruzam-se múltiplas práticas, que vão da performance corporal e vocal ao poema tridimensional ou em novas mídias. A sua consciência da mediação técnica da era eletrônica refletiu-se num conjunto de obras pioneiras no uso do vídeo e do computador na produção literária.

Wednesday, April 02, 2014

Musas de Acetileno - Alejandra Pizarnik







...céu pedaço de cosmos céu morcego infinito
imutável como os olhos do meu amor
Alejandra Pizarnik




entre sermões dos ventos 
e barcos sedentos
a mulher traça o perfil do medo
desenha desmoronamentos
as mãos finas desfazem a teia da vida
com a leveza de palomas brancas.

Bárbara Lia\ poema da série - Musas de Acetileno.

Imagem: Pintura de Alejandra Pizarnik, incluida en Alejandra Pizarnik. Una biografía de Cristina Piña (Editorial Corregidor).

Friday, March 28, 2014

Fernando Koproski




Ontem a poesia foi minha canção de ninar, revi "Flores raras" e fiquei naquele estado de graça que é ouvir poesia linda, tecida com cuidado por Bishop, depois o carteiro trouxe a trilogia - um poeta deve morrer - foi overdose de poesia e mergulho no belo, que só os grandes poetas podem imprimir. Gracias Koproski, pelas dedicatórias ternas e por poemas que lavam todo o piegas do amor, coisa que só grandes poetas conseguem. Quis ler abruptamente como quando alguém toma o café das manhãs às pressas para ir ao trabalho, e lembrei que poesia é banquete, que necessita ritos e reverência, ainda assim, devo dizer que a trilogia fala do Amor no sentido amplo. Não apenas canta o amor à musa Ingrid, a Poesia de Koproski fala sobre a vida: os nossos pares, a nossa família, o nosso meio literário com coragem e sem piedade, pois na Poesia não cabe piedade, piedade a gente deixa para os textos pobres, estas coisas tipo Martha Medeiros e Lya Luft. A Poesia é corte, cirurgia, sangue vivo, não existe poesia nas "receitinhas de felicidade" a poesia rasga, é corte cirúrgico, é real encontro com nossa humanidade e a felicidade - fugaz - se eterniza em cicatriz. Um bom poema a gente nunca esquece... Gosto muito deste fragmento que transcrevo:


"Os piores poetas morrem em grandes salões ovais, com roupa de gala e ao som de impecáveis quartetos de cordas. Os piores poetas morrem laureados por inúmeros prêmios da academia, reconhecidos pela crítica especializada como dicções únicas da literatura de sua língua ou de seu país. Os piores poetas, quando morrem, deixam seus bustos e poemas esculpidos em mármore no hall de entrada das universidades.

Os melhores poetas, quando morrem, deixam apenas seus poemas esculpidos em sangue"

Fernando Koproski\retrato do amor quando verão, outono e inverno\página 35\7Letras 2014.

A trilogia do poeta Fernando Koproski "Um poeta deve morrer" iniciada com o livro "Nunca seremos tão felizes como agora" (2009) e os livros hora editados "Retrato do artista quando primavera" e "Retrato do amor quando verão, outono e inverno", trazem apresentação de Rodrigo de Souza Leão (2009), Antonio Thadeu Wojciechowski e Marcelo Montenegro, respectivamente... 

Tuesday, March 18, 2014

Blecaute







Poemas de Carlos MoreiraBárbara LiaSalomão SousaBartolomeu Pereira e Joniere Ribeiro; Contos de Mariel ReisAstier BasílioBruno Ribeiro e Paula Mendel; Ensaios e Artigos de Thiago Lia Fook, Rafaela Teotônio e Manela Mayona. Além das colunas de Reynaldo Bessa, Franklin Jorge, Raoni Xavier, Flaw MendesValdênio Meneses e Will Simões (Este último estreante como colunista). Capa de Emídio Medeiros.

Sunday, March 16, 2014

pequeno tesouro dentro de um livro antigo





"Vigilate, state in fide, virilites, agite, et confortamini"
(Epístola B. Pauli ad. Corinthios, I, XVI, 13).



Completas, hoje mais um ano de existência.
Menina e moça, és, ainda e sempre, menos moça que menina.
É que toda essa tua finura morena de mameluca é de uma nobre durabilidade:
vem da "velida" que el-rey Dom Denis encerrou,
como pétala da "frol dos ramos", entre as páginas do Cancioneiro;
e vem dos músculos firmes e tisnados de Bartira,
esticados pelo arco ao sol livre e forte do Planalto...

Completas hoje mais um ano de existência.
Parece que sou eu - e não és tu - que envelhece.
Porque estou todo em ti e, estando em ti, eu sou o efêmero e tu és o imperecível.
Não sabes como eu vivo só de tua vida! E sempre.
Tenho a impressão de que te vi nascer (e nascer para mim)
num dia como o de hoje, mas de há muito tempo já...
e de ter estremecido de ternura com teu primeiro estremecimento
no teu berço feliz, todo verde de folhas,
e todo rítmico, embalado de água...
de ter rezado ao teu lado, quando as mãos de um santo jesuíta
(novo Batista de um novíssimo testamento)
se ergueram para o céu, mais brancas do que a hóstia,
para do céu tirar e baixar sôbre ti,
como uma benção pura, este nome que tens...
de ter enrubecido ao teu rubor de noiva,
quando sob teu véu flutuante de garoa,
davas teu corpo morno de argila e mel, ao Bandeirante enamorado...;
de ter chorado em cada lágrima secreta de teus olhos,
quando, por uma tarde lívida de inverno,
mandastes a todos nós morrer de amor por ti...

Não sabes como eu vivo só de tua vida! E Sempre.
Sempre. Em cada tremor de tua péle,
cada palpitação de tuas veias,
cada arrepio de teus nervos,
cada ritmo dos teus gestos
e cada fuga de teus pensamentos,
- eu estou sempre todo dissolvido
numa presença imperceptível, sim,
mas, múltipla, esparsa, inumerável, permanente...

Completas hoje mais um ano de existência.
Eu te queria dar...
Mas... àquela que tudo me deu
- mãe, namorada, noiva, espôsa, amante, filha -
que poderei eu dar que seja "meu"
que não tenha sido seu,
que não passa, portanto, de uma pobre,
melancólica devolução?...
Que poderei eu dar?...
- Apenas este meu
sagrado orgulho de ser sempre, e todo, e ùnicamente teu,
minha Santa Cidade de São Paulo!

Dia da Fundação de S. Paulo, de 1944
GUILHERME DE ALMEIDA.

*Recorte de jornal com o poema acima, encontrado dentro do romance - Êle - de Didi Fonseca. Adquirido via estante virtual do sebo - incunulabo - Sampa.

Wednesday, March 12, 2014

Musas de Acetileno: Florbela Espanca


Apeles Espanca



O céu azul não era
Dessa cor, antigamente;
Era branco como um lírio,
Ou como estrela cadente.
Florbela Espanca




Céu de rosas desfolhadas por Apeles
E sol mãos de assassino a pousar
Nas felizes casas brancas do mar

Amar esquecer amar esquecer
Amar de novo, esquecer outra vez
Restos da ave de aço em seu túmulo

A luz bruxuleia e Espanca
A chuva ainda é velha amiga
O céu se abre em lírios e estrelas
Flor bela ainda nos sussurra:

“Uma alegria é feita dum tormento,
Um riso é sempre o eco dum lamento”


Bárbara Lia

Monday, March 10, 2014

A Arqueologia da Palavra e Anatomia da Língua - Antologia de poetas lusófonos


Amosse Mucavele, que organizou a Antologia acima, publicou hoje no Facebook:
"Uma segunda feira agradavel começa com uma boa notícia. O livro - A Arqueologia da Palavra e Anatomia da Língua - já faz parte do grupo de estudos de pós-graduação em literatur a FUNKTION DES LITERARISSCHEN IN PROZESSEN DER GLOBALISIERUNG da UNIVERSITAT MUNCHEN-ALEMANHA. 
Estamos de parabéns."

Bela notícia, integro esta antologia tão especial com os poemas "Alone!Enola" e "Deus no orvalho".

Friday, March 07, 2014

A mentira é liquida



















- um presente da editora vidráguas - Carmen Silvia Presotto - arte: Ive Marques Soares

Mulheres - Mujeres - Women - Femmes - V

 Para homenagear as mulheres vou deixar aqui a imagem de três lindas mulheres e melhores amigas. Representam toda e qualquer mulher. Minha mãe que tem um nome diferente - Patrocínia - nasceu  em 1922 e viveu até 1991. Minhas filhas Paula (1982) e Tahiana (1983). Com elas aprendi tanto e por acompanharem do meu primeiro ao atual sorriso, bem como a primeira e a mais recente lágrima, devo dizer que apenas elas conhecem a real Bárbara Lia. Amo ser Mulher. Espero que cada mulher ame ser também, pois isto traz um escudo que nada ultrapassa: nem a violência e nem o ultraje.  Abraçar a essência, aceitar as características, conhecer-se. Sei que muito será dito no dia da Mulher. Tentei mostrar rostos de mulheres que ajudaram-me a conhecer mais o meu próprio ser e as decisões desta vida estranha vida. Nasci em 1955, sempre olhei as pessoas em uma reta traçada sem imaginar que pode existir alguém que se acredite mais que o outro. Em alguns dias sinto-me uma ET vivendo em um planeta ao qual não pertenço, e só me integro com a Natureza... Em outros encontro em alguém ou em várias pessoas uma conexão terna e suave e penso que era este o pensamento do Universo, que as pessoas se conectassem internamente... Eu disse que amo ser Mulher. Sim, sempre amei. Gosto desta fraqueza corporal e desta força espiritual.
Gosto do traçado da minha vida. As inacreditáveis guinadas, os amores sublimes, a poesia. Nada que eu pudesse pensar na aurora da vida equivalia a esta vida minha. A vida é bela? A minha foi e por saber de tantas maltratadas, massacradas, estupradas e vendidas... Não comemoro. Amo ser Mulher, sim, eu  amo, mas, falta muito para comemorar o Dia das Mulheres com total alegria.

Patrocínia

Paula
                                                                                                                                                                                                Tahiana com Arthur

Tuesday, March 04, 2014

Mulheres - Mujeres - Women - Femmes III

Livros e poemas que adoraria ter escrito:



Livro: Água Viva - Clarice Lispector




Livro: Boca do Inferno - Ana Miranda


Poema - O homem público Nº 1 - Ana Cristina Cesar

Tarde aprendi 
bom mesmo  
é dar a alma como lavada. 

Não há razão  
para conservar 
este fiapo de noite velha. 

Que significa isso? 
Há uma fita  
que vai sendo cortada 
deixando uma sombra  
no papel. 

Discursos detonam. 

Não sou eu que estou ali 
de roupa escura 
sorrindo ou fingindo 
ouvir. 

No entanto 
também escrevi coisas assim, 
para pessoas que nem sei mais 
quem são, 
de uma doçura 
venenosa 
de tão funda.




Friday, February 28, 2014

Mulheres - Mujeres - Women - Femmes II






PRELÚDIOS-INTENSOS PARA OS DESMEMORIADOS DO AMOR.

I


Toma-me. A tua boca de linho sobre a minha boca
Austera. Toma-me AGORA, ANTES
Antes que a carnadura se desfaça em sangue, antes
Da morte, amor, da minha morte, toma-me
Crava a tua mão, respira meu sopro, deglute
Em cadência minha escura agonia.


Tempo do corpo este tempo, da fome
Do de dentro. Corpo se conhecendo, lento,
Um sol de diamante alimentando o ventre,
O leite da tua carne, a minha
Fugidia.
E sobre nós este tempo futuro urdindo
Urdindo a grande teia. Sobre nós a vida
A vida se derramando. Cíclica. Escorrendo.


Te descobres vivo sob um jogo novo.
Te ordenas. E eu deliquescida: amor, amor,
Antes do muro, antes da terra, devo
Devo gritar a minha palavra, uma encantada
Ilharga
Na cálida textura de um rochedo. Devo gritar
Digo para mim mesma. Mas ao teu lado me estendo
Imensa. De púrpura. De prata. De delicadeza.

Hilda Hilst


















Thursday, February 27, 2014

Mulheres - Mujeres - Women - Femmes



Nise da Silveira - Museu da Imagem do Inconsciente




Zilda Arns - Pastoral da Criança



Ana Paula Maciel - Ativista Greenpeace



Yvonne Bezerra de Mello - Projeto Uerê





Debora Noal - Representando mulheres brasileiras que integram (integraram) Médicos Sem Fronteiras





Zeze Motta - Atriz, cantora e militante uma das fundadoras do Centro Brasileiro de Informação e Documentação do Artista Negro (CIDAN), em 1984


Mulher indígena Guarani Kaiowá

Thursday, February 20, 2014

Meu nome...

Declarada sentença de morte, o poeta e inconfidente Alvarenga Peixoto (1743-1792) confessa que foi a mulher quem o impediu de denunciar a Conjuração Mineira, em 1789, quando foi preso.


Mineira de São João del Rei, Bárbara Heliodora também foi poeta. Escreveu Conselhos a Meus Filhos e um soneto dedicado a Maria Ifigênia, primeira dos quatro filhos do casal.



Após a prisão e morte de Peixoto, Bárbara suportou o confisco de metade de seus bens e os filhos declarados infames. Nunca mais escreveu.

Historiadores afirmam que terminou seus dias louca, recitando poemas pelas ruas. Outros, que a demência foi estratégia para escapar às perseguições e ao fisco português. Fantasia ou realidade, sua história faz parte de importante momento político do nosso País.



Musa do marido, foi eternizada em versos escritos no cárcere:

Bárbara bela do norte estrela / que o meu destino sabes guiar / de ti ausente triste somente / as horas passo a suspirar.
(texto do blog alpharrabius)

**

Em homenagem a ela, que meu pai admirava, recebi este nome. Para meu pai eu teria o nome dela: Bárbara Heliodora. Minha mãe relutou a dar este nome a uma das filhas, só consentiu na terceira e não consentiu o nome inteiro, disse que "era um nome grande e estranho demais para uma menina tão bonitinha" e chegaram ao consenso de Bárbara Lia, por ter uma das irmãs com o nome Léa. Isto trouxe a contradição que sou em tudo, pois Bárbara tem em si a fúria dos bárbaros e Lia é um nome bíblico - irmã de Raquel. Lia casou-se com Jacó, pois o pai dela enganou Jacó e entregou Lia em casamento, quando ele queria casar-se com Raquel, e Jacó trabalhou mais sete anos para ter aquela que queria. Na tradução hebraica, Lia é aquela que tem – olhos ternos – e lembro que quando era menina ser escritora se resumia ao desejo de escrever uma biografia cujo titulo seria o meu nome: “Estrangeira de olhos tristes e cansados”. Hoje considero o titulo brega... Um destes dicionários de significados de nomes coloca Lia como “ovelha” e Barbara como “guerreira”...
O – Dia das Mulheres – se aproxima, acho que uma aproximação com meu pai foi este nome, acho que ele entregou-me um nome-tesouro e um nome-vaticínio. Sigo ovelha negra na vida. 
A primeira vez que vi meu pai chorar foi no túmulo de Barbara Heliodora em Ouro Preto. Eu já era adulta e compreendi a admiração genuína que ele sentia por ela. Perguntei a razão, se era apenas por ela ser uma personagem histórica. Ele disse que admirava o fato dela ser fiel, de ter ficado sozinha quando Alvarenga Peixoto seguiu para seu degredo em África.



Wednesday, February 19, 2014

Escrita de Mulheres


       Bruno Aziz, ilustração


Meteram-me a mim e a mais trezentos companheiros de infortúnio e de cativeiro no estreito e infecto porão de um navio. Trinta dias de cruéis tormentos, e de falta absoluta de tudo quanto é mais necessário à vida passamos nessa sepultura até que abordamos as praias brasileiras. Para caber a mercadoria humana no porão fomos amarrados em pé e para que não houvesse receio de revolta, acorrentados como animais ferozes das nossas matas, que se levam para recreio dos potentados da Europa.


do romance "Úrsula" - primeiro romance da literatura afro-brasileira

Maria Firmina dos Reis (1825-1917)


**

Dia 08 de Março - Dia da Mulher. Vou postar textos e noticias sobre mulheres escritoras e de outras áreas.
Abaixo o link para uma dissertação ao sobre o romance de autoria feminina paranaense...


http://www.ple.uem.br/defesas/pdf/alaraujo.pdf

**

A atriz Palomaris Mathias encarna Maria Felipa, heroína negra da Independência baiana, e recita um trecho de Navio Negreiro do poeta Castro Alves:



La nave va...

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Layla vive na região do Algarve. Uma garota como outras mil. Por uma perda na infância, jurou jamais amar. Impossível. O primeiro amor – Lou...